Normas de atuação em caso de extravasão de citotóxicos injetáveis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/3142 |
Resumo: | O presente trabalho encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro capítulo diz respeito à investigação realizada no âmbito da avaliação de procedimentos e normas de preparação e administração de citotóxicos injetáveis, nomeadamente na área da extravasão. O cancro é uma das principais causas de morte em Portugal e uma das situações com maior impacto ao nível da prestação de cuidados hospitalares, sendo que para o seu tratamento é necessário recorrer, muitas vezes, à quimioterapia injetável. Os citotóxicos intravenosos são fármacos muito tóxicos e sem seletividade pelas células tumorais, tendo sido descritos pela literatura vários casos de toxicidade em profissionais de saúde por exposição ocupacional a estes fármacos. Também os doentes podem sofrer com esta toxicidade, nomeadamente se, por qualquer fator, ocorrer uma extravasão. Desta forma, o estudo realizado tem por objetivo avaliar procedimentos de atuação na preparação e administração de citotóxicos injetáveis mas também analisar a necessidade de proceder ao desenvolvimento de um manual de atuação em caso de extravasão. O estudo permitiu-nos verificar que, nos hospitais incluídos no estudo, a preparação de citotóxicos injetáveis é realizada com intervenção farmacêutica (64,1%) e sem intervenção farmacêutica e que a preparação decorre tanto nos serviços farmacêuticos (53,8%) como em hospital de dia, sendo que o local de preparação influencia a classe de profissionais de saúde que prepara os citotóxicos (Fisher’s Exact Test, p<0,001). Também as condições em que decorrem as preparações foram avaliadas e foi possível observar que todos os hospitais inquiridos preparam os antineoplásicos intravenosos em CFLV, não obstante, somente 28 hospitais dos 39 incluídos no estudo (71,8%) possuem estas CFLV inseridas num sistema modular de salas limpas. No que diz respeito à extravasão de citotóxicos injetáveis, verificou-se que 32 dos 39 hospitais inquiridos (82,1%) possuem manual de atuação em caso de extravasão mas somente 10 dos 39 hospitais (25,6%) possuem kit de extravasão, realçando-se o facto de que os que não possuem manual de atuação afirmam ser importante o desenvolvimento de um. Também os procedimentos de documentação das extravasões foram inquiridos e verificou-se que 31 dos 39 hospitais (79,5%) procedem ao registo dos incidentes ocorridos. Através do registo do número de extravasões ocorridas no ano de 2011 por parte dos hospitais e da média de preparações efetuadas diariamente calculámos também a média de extravasões nesse mesmo ano, sendo esta de 0,048% (IC95%: 0,019% - 0,076%), o que vai ao encontro dos valores descritos na literatura. Em suma, perante a verificação de que alguns procedimentos são alvo de lacunas foi desenvolvido um manual de atuação em caso de extravasão com a finalidade de padronizar a atuação dos profissionais de saúde de acordo com guidelines atualizadas. O segundo capítulo relata as atividades que desenvolvi e acompanhei ao longo do meu estágio em farmácia hospitalar. O período de estágio permitiu-me aperceber da importância do farmacêutico hospitalar no domínio dos cuidados de saúde e do medicamento e ainda seguir as atividades realizadas na farmacotecnia, na distribuição em dose unitária, no ambulatório e na logística e armazenamento. Por fim, o terceiro capítulo espelha o meu estágio em farmácia comunitária. O farmacêutico comunitário encontra-se à cabeceira do doente e estabelece uma relevante ligação entre o este e o medicamento, sendo que o estágio me permitiu sentir a importância da farmácia comunitária no acesso aos cuidados básicos de saúde. |
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Normas de atuação em caso de extravasão de citotóxicos injetáveisExperiência profissionalizante na vertente de farmácia comunitária, hospitalar e investigaçãoExtravasãoQuimioterapia injetávelO presente trabalho encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro capítulo diz respeito à investigação realizada no âmbito da avaliação de procedimentos e normas de preparação e administração de citotóxicos injetáveis, nomeadamente na área da extravasão. O cancro é uma das principais causas de morte em Portugal e uma das situações com maior impacto ao nível da prestação de cuidados hospitalares, sendo que para o seu tratamento é necessário recorrer, muitas vezes, à quimioterapia injetável. Os citotóxicos intravenosos são fármacos muito tóxicos e sem seletividade pelas células tumorais, tendo sido descritos pela literatura vários casos de toxicidade em profissionais de saúde por exposição ocupacional a estes fármacos. Também os doentes podem sofrer com esta toxicidade, nomeadamente se, por qualquer fator, ocorrer uma extravasão. Desta forma, o estudo realizado tem por objetivo avaliar procedimentos de atuação na preparação e administração de citotóxicos injetáveis mas também analisar a necessidade de proceder ao desenvolvimento de um manual de atuação em caso de extravasão. O estudo permitiu-nos verificar que, nos hospitais incluídos no estudo, a preparação de citotóxicos injetáveis é realizada com intervenção farmacêutica (64,1%) e sem intervenção farmacêutica e que a preparação decorre tanto nos serviços farmacêuticos (53,8%) como em hospital de dia, sendo que o local de preparação influencia a classe de profissionais de saúde que prepara os citotóxicos (Fisher’s Exact Test, p<0,001). Também as condições em que decorrem as preparações foram avaliadas e foi possível observar que todos os hospitais inquiridos preparam os antineoplásicos intravenosos em CFLV, não obstante, somente 28 hospitais dos 39 incluídos no estudo (71,8%) possuem estas CFLV inseridas num sistema modular de salas limpas. No que diz respeito à extravasão de citotóxicos injetáveis, verificou-se que 32 dos 39 hospitais inquiridos (82,1%) possuem manual de atuação em caso de extravasão mas somente 10 dos 39 hospitais (25,6%) possuem kit de extravasão, realçando-se o facto de que os que não possuem manual de atuação afirmam ser importante o desenvolvimento de um. Também os procedimentos de documentação das extravasões foram inquiridos e verificou-se que 31 dos 39 hospitais (79,5%) procedem ao registo dos incidentes ocorridos. Através do registo do número de extravasões ocorridas no ano de 2011 por parte dos hospitais e da média de preparações efetuadas diariamente calculámos também a média de extravasões nesse mesmo ano, sendo esta de 0,048% (IC95%: 0,019% - 0,076%), o que vai ao encontro dos valores descritos na literatura. Em suma, perante a verificação de que alguns procedimentos são alvo de lacunas foi desenvolvido um manual de atuação em caso de extravasão com a finalidade de padronizar a atuação dos profissionais de saúde de acordo com guidelines atualizadas. O segundo capítulo relata as atividades que desenvolvi e acompanhei ao longo do meu estágio em farmácia hospitalar. O período de estágio permitiu-me aperceber da importância do farmacêutico hospitalar no domínio dos cuidados de saúde e do medicamento e ainda seguir as atividades realizadas na farmacotecnia, na distribuição em dose unitária, no ambulatório e na logística e armazenamento. Por fim, o terceiro capítulo espelha o meu estágio em farmácia comunitária. O farmacêutico comunitário encontra-se à cabeceira do doente e estabelece uma relevante ligação entre o este e o medicamento, sendo que o estágio me permitiu sentir a importância da farmácia comunitária no acesso aos cuidados básicos de saúde.This thesis is divided into three chapters. The first chapter concerns research carried out to assess procedures and guidelines for the preparation and administration of injectable chemotherapy, particularly in the area of extravasation. Cancer is an important cause of death in Portugal and one of the situations with the greatest impact at the level of hospital care, and its treatment often requires the administration of injectable chemotherapy. The intravenous cytotoxic drugs are very toxic medicines and lack selectivity for tumor cells. Several cases of toxicity in healthcare workers by occupational exposure to these drugs have been described in the literature. Furthermore, patients can also suffer from this toxicity, in particular if, by any factor, extravasation occurs. Thus, the present study aims at evaluating the established procedures to prepare and administer injectable cytotoxics and assessing the need for an operation manual to manage chemotherapy extravasation. The study showed that in the surveyed hospitals the preparation of injectable cytotoxics is performed both with pharmaceutical intervention (64,1%) and without pharmaceutical intervention and that preparation takes place both in pharmaceutical services (53,8%) and in the hospital oncology day unit. The location in the hospital for chemotherapy preparation influences the class of healthcare professionals involved in the preparation (Fisher's Exact Test, p<0,001). Conditions in which preparations are elaborated were also analysed and it was observed that all hospitals surveyed prepare intravenous antineoplastics in biological safety cabinets (BSC). Nevertheless, only 28 (71,8%) out of 39 hospitals included in the study have these BSC inserted in clean-rooms. With respect to cytotoxic extravasation, it was found that 32 hospitals (82,1%) have chemotherapy extravasation guidelines, but only 10 hospitals (25,6%) have an extravasation kit. Healthcare professionals from hospitals that lack chemotherapy extravasation guidelines recognized the importance of developing it. Furthermore, procedures for documentation of extravasations were inquired and it was found that 31 hospitals (79,5%) record the incidents. By recording the number of extravasations that occurred in 2011 and the mean of daily preparations made, it was also possible to calculate the mean of extravasations that occurred in that same year, which amounted to 0,048% (IC95%: 0,019% -0 ,076%), well within the values described in the literature. In sum, given the finding that some procedures have flaws, a manual was developed for chemotherapy extravasation management, with a view to standardizing procedures of healthcare professionals in accordance with current guidelines. The second chapter describes the activities developed and followed through the hospital pharmacy internship. The training period allowed for recognition of the importance of the hospital pharmacist in the field of healthcare services and medicines circuit. It also allowed for following activities at pharmacy compounding, unit dose distribution, ambulatory service, logistics and storage. Finally, the third chapter describes the community pharmacy internship. The community pharmacist is at the bedside of the patient and establishes an important link between him/her and the drug. This training period proved the importance of community pharmacy to access basic healthcare services.Morgado, Manuel Augusto Nunes Vicente PassosMorgado, Sandra Cristina Guardado Antunes Rolo PassosuBibliorumMendes, Marta Daniela Rodrigues2015-03-12T10:12:14Z2013-0620132013-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/3142porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:39:27Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/3142Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:44:38.916242Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O presente trabalho encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro capítulo diz respeito à investigação realizada no âmbito da avaliação de procedimentos e normas de preparação e administração de citotóxicos injetáveis, nomeadamente na área da extravasão. O cancro é uma das principais causas de morte em Portugal e uma das situações com maior impacto ao nível da prestação de cuidados hospitalares, sendo que para o seu tratamento é necessário recorrer, muitas vezes, à quimioterapia injetável. Os citotóxicos intravenosos são fármacos muito tóxicos e sem seletividade pelas células tumorais, tendo sido descritos pela literatura vários casos de toxicidade em profissionais de saúde por exposição ocupacional a estes fármacos. Também os doentes podem sofrer com esta toxicidade, nomeadamente se, por qualquer fator, ocorrer uma extravasão. Desta forma, o estudo realizado tem por objetivo avaliar procedimentos de atuação na preparação e administração de citotóxicos injetáveis mas também analisar a necessidade de proceder ao desenvolvimento de um manual de atuação em caso de extravasão. O estudo permitiu-nos verificar que, nos hospitais incluídos no estudo, a preparação de citotóxicos injetáveis é realizada com intervenção farmacêutica (64,1%) e sem intervenção farmacêutica e que a preparação decorre tanto nos serviços farmacêuticos (53,8%) como em hospital de dia, sendo que o local de preparação influencia a classe de profissionais de saúde que prepara os citotóxicos (Fisher’s Exact Test, p<0,001). Também as condições em que decorrem as preparações foram avaliadas e foi possível observar que todos os hospitais inquiridos preparam os antineoplásicos intravenosos em CFLV, não obstante, somente 28 hospitais dos 39 incluídos no estudo (71,8%) possuem estas CFLV inseridas num sistema modular de salas limpas. No que diz respeito à extravasão de citotóxicos injetáveis, verificou-se que 32 dos 39 hospitais inquiridos (82,1%) possuem manual de atuação em caso de extravasão mas somente 10 dos 39 hospitais (25,6%) possuem kit de extravasão, realçando-se o facto de que os que não possuem manual de atuação afirmam ser importante o desenvolvimento de um. Também os procedimentos de documentação das extravasões foram inquiridos e verificou-se que 31 dos 39 hospitais (79,5%) procedem ao registo dos incidentes ocorridos. Através do registo do número de extravasões ocorridas no ano de 2011 por parte dos hospitais e da média de preparações efetuadas diariamente calculámos também a média de extravasões nesse mesmo ano, sendo esta de 0,048% (IC95%: 0,019% - 0,076%), o que vai ao encontro dos valores descritos na literatura. Em suma, perante a verificação de que alguns procedimentos são alvo de lacunas foi desenvolvido um manual de atuação em caso de extravasão com a finalidade de padronizar a atuação dos profissionais de saúde de acordo com guidelines atualizadas. O segundo capítulo relata as atividades que desenvolvi e acompanhei ao longo do meu estágio em farmácia hospitalar. O período de estágio permitiu-me aperceber da importância do farmacêutico hospitalar no domínio dos cuidados de saúde e do medicamento e ainda seguir as atividades realizadas na farmacotecnia, na distribuição em dose unitária, no ambulatório e na logística e armazenamento. Por fim, o terceiro capítulo espelha o meu estágio em farmácia comunitária. O farmacêutico comunitário encontra-se à cabeceira do doente e estabelece uma relevante ligação entre o este e o medicamento, sendo que o estágio me permitiu sentir a importância da farmácia comunitária no acesso aos cuidados básicos de saúde. |
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