A escrita do impossível: o vazio de Deus em Kafka e Dostoïevski
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://proa.ua.pt/index.php/teografias/article/view/14377 |
Resumo: | Se aparentemente distantes, as obras de Kafka e de Dostoïevski partilham uma evidente coincidência no querespeita à expressão do transcendente, como algo incognoscível e inacessível. Deus, oculto e ausente, persegue o homem de uma culpa que parece datar ab initio, com o pecado original. Tombando no caos absoluto, o homemque habita o Subsolo de Deus, isto é, o Subterrâneo, renuncia às certezas, desconfia das leis e despreza o que lheera dado como certo, o dois e dois quatro. A solidão parece ser o único porto de abrigo para este homem queanseia por se lançar a perder, em busca de um infinito que sabe, desde já, inalcançável. E é no mais petrificantesilêncio aterrador que, por vezes, a expressão inefável do sublime se parece revelar, através da música redentora que, em Kafka, é a língua de Deus. O instante momento de revelação do sagrado é fugaz e efémero, mergulhandoo homem no terror e na vergonha e recordando‑o para sempre da distância inexorável que o separa do divino. |
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A escrita do impossível: o vazio de Deus em Kafka e DostoïevskiSe aparentemente distantes, as obras de Kafka e de Dostoïevski partilham uma evidente coincidência no querespeita à expressão do transcendente, como algo incognoscível e inacessível. Deus, oculto e ausente, persegue o homem de uma culpa que parece datar ab initio, com o pecado original. Tombando no caos absoluto, o homemque habita o Subsolo de Deus, isto é, o Subterrâneo, renuncia às certezas, desconfia das leis e despreza o que lheera dado como certo, o dois e dois quatro. A solidão parece ser o único porto de abrigo para este homem queanseia por se lançar a perder, em busca de um infinito que sabe, desde já, inalcançável. E é no mais petrificantesilêncio aterrador que, por vezes, a expressão inefável do sublime se parece revelar, através da música redentora que, em Kafka, é a língua de Deus. O instante momento de revelação do sagrado é fugaz e efémero, mergulhandoo homem no terror e na vergonha e recordando‑o para sempre da distância inexorável que o separa do divino.Universidade de Aveiro2011-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://proa.ua.pt/index.php/teografias/article/view/14377Teografias; No 1 (2011); 237-266Teografias; n.º 1 (2011); 237-2662182-5998reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://proa.ua.pt/index.php/teografias/article/view/14377https://proa.ua.pt/index.php/teografias/article/view/14377/9823Rabaça, Susanainfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-06-20T15:03:59Zoai:proa.ua.pt:article/14377Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:01:08.333615Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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