Triagem de manchester: processos de decisão dos enfermeiros num Hospital do Norte de Portugal

• Autor(a) principal: Azevedo, Cláudia Isabel Abreu
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2694
• topic: Serviço de urgência; Sistema de Triagem de Manchester; Enfermeiros; Tomada de decisão; Emergency department; Manchester Triage System; Nurse; Decision-making

O Serviço de Urgência, pelas suas particularidades, apresenta elevada afluência de doentes com diferentes critérios de gravidade. Torna-se, portanto, crucial priorizar o atendimento mediante a gravidade da situação clínica, com recurso a sistemas de triagem validados. Em Portugal, foi adotado o sistema de triagem de Manchester, onde o enfermeiro assume particular relevância. A tomada de decisão do enfermeiro na triagem é fundamental para a rapidez, segurança e qualidade da assistência em saúde. O estudo teve como objetivos: conhecer as características dos processos de triagem num serviço de urgência da região norte de Portugal, no ano 2019; conhecer os fatores associados à perceção dos enfermeiros triadores sobre as habilidades de tomada de decisão na triagem. Trata-se de um estudo descritivo-correlacional, transversal e retrospetivo, com uma amostra de 68381 registos do SClínico®, relativos às triagens realizadas entre 01 de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2019 e de 47 enfermeiros triadores, aos quais, para recolha de dados, se aplicou um questionário sociodemográfico e profissional e a versão portuguesa de Marques (2014) do Triage Decision Making Eventory (TDMI). Dos registos de triagem, predomina o sexo feminino (54,7%) e idades entre os 18 e 102 anos, com média de 57,31±20,866 anos. A maioria das admissões têm proveniência do domicílio (66,9%). O maior fluxo é registado nos turnos da manhã (56,8%), às segundasfeiras (17,1%) e no mês de agosto (9,8%). O fluxograma mais frequente é problemas nos membros (18,5%), o discriminador dor moderada (31,3%) e a prioridade urgente (57,7%). A média de tempos é de: 29,26±83,720 minutos de demora para triagem; 2,08±1,204 minutos de duração da triagem; 17,62±16,137 minutos de demora para a primeira observação médica; 333,70±478,789 minutos de permanência no serviço de urgência. A maioria tem alta para o domicílio (41,2%). Relativamente aos enfermeiros triadores, são maioritariamente do sexo feminino (74,5%). As idades variam entre os 27 e os 63 anos, com média de 41,02±9,389 anos. Predominam os licenciados (85,1%) e a categoria de enfermeiro (63,8%). A maioria dos enfermeiros detém experiência profissional superior a 5 anos, na profissão (89,4%) e no serviço de urgência (74,5%). Relativamente à triagem de Manchester, a maioria realizou formação entre 3 e 5 anos (44,7%) e realizam triagem com uma frequência de 6 a 10 vezes por mês (48,9%). Os enfermeiros têm uma perceção positiva sobre as suas habilidades na tomada de decisão na triagem, com médias mais elevadas na habilidade Características Cognitivas/Confiança na Habilidade (4,94±0,420) e as mais baixas na Intuição (4,44±0,697). Observamos correlações significativas entre o TDMI, as habilidades Características Cognitivas/Confiança na Habilidade, Intuição, Pensamento Crítico do triador e a experiência profissional no serviço de urgência, bem como entre a idade do triador, a experiência na profissão e as habilidades características cognitivas e confiança. Em síntese, as habilidades de tomada de decisão na triagem são influenciadas positivamente pela experiência profissional em contexto de urgência, sendo as habilidades Características Cognitivas/Confiança na Habilidade as mais valorizadas pelos enfermeiros triadores.