Teste de transformação linfocitária no estudo da hipersensibilidade a fármacos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farinha,Sofia
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Cardoso,Bárbara, Viseu,Regina, Tomaz,Elza, Inácio,Filipe
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212017000300004
Resumo: Fundamentos: O teste de tansformação linfocitária (TTL) tem vindo a ser utilizado nas últimas décadas no estudo de reações alérgicas a fármacos. Baseia-se na deteção de uma resposta proliferativa das células T quando expostas ao fármaco suspeito e alguns grupos têm relatado uma sensibilidade e especificidade elevadas neste contexto. A sua validação necessita, contudo, de estudos mais alargados e melhor controlados. Objetivos: Avaliar o desempenho do TTL na identificação dos fármacos responsáveis por reações alérgicas e aferir os seus critérios de positividade, diferenciando os vários grupos farmacológicos e as reações observadas. Métodos: Foram avaliados os resultados de 95 testes de TTL, realizados em 73 doentes estudados por alergia medicamentosa e com um diagnóstico estabelecido com elevado grau de certeza pela clínica e testes cutâneos. Analisamos os resultados dos testes considerando os vários grupos de fármacos, as reações observadas e o tempo de demora entre a reação e a execução do TTL. Resultados: Os resultados analisados por grupos de fármacos evidenciaram sensibilidade / especificidade de 76,1 % / 57,1 % para os beta-lactamicos, de 83,3 % / 55,5 % para os anti-inflamatorios não esteroides, de 88,9% / 100% para os anticonvulsivantes e de 46,1 % / 66,7 % para os antibióticos não beta-lactamicos. Conclusões: A sensibilidade do TTL foi boa, exceto para os antibióticos não beta-lactamicos. Os resultados não foram tão bons para a especificidade, baixa para os anti-inflamatorios não esteroides, o que era expectável, mas foi abaixo da descrita por outros grupos para os antibióticos beta-lactamicos. Apesar disso, o TTL evidenciou um poder discriminativo de 70,6 % e permitiu confirmar a alergia a um fármaco em 36 casos, 58,1 % dos casos de alergia da amostra, cujos testes cutâneos eram negativos ou impossíveis de realizar. Justifica-se, assim, a sua utilização no estudo da alergia a fármacos, ainda que não permitindo dispensar uma cuidada análise da história clínica e a execução de testes cutâneos
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