Vermeer, Bergotte e Marcel Proust: Vermeer, Bergotte and Marcel Proust
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34623/4stv-h114 |
Resumo: | Para Marcel Proust, a arte permite transfigurar o real, sublimá-lo e, por vezes, compreendê-lo de uma forma inédita e inesperada. No seu romance monumental, À la Recherche du Temps Perdu, Proust propõe um verdadeiro diálogo entre as várias artes, nomeadamente entre a literatura e a pintura: em vez de produzir puras descrições de obras de arte separadas do seu contexto, ele usa-as para oferecer um discurso enriquecido e iluminado sobre o real. Da mesma forma, o real das experiências vividas pode referir-se à arte. Para além de uma narrativa de uma determinada sequência de acontecimentos, esta obra romanesca abarca muito mais do que as memórias pessoais do narrador, procurando, sobretudo, promover uma reflexão sobre a literatura e a arte, a memória e o tempo. Aqui, estes elementos dispersos revelam-se interligados quando, a partir de todas as suas experiências negativas ou positivas, o narrador-personagem descobre o sentido da vida na arte e na literatura no final de Le Temps Retrouvé. Assim, a partir da questão da importância da arte na Recherche, gostaríamos de evocar, neste artigo, a simbologia, na definição da escrita proustiana, de um pormenor particular percecionado por Bergotte no célebre quadro de Vermeer intitulado Vista de Delft (1660-61): “le petit pan de mur jaune”. |
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Vermeer, Bergotte e Marcel Proust: Vermeer, Bergotte and Marcel ProustMarcel ProustVermeerLiteratura e PinturaPara Marcel Proust, a arte permite transfigurar o real, sublimá-lo e, por vezes, compreendê-lo de uma forma inédita e inesperada. No seu romance monumental, À la Recherche du Temps Perdu, Proust propõe um verdadeiro diálogo entre as várias artes, nomeadamente entre a literatura e a pintura: em vez de produzir puras descrições de obras de arte separadas do seu contexto, ele usa-as para oferecer um discurso enriquecido e iluminado sobre o real. Da mesma forma, o real das experiências vividas pode referir-se à arte. Para além de uma narrativa de uma determinada sequência de acontecimentos, esta obra romanesca abarca muito mais do que as memórias pessoais do narrador, procurando, sobretudo, promover uma reflexão sobre a literatura e a arte, a memória e o tempo. Aqui, estes elementos dispersos revelam-se interligados quando, a partir de todas as suas experiências negativas ou positivas, o narrador-personagem descobre o sentido da vida na arte e na literatura no final de Le Temps Retrouvé. Assim, a partir da questão da importância da arte na Recherche, gostaríamos de evocar, neste artigo, a simbologia, na definição da escrita proustiana, de um pormenor particular percecionado por Bergotte no célebre quadro de Vermeer intitulado Vista de Delft (1660-61): “le petit pan de mur jaune”.CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação2022-09-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfapplication/epub+ziphttps://doi.org/10.34623/4stv-h114oai:ojs.publicacoes.ciac.pt:article/102Rotura – Revista de Comunicação, Cultura e Artes; v. 2 n. 2 (2022): Cinemas Silenciosos em Portugal; 61-672184-8661reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/102https://doi.org/10.34623/4stv-h114https://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/102/93https://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/102/94Direitos de Autor (c) 2022 Ana Alexandra Seabra de Carvalhohttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessSeabra de Carvalho, Ana Alexandra2022-11-01T04:01:01Zoai:ojs.publicacoes.ciac.pt:article/102Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:10:34.681385Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Para Marcel Proust, a arte permite transfigurar o real, sublimá-lo e, por vezes, compreendê-lo de uma forma inédita e inesperada. No seu romance monumental, À la Recherche du Temps Perdu, Proust propõe um verdadeiro diálogo entre as várias artes, nomeadamente entre a literatura e a pintura: em vez de produzir puras descrições de obras de arte separadas do seu contexto, ele usa-as para oferecer um discurso enriquecido e iluminado sobre o real. Da mesma forma, o real das experiências vividas pode referir-se à arte. Para além de uma narrativa de uma determinada sequência de acontecimentos, esta obra romanesca abarca muito mais do que as memórias pessoais do narrador, procurando, sobretudo, promover uma reflexão sobre a literatura e a arte, a memória e o tempo. Aqui, estes elementos dispersos revelam-se interligados quando, a partir de todas as suas experiências negativas ou positivas, o narrador-personagem descobre o sentido da vida na arte e na literatura no final de Le Temps Retrouvé. Assim, a partir da questão da importância da arte na Recherche, gostaríamos de evocar, neste artigo, a simbologia, na definição da escrita proustiana, de um pormenor particular percecionado por Bergotte no célebre quadro de Vermeer intitulado Vista de Delft (1660-61): “le petit pan de mur jaune”. |
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