Comunicação de más notícias no serviço de urgência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carneiro, Ana Catarina Martins de Sousa
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1917
Resumo: A comunicação de más notícias é, provavelmente, uma das tarefas mais difíceis e complexa que os profissionais de saúde têm que enfrentar no contexto das relações interpessoais, e deve ser moldada a cada pessoa e a cada contexto. O reconhecimento desta realidade aponta que é necessário ter em consideração que o serviço de urgência tem características particulares e distintas de outros contextos. O objetivo deste estudo visa compreender o processo de comunicação de más notícias ao utente/família em contexto de serviço de urgência, de modo a contribuir para uma melhor intervenção neste processo e suscitar nos profissionais de saúde a necessidade de desenvolvimento de competências nesta área. O estudo assenta numa abordagem qualitativa, exploratória e descritiva, com recurso ao método de estudo de caso. O procedimento de recolha de dados foi um questionário dirigido a profissionais de saúde. A análise dos dados obtidos foi realizada através da técnica de análise de conteúdo nas questões abertas e da análise estatística descritiva nas questões fechadas, com recurso ao programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 22. De entre os resultados, destaca-se que para os profissionais de saúde o significado e o tipo de má notícia mais frequentemente comunicada, está quase sempre associada a doença, designadamente a doença súbita ou oncológica. A má notícia tem impacto negativo na vida pessoal e familiar e é um acontecimento gerador de sentimentos. A maioria dos profissionais de saúde considera que o utente/família tem o direito de ser informado sobre o conteúdo da má notícia, mas na sua prática diária nem sempre o fazem. Na perspetiva dos mesmos a comunicação de más notícias deve ser uma responsabilidade da equipa multidisciplinar, no entanto na prática diária o responsável é o Médico. Foram evidenciadas as dificuldades sentidas pelos profissionais na sua prática diária no que se refere à temática em estudo, que se centram sobretudo, no facto de ser um diagnóstico súbito e imprevisto, ser uma tarefa difícil e complexa, e pela incerteza quanto às reações do utente/família. De um modo geral, os profissionais de saúde mencionaram que quando comunicam uma má notícia fornecem apenas a informação que consideram adequada, no sentido de proteger o bem-estar do utente/família.Foram identificados alguns fatores dificultadores que interferem no processo de comunicação de más notícias, e que se relacionam nomeadamente, com a inexistência de condições físicas para o efeito, falta de disponibilidade de tempo e ausência de coordenação na equipa, assim como fatores facilitadores centrados no utente/família e nos profissionais de saúde. A principal estratégia identificada como sendo fundamental para desenvolver competências neste âmbito, foi a formação contínua.
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O procedimento de recolha de dados foi um questionário dirigido a profissionais de saúde. A análise dos dados obtidos foi realizada através da técnica de análise de conteúdo nas questões abertas e da análise estatística descritiva nas questões fechadas, com recurso ao programa Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 22. De entre os resultados, destaca-se que para os profissionais de saúde o significado e o tipo de má notícia mais frequentemente comunicada, está quase sempre associada a doença, designadamente a doença súbita ou oncológica. A má notícia tem impacto negativo na vida pessoal e familiar e é um acontecimento gerador de sentimentos. A maioria dos profissionais de saúde considera que o utente/família tem o direito de ser informado sobre o conteúdo da má notícia, mas na sua prática diária nem sempre o fazem. Na perspetiva dos mesmos a comunicação de más notícias deve ser uma responsabilidade da equipa multidisciplinar, no entanto na prática diária o responsável é o Médico. Foram evidenciadas as dificuldades sentidas pelos profissionais na sua prática diária no que se refere à temática em estudo, que se centram sobretudo, no facto de ser um diagnóstico súbito e imprevisto, ser uma tarefa difícil e complexa, e pela incerteza quanto às reações do utente/família. De um modo geral, os profissionais de saúde mencionaram que quando comunicam uma má notícia fornecem apenas a informação que consideram adequada, no sentido de proteger o bem-estar do utente/família.Foram identificados alguns fatores dificultadores que interferem no processo de comunicação de más notícias, e que se relacionam nomeadamente, com a inexistência de condições físicas para o efeito, falta de disponibilidade de tempo e ausência de coordenação na equipa, assim como fatores facilitadores centrados no utente/família e nos profissionais de saúde. A principal estratégia identificada como sendo fundamental para desenvolver competências neste âmbito, foi a formação contínua.Delivering bad news is probably one of the most demanding and complex tasks that healthcare professionals must face within the context of interpersonal relationships, which must also be adapted to each individual and context. Recognising such reality underlines the need to consider that the emergency department has specific characteristics, different from other contexts. This study aims to understand the process of delivering bad news to the patient/family members in the context of an emergency department, in order to contribute towards a better intervention in this process and to foster the need to develop health professionals’ skills in this area. The study was based on a qualitative, exploratory and descriptive approach, using the case study method. The data collection procedure was a questionnaire addressed to health professionals. The analysis of the data obtained was carry out using the content analysis technique for open questions and descriptive statistical analysis for closed questions, using the Statistical Package for the Social Science (SPSS) software, version 22. From such results, one underlines that, for healthcare professionals, the significance and the type of bad news most frequently delivered is almost always associated with disease, particularly sudden illness or oncologic conditions. Such bad news negatively affects personal and family life and it is an event that originates feelings. Most health professionals consider that patients/family members have the right to be informed of the content of the bad news, but they don’t do exactly that during their daily practice. In their perspective, delivering bad news should be the responsibility of the multidisciplinary team, but physicians are often the ones responsible for such action during their everyday practice. The difficulty experienced by health professional during their daily practice regarding the matter at hand have been highlighted, mostly including it being a sudden or unexpected diagnosis, being a complex and challenging task and due to the uncertainty of the reactions of the patient/family members. Broadly speaking, healthcare professionals mentioned that, when delivering bad news, they only deliver information they deem fit, as to protect the wellbeing of the patient/relatives.Some hindering factors have been identified that infer with the process of delivering bad news, particularly the non-existence of facilities for such purpose, lack of availability and absence of coordination between the team, as well as facilitating factors centred on the patient/family and healthcare professionals. The main strategy identified as essential to develop competences in this particular area was continuous training.2017-10-03T10:53:04Z2017-07-19T00:00:00Z2017-07-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1917TID:201735474porCarneiro, Ana Catarina Martins de Sousainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:36:00Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1917Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:43:28.076176Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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