Relação Emocional dos pais com o recém-nascido e a vivência do parto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Adelina C A G
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10314/2275
Resumo: A mãe representa um papel importante no desenvolvimento afetivo do recém-nascido e consequentemente nas relações que a criança irá estabelecer ao longo da vida. No entanto, a transição para a parentalidade é um período marcado por grande vulnerabilidade emocional para ambos os progenitores, sendo a relação emocional que se estabelece entre pai e recémnascido também imprescindível no comportamento e desenvolvimento futuro do bebé. A relação emocional entre pais e filho tem sido designada por bonding. O termo bonding foi introduzido por Klaus e Kennell, para descrever a relação única, específica e duradoura que se estabelece entre mãe e o recém-nascido, desde os primeiros contactos a seguir ao parto e que designaram por vínculo-materno-infantil (Figueiredo, 2003, 2013; cit. Klaus e Kennell, 1976). A vinculação da mãe pode ser influenciada por dimensões de carácter biológico, psicológico e sociocultural, que dizem respeito à gravidez, ao parto e ao pós-parto imediato e referem-se à mãe, ao pai e ao recém-nascido. O objetivo deste estudo descritivo-correlacional, transversal, de metodologia quantitativa é identificar a relação emocional de ambos os pais com o filho recém-nascido, compreender a relação das vivências do parto com o tipo de relação emocional dos pais com o recém-nascido e comparar a relação emocional com o filho de cada um dos progenitores. A amostra do estudo foi constituída por 160 mães e 160 pais cujo nascimento do seu filho ocorreu no Serviço de Obstetrícia do Hospital Sousa Martins, Guarda e no Serviço de Obstetrícia do Hospital Cova da Beira, escolhidos por conveniência. Os dados foram recolhidos através da aplicação de um questionário, composto por caraterização sociodemográfica, obstétrica e por uma escala de bonding (Figueiredo et al.; 2005, 2009, 2013), aplicada nas primeiras 48 horas após o nascimento do filho. Não se verificou influência das caraterísticas sociodemográficas e caraterísticas obstétricas no estabelecimento do bonding mãe/filho e pai/filho, no entanto constatou-se que o bonding da mãe está em sintonia com o bonding do pai, ou seja, quando o bonding da mãe é elevado também o bonding do pai é elevado e se o bonding da mãe é baixo também é o do pai. Não sendo, nesta amostra, o bonding influenciado por variáveis sociodemográficas e obstétricas, consideramos que os profissionais de saúde devem continuar a promover a vinculação de ambos os pais ao filho, incentivando para que se envolvam e desfrutem de um momento tão importante e único como é o parto e todas as vivências que lhe estão inerentes.
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