Contribuição da alteração deutérica para a génese do depósito de caulino de S. Vicente de Pereira Jusã

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miranda, Alcinda Maria Pires de Lima
Data de Publicação: 1997
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/17936
Resumo: É um facto reconhecido que a alteração superficial, ainda que ligeira, pode provocar o desenvolvimento da caulinite num granito, ainda que por vezes de maneira acessória e mineralogicamente imperceptível. No entanto, poderá um processo de alteração supergénica, por si só, ser responsável pela caulinização "económica" de uma rocha granitóide? Ser gerador de uma transformação tão completa de um importante volume rochoso e do stockwork quartzoso geralmente presente nos depósitos de caulino? A propósito dos depósitos de caulino do SW de Inglaterra e da Bretanha, diversos autores (entre os quais Bristow,1977) têm apresentado listas de argumentos a prion determinantes de uma origem supergénica ou hidrotermal. Todavia, os factos encarados podem normalmente encontrar justificação nas duas ópticas, e esses enunciados de argumentos subluiham sobretudo a ambiguidade dos critérios em que se apoiam os defensores de um modelo genético universal. Só o estudo sistemático de todas as ocorrências espacialmente relacionadas com a caulinização, com particular ênfase para o estudo das inclusões fluidas do quartzo que se presume contemporâneo do processo, permitem afirmar um certo número de parâmetros postulando uma determinada origem, hidrotemal no caso que nos interessa. Foi nesta base que partimos para o estudo do depósito de S. Vicente de Pereira Jus& não pondo no entanto de parte, de modo nenhum, uma contribuição de origem supergénica para o desenvolvimento da caulinização, até porque estamos convictos de que a sobreposição de processos geneticamente diferentes não só é provável como necessária a formação de grandes depósitos, como é o caso deste. O presente trabalho visou portanto abordar, de uma maneira tão precisa quanto possível, alg,ouns tipos de alteração posmagmática tardia (deutéricos, s.1.) supostamente relacionados com a génese do caulino. O estudo articulou-se de modo a caracterizar o ambiente de formação da caulimte, estabelecendo as condições e processos que a favoreceram, cofrontando os resultados obtidos com outros publicados sobre o mesmo assunto. Concluimos que a caulinização se originou à custa de uma componente hidrotermal importante, com um desenvolvimento a cerca de 200' C, sob baixa pressão, num meio pouco salino. Precedendo ou acompanhando este processo, actuaram outros processos tipicamente hidrotemais como a graisenização, a silicificação e a turrnalinização. A caulinte formada neste ambiente é estruturalmente bem ordenada. Um outro tipo de caulimte, mal cristalizada e associada à haloisite, foi também encontrado, correspondendo a uma reactivação tardia do processo, sob condições de meteorização, que se tem vindo a desenvolver, pondo assim em evidência o carácter poligénico do depósito de caulino de S. Vicente de Pereira Jusã.
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Todavia, os factos encarados podem normalmente encontrar justificação nas duas ópticas, e esses enunciados de argumentos subluiham sobretudo a ambiguidade dos critérios em que se apoiam os defensores de um modelo genético universal. Só o estudo sistemático de todas as ocorrências espacialmente relacionadas com a caulinização, com particular ênfase para o estudo das inclusões fluidas do quartzo que se presume contemporâneo do processo, permitem afirmar um certo número de parâmetros postulando uma determinada origem, hidrotemal no caso que nos interessa. Foi nesta base que partimos para o estudo do depósito de S. Vicente de Pereira Jus& não pondo no entanto de parte, de modo nenhum, uma contribuição de origem supergénica para o desenvolvimento da caulinização, até porque estamos convictos de que a sobreposição de processos geneticamente diferentes não só é provável como necessária a formação de grandes depósitos, como é o caso deste. O presente trabalho visou portanto abordar, de uma maneira tão precisa quanto possível, alg,ouns tipos de alteração posmagmática tardia (deutéricos, s.1.) supostamente relacionados com a génese do caulino. O estudo articulou-se de modo a caracterizar o ambiente de formação da caulimte, estabelecendo as condições e processos que a favoreceram, cofrontando os resultados obtidos com outros publicados sobre o mesmo assunto. Concluimos que a caulinização se originou à custa de uma componente hidrotermal importante, com um desenvolvimento a cerca de 200' C, sob baixa pressão, num meio pouco salino. Precedendo ou acompanhando este processo, actuaram outros processos tipicamente hidrotemais como a graisenização, a silicificação e a turrnalinização. A caulinte formada neste ambiente é estruturalmente bem ordenada. Um outro tipo de caulimte, mal cristalizada e associada à haloisite, foi também encontrado, correspondendo a uma reactivação tardia do processo, sob condições de meteorização, que se tem vindo a desenvolver, pondo assim em evidência o carácter poligénico do depósito de caulino de S. Vicente de Pereira Jusã.It is well established that even the slight alteration of a gradtic rock can produce kaolinite although sometimes in discrete amounts. Nevertheless, could a supergenic alteration process on it's own be responsible for the "economic" kaolinization of a granitoid rock? Generate a transformation so complete of an important rocky volume and of the quaxtzose stockwork usually present in kaohn deposits? On account of SW England and Brittany kaolin deposits, several authors (Bristow, 1977, amongst them) have presented argument lists determinatives "a prior? of a supergenic or hydrothermal origin. However, looking at the facts we can find reason in both theories, and these statements of arguments underline above all the ambiguity of principles upon which the defenders of a universal genetic model support themselves. Only the continuous study of the facts spacially related to the kaolinization, with special reference to the study of the quartz fluid inclusions wich we suppose being contemporaneous of the process, allow the establishment of a number of parameters conhnmg a certain origin, hydrotermal in the case of the kaolin deposit of S. Vicente de Pereira JusZ. It was based on this that we studied this deposit. However, we not leave out the possibility of a supergenic contribution for the kaolinization development, even because we are convinced that the addition of genetically Merent processes is not only likely to happen but necessary to the formation of large deposits like this one. This work aimed at approach, as correctelly as possible, some types of late posmagmatic alterations (deuteric, s.1.) probably related with the kaolin genesis. The study was systhematized in a way to point out the environment of the kaolinite formation, establishing conditions and processes that helped the kaolinite growth, comparing the results achieved with others published on the subject. We come to the conclusion that the kailinization started with an important hydrothermal component, developed at about 200°C, under low pressure, in a poor saline environment. Preceding or following this process, other processes typically hydrothermal, such as greisenization, tomalinization and silicification, took place. The kaolinite wich is then formed appears as structurally well orderedpcrystals. Another type of kaolinite, poorly ordered, associated to hdoysite, was also found, corresponding to a late reactivation of the process, under weathering conditions, that has been developing, showing clearly the polygenic characteristics of the S. Vicente de Pereira JusFi kaolin deposit.Universidade de Aveiro10000-01-01T00:00:00Z1997-01-01T00:00:00Z1997info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/17936porMiranda, Alcinda Maria Pires de Limainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:34:08Zoai:ria.ua.pt:10773/17936Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:52:51.153688Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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