Relações de namoro : relações abrangidas e excluídas do artigo 152º do Código Penal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Diana Margarida Pratas
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/26426
Resumo: O estudo aqui levado a cabo, pretende reforçar a importância da introdução dos namorados como sujeitos no crime de violência entre parceiros íntimos e familiares. Para tal, temos de mostrar que o conceito de relações análogas à dos cônjuges sem coabitação, apesar de não ter ficado desprovido de utilidade, poderia ser facilmente substituído pelo conceito de namoro. É um crime que para além das cicatrizes que deixa na vítima, tem consequências nos seus descendentes, podendo este ser o início da formação agressiva dos adolescentes que começam cada vez mais cedo a relacionar-se amorosamente e consequentemente a ter comportamentos agressivos em idades precoces. Mas porque estamos perante um conceito dinâmico, que sofre mutações de cultura para cultura e de tempo para tempo temos de ver que ligações revestem as características de um namoro, principalmente a ligação emocional, para poder excluir relações que podendo não ser esporádicas não vão para lá de uma amizade ou de um conhecimento ocasional. Assim, é necessário olhar a certas especificidades que possam provar a existência de uma expectativa acrescida de confiança, lealdade e respeito, podendo isto ser feito através de comunicações entre os sujeitos processuais, fotografias e vídeos, conhecimento da relação por terceiros e locais onde se movimentam. Contudo, estes exemplos são meros indícios, não se podendo concluir por uma relação de namoro se apenas um dos indícios estiver provado. Sendo um crime transversal a todo o mundo, vemos que ainda há quem não esteja sensibilizado para o facto de os comportamentos agressivos também terem lugar nas relações de namoro, pelo que a melhor maneira de terminar com as divergências doutrinais que ainda persistem, por exemplo no Brasil, é a legislação prever expressamente estas relações. De outra forma, haverá sempre quem não considere que as lesões ocorridas no namoro sejam tão graves como no matrimónio.
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É um crime que para além das cicatrizes que deixa na vítima, tem consequências nos seus descendentes, podendo este ser o início da formação agressiva dos adolescentes que começam cada vez mais cedo a relacionar-se amorosamente e consequentemente a ter comportamentos agressivos em idades precoces. Mas porque estamos perante um conceito dinâmico, que sofre mutações de cultura para cultura e de tempo para tempo temos de ver que ligações revestem as características de um namoro, principalmente a ligação emocional, para poder excluir relações que podendo não ser esporádicas não vão para lá de uma amizade ou de um conhecimento ocasional. Assim, é necessário olhar a certas especificidades que possam provar a existência de uma expectativa acrescida de confiança, lealdade e respeito, podendo isto ser feito através de comunicações entre os sujeitos processuais, fotografias e vídeos, conhecimento da relação por terceiros e locais onde se movimentam. Contudo, estes exemplos são meros indícios, não se podendo concluir por uma relação de namoro se apenas um dos indícios estiver provado. Sendo um crime transversal a todo o mundo, vemos que ainda há quem não esteja sensibilizado para o facto de os comportamentos agressivos também terem lugar nas relações de namoro, pelo que a melhor maneira de terminar com as divergências doutrinais que ainda persistem, por exemplo no Brasil, é a legislação prever expressamente estas relações. De outra forma, haverá sempre quem não considere que as lesões ocorridas no namoro sejam tão graves como no matrimónio.The study carried out here intends to reinforce the importance of introducing intimate partners as subjects of the crime of violence between intimate partners and family members. For this, we have to show that the concept of relationships analogous to that of the spouses without cohabitation although not rendered useless could easily be replaced by the concept of dating relationship. It is a crime that in addition to the scars left on the victim has consequences on their offspring, and this may be the beginning of the aggressive formation of adolescents who begin earlier to relate lovingly and consequently to have aggressive behaviors at an early age. But because we are faced with a dynamic concept that undergoes mutations from culture to culture and from time to time we have to see which connection have the characteristics of a dating, especially the emotional connection, to be able to exclude relations that may not be sporadic do not go there a friendship or an occasional acquaintance. Thus, it is necessary to look for certain specificities that may prove the existence of an increased expectation of trust, loyalty and respect, and this can be done through communications between procedural subjects, photographs and videos, knowledge of the relationship by third parties and places where they move. However, these examples are mere indications and can not be concluded by a dating relationship if only one of the clues is proved. It is a crime that crosses the whole world that there are still those who are not sensitive to the fact that aggressive behavior also takes place in dating relationships so the best way to end the doctrinal divergences that still persist for example in Brazil is legislation expressly provides for dating relationships. Otherwise there will always be those who do not consider that the injuries that occurred in the dating relationship are as serious as in marriage.Ferreira, Maria Elisabete da CostaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaFerreira, Diana Margarida Pratas2018-12-18T11:36:48Z2018-10-232018-10-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/26426TID:202103145porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:31:55Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/26426Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:21:06.373979Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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