Os filhos de Apolo : do herói monomítico aos protagonistas do século XXI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Taveira, Francisco Ribeiro de Moura Ramos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/30978
Resumo: A ficção audiovisual parece estar em transformação: transita-se do paradigma do protagonista-herói – cuja jornada e ideias são enquadradas pela moldura ideológica estrita do monomito de Campbell (2004) e Vogler (2007) – para um paradigma que parece assentar não só num, mas em vários conceitos de moralidade, em que não há verdades absolutas, nem um só conceito de certo ou errado. Um paradigma que vem introduzir personagens como Walter White (Breaking Bad, 2008), Frank Underwood (House of Cards, 2013) ou Arthur Fleck (Joker, 2019), indivíduos desconcertantes, moralmente ambíguos ou mesmo maus, que vão assumindo o protagonismo das novas narrativas de ficção. Nesta investigação estudam-se as possíveis origens e causas desta transformação. Analisam-se diferentes narrativas audiovisuais de diferentes períodos – desde os anos trinta a 2019 – de modo a perceber se ela é resultado de um capricho de guionistas, ou se é um processo de avanços e recuos umbilicalmente ligados a mudanças importantes no contexto histórico, político e sociocultural em que essas transformações acontecem. Conclui-se que, tal como os heróis de outras décadas, os novos protagonistas são um produto direto do seu tempo, marcado pelo medo, por crises económicas, pela incerteza na credibilidade das instituições e por um novo tipo de espectador, que parece procurar experiências de entretenimento menos formulaicas, mais personalizadas e mais humanas. Esta investigação visa suportar Os Filhos de Apolo, um projeto de minissérie televisiva que incide sobre as temáticas da música, da transformação e da velhice e em que o protagonista – um homem que já velho entra em rotura com a sua família – se pretende representante desta mudança de paradigmas.
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