Qualidade das relações significativas da mulher

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Bárbara
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Pacheco, Alexandra P., Costa, Raquel A., Magarinho, Rute
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/5698
Resumo: O estudo apresentado neste artigo destina-se a investigar a qualidade do relacionamento da mulher com pessoas significativas durante a gravidez. Mais precisamente tem por objectivos (1) descrever e comparar a qualidade do relacionamento com o companheiro e com uma outra pessoa significativa e (2) encontrar as características sociais e demográficas e as condições anteriores de existência que se associam à presença de melhores/piores relações com o companheiro e com uma outra pessoa significativa, na gravidez. Uma amostra de 130 participantes (66 adolescentes e 64 adultas) foi avaliada no último trimestre de gestação quanto à qualidade do relacionamento e do apoio por parte do companheiro e de uma outra pessoa significativa (com base no “Self-Evaluation and Social Support”, SESS, Brown, Bifulco, Veiel, & Andrews, 1990; Bifulco, Figueiredo, Guedeney, Gorman, Hays, et al., 2004). A amostra foi recolhida na Maternidade Júlio Dinis (Porto) e é bastante heterogénea do ponto de vista social e demográfico, em características como: a idade, o nível educacional, o estado civil, o estatuto ocupacional e o tipo de agregado familiar, embora seja constituída fundamentalmente por grávidas primíparas (70.8%). Os resultados mostram que a maioria das grávidas tem um relacionamento classificado como ‘médio’, quer com o companheiro (65.6%) quer com a outra pessoa significativa (69.0%) (em 56.6% dos casos a sua própria mãe). Mostram também a presença de diferenças significativas entre o relacionamento com o companheiro e com a outra pessoa significativa: mais actividades partilhadas no relacionamento com o companheiro, mas mais suporte emocional, mais interacção positiva e menos interacção negativa na relação com a outra pessoa significativa. No global, verifica-se que a relação é mais discordante com o companheiro do que com a outra pessoa significativa. Os resultados mostram ainda que, um pior relacionamento com o companheiro pode ser previsto no caso de a grávida ter maior idade e não viver com o companheiro; enquanto que um relacionamento do tipo discordante com o companheiro pode ser previsto no caso de separação ou divórcio parental dos pais durante a infância/adolescência da grávida. Com a outra pessoa significativa, um relacionamento apático associa-se preferencialmente à maior idade materna. O estudo permite concluir que, na gravidez, o relacionamento com o companheiro não é tão positivo quanto o relacionamento com a outra pessoa significativa. Permite igualmente concluir que a maior idade, o facto de ser solteira, a multiparidade, assim como as condições desfavoráveis de existência durante a infância ou adolescência da grávida colocam-na em risco de dificuldades relacionais ou para obter o apoio que necessita por parte do companheiro ou de outras pessoas significativas na transição para a parentalidade.
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