Comércio livreiro em Portugal: estado da arte na segunda década do século XXI
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/14229 |
Resumo: | O presente estudo Comércio livreiro em Portugal - Estado da arte na segunda década do século XXI tem dois objetivos essenciais: a realização de um diagnóstico da situação no início da segunda década do século XXI e a identificação de tendências de evolução verificáveis ao longo de um período que se procurou que coincidisse com a viragem do século. Decorreu entre fevereiro e junho de 2014. O método adotado é essencialmente qualitativo, embora a vertente quantitativa esteja também presente. A estratégia da pesquisa procurou enquadrar a evolução histórica do livro nos âmbitos cultural e socioeconómico, o caso português no contexto internacional e o comércio livreiro no mercado do livro, conforme expresso no capítulo 1. Numa conjuntura de alterações profundas devido às concentrações livreira e editorial, ao digital e de crise económica, multiplicam-se as estratégias concorrenciais – cartões de desconto, campanhas (em particular no Natal), promoções comerciais com redução do preço de venda ao público – que tendem a generalizar-se e que são suscetíveis de gerar disfuncionalidades no mercado com potenciais consequências negativas na diversidade e pluralidade da oferta disponível ao leitor. Se o sector do livro em geral, e o comércio em particular, enfrentam grandes desafios, as livrarias independentes são porventura as mais afetadas, pese embora a dinâmica e a capacidade de adaptação ao contexto atual de que muitas delas têm dado prova. As entrevistas realizadas com livreiros independentes mostram bem que a principal dificuldade que enfrentam advém das práticas promocionais e de descontos do preço de venda ao público por parte das grandes superfícies e das cadeias de livrarias – com as quais não podem concorrer sem pôr em causa a sua viabilidade económica –, práticas que, no que se refere às novidades, parecem contrariar aspetos que a Lei do Preço Fixo do Livro é suposto regular. Aos desafios que se colocam ao comércio livreiro e em especial no que se refere às livrarias independentes, soma-se a fragilidade do ponto de vista associativo. Apesar da existência de uma associação de editores e livreiros, a APEL, os livreiros entrevistados ou não se reconhecem nela ou manifestam reservas quanto à sua atuação em benefício dos livreiros, mas também reconhecem que, apesar das iniciativas e das tentativas no sentido do desenvolvimento de processos associativos autónomos, elas não têm, por diversos motivos, resultado. Embora isso não signifique necessariamente isolamento entre si e ausência de parcerias pontuais, contudo não têm logrado ultrapassar os principais problemas derivados do facto de não conseguirem vantagens de escala. Em suma, pode-se concluir que o comércio livreiro em geral, e o independente em particular, se encontram numa forte encruzilhada, tanto à escala global como nacional, na qual os pontos fracos e as ameaças tendem a sobrepor-se aos pontos fortes e às oportunidades, como fica claro nas conclusões. O presente estudo não visa apontar linhas de atuação mas tão só, como se referiu, identificar tendências de modo a melhor enquadrar o seu outro objetivo, o de realizar um diagnóstico da situação presente do comércio livreiro, de modo a informar futuras tomadas de decisão. Bom será, para que sirva os objetivos pretendidos, que as instituições profissionais e políticas se coordenem para concretizar em tempo oportuno as opções que melhor se coadunem com a nossa realidade sociocultural e geopolítica. |
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