A pandemia Covid-19 enfraqueceu o populismo? O caso do partido populista português

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Serrano,Estrela
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-54622022000100057
Resumo: Resumo Este artigo analisa a evolução do discurso político do líder do partido populista português, André Ventura, após a sua eleição como deputado em 2019 e nos anos de 2020 e 2021 marcados pela pandemia Covid-19 e pelas eleições presidenciais nas quais obteve um resultado muito superior ao obtido pelo seu partido nas eleições legislativas anteriores. Com base na literatura académica sobre populismo e situações de crise (Brubaker, 2021; Seedhouse, 2020) e em ensaios de académicos publicados em media internacionais (Jenning, 2020; Luciano, 2020), o artigo passa em revista o efeito da pandemia Covid-19 no apoio aos governos a nível internacional independentemente da sua ideologia, e detém-se na circunstância de em Portugal, apesar dos elevados índices de apoio ao governo socialista, o partido populista Chega, na oposição, ter sido o único a crescer. Usando uma metodologia qualitativa baseada na análise de conteúdo de um conjunto de intervenções públicas do líder populista português em momentos-chave do seu percurso político, emitidas em formatos mediáticos diversificados, o artigo conclui que o discurso de André Ventura se manteve focado nos temas nucleares do seu programa populista, independentemente do contexto pandémico. A análise identifica inconsistência e volatilidade no seu discurso e nas suas posições sobre a pandemia Covid-19, com posições ambíguas entre aceitação inicial e negação posterior de restrições e vacinas, adaptando as suas posições às reacções dos seus apoiantes e de grupos inorgânicos, como os negacionistas.
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