Efeitos terapêuticos do riso
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/11430 |
Resumo: | Introdução: Os distúrbios mentais constituem um dos maiores e mais relevantes desafios da saúde pública. Cerca de 4,4% da população mundial sofre de depressão e em Portugal esta patologia afeta cerca de 10% da população. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão constitui, atualmente, a principal causa de incapacitação em todo o mundo. O tratamento preconizado para o transtorno depressivo passa por um tratamento farmacológico e/ou psicoterapêutico. No entanto, apesar destas intervenções se terem demonstrado eficazes no tratamento destas patologias, acarretam algumas desvantagens, nomeadamente o facto de necessitarem de períodos de tratamento duradouros, terem imensas recaídas, serem mais dispendiosas e possuírem inúmeros efeitos adversos. Os idosos, pelos longos períodos institucionalizados e pelas frequentes comorbilidades requerendo fármacos, são um importante grupo de risco. Assim, surge a necessidade de encontrar terapias alternativas complementares que aumentem a eficácia do tratamento, reduzam a carga farmacológica e melhorem o prognóstico. Diversos ensaios clínicos sugerem as terapias do riso como uma alternativa pelos seus potenciais efeitos fisiológicos benéficos, sendo económica e praticamente sem efeitos adversos. Objetivo: Determinar os efeitos e a eficácia das terapias do riso no tratamento dos sintomas depressivos. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa na PubMed, Scopus e Cochrane de ensaios clínicos publicados em inglês, português ou espanhol, datados entre 2010 e 2020. Utilizaram-se as palavras-chave: laugh* AND depression. Foram selecionados artigos que estudavam a eficácia de um programa de Terapia do Riso no tratamento de sintomas depressivos. O principal outcome analisado foi a Depressão, avaliada por escalas validadas. Outros outcomes analisados foram a ansiedade e a qualidade de sono. Resultados: As terapias do riso parecem conseguir melhorar os sintomas da depressão e a ansiedade. Estes resultados são verificáveis tanto em terapias com exercícios de riso simulado como em terapias de riso induzido pelo humor, pelo que ambos parecem obter benefício terapêutico. No entanto, a qualidade geral dos estudos é baixa devido à presença de risco considerável de vieses inerentes às terapias. Conclusão: As terapias do riso têm potencial para se tornar uma terapia complementar na gestão dos doentes com depressão e ansiedade. Este potencial parece ser mais evidente em idosos no contexto de institucionalização. No entanto, a ausência de guidelines que uniformizem as práticas e a atual evidência científica com riscos consideráveis de vieses, dificultam a aplicabilidade clínica imediata. Recomendamos que mais estudos sejam realizados, com metodologias mais rigorosas. |
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Efeitos terapêuticos do risoO paradigma dos sintomas depressivosAnsiedadeDepressãoHumorRisoRiso HumorísticoRiso SimuladoTerapia do RisoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: Os distúrbios mentais constituem um dos maiores e mais relevantes desafios da saúde pública. Cerca de 4,4% da população mundial sofre de depressão e em Portugal esta patologia afeta cerca de 10% da população. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão constitui, atualmente, a principal causa de incapacitação em todo o mundo. O tratamento preconizado para o transtorno depressivo passa por um tratamento farmacológico e/ou psicoterapêutico. No entanto, apesar destas intervenções se terem demonstrado eficazes no tratamento destas patologias, acarretam algumas desvantagens, nomeadamente o facto de necessitarem de períodos de tratamento duradouros, terem imensas recaídas, serem mais dispendiosas e possuírem inúmeros efeitos adversos. Os idosos, pelos longos períodos institucionalizados e pelas frequentes comorbilidades requerendo fármacos, são um importante grupo de risco. Assim, surge a necessidade de encontrar terapias alternativas complementares que aumentem a eficácia do tratamento, reduzam a carga farmacológica e melhorem o prognóstico. Diversos ensaios clínicos sugerem as terapias do riso como uma alternativa pelos seus potenciais efeitos fisiológicos benéficos, sendo económica e praticamente sem efeitos adversos. Objetivo: Determinar os efeitos e a eficácia das terapias do riso no tratamento dos sintomas depressivos. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa na PubMed, Scopus e Cochrane de ensaios clínicos publicados em inglês, português ou espanhol, datados entre 2010 e 2020. Utilizaram-se as palavras-chave: laugh* AND depression. Foram selecionados artigos que estudavam a eficácia de um programa de Terapia do Riso no tratamento de sintomas depressivos. O principal outcome analisado foi a Depressão, avaliada por escalas validadas. Outros outcomes analisados foram a ansiedade e a qualidade de sono. Resultados: As terapias do riso parecem conseguir melhorar os sintomas da depressão e a ansiedade. Estes resultados são verificáveis tanto em terapias com exercícios de riso simulado como em terapias de riso induzido pelo humor, pelo que ambos parecem obter benefício terapêutico. No entanto, a qualidade geral dos estudos é baixa devido à presença de risco considerável de vieses inerentes às terapias. Conclusão: As terapias do riso têm potencial para se tornar uma terapia complementar na gestão dos doentes com depressão e ansiedade. Este potencial parece ser mais evidente em idosos no contexto de institucionalização. No entanto, a ausência de guidelines que uniformizem as práticas e a atual evidência científica com riscos consideráveis de vieses, dificultam a aplicabilidade clínica imediata. Recomendamos que mais estudos sejam realizados, com metodologias mais rigorosas.Introduction: Mental disorders are one of the biggest and most relevant public health challenges. About 4.4% of the world population suffers from depression and in Portugal this pathology affects about 10% of the population. According to the World Health Organization, depression is currently the main cause of disability worldwide. The recommended treatment for depressive disorder is pharmacological and/or psychotherapeutical. However, although the interventions have been successful in the treatment of these pathologies, they have some disadvantages, namely the fact that they need long-term treatment periods, have a lot of relapses, are more expensive and have numerous adverse effects. The elderly, due to long institutionalized periods and frequent comorbidities requiring drugs, are an important risk group. Thus, there is a need to find complementary alternative therapies that increase the effectiveness of the treatment, reduce the pharmacological burden and improve the prognosis. Several clinical trials suggest Laughter Therapies as an alternative due to their beneficial physiological effects, inferior costs and virtual absence of adverse effects. Objective: Determine the effects and efficacy of Laughter Therapies in the treatment of depressive symptoms. Methodology: A search was executed in PubMed, Scopus and Cochrane for clinical trials published in English, Portuguese or Spanish, between 2010 and 2020. The keywords used were: laugh* AND depression. The selected articles studied the effectiveness of a Laughter Therapy program in the treatment of depressive symptoms. The main outcome analyzed was Depression, assessed by validated scales. Other outcomes were anxiety and sleep quality. Results: Laughter therapies seem to be able to improve symptoms of depression and anxiety. These results are verifiable both in therapies with simulated laughter exercises and in humor-induced laughter, so both seem to obtain therapeutic benefit. However, the overall quality of the studies is low due to the presence of a considerable risk of bias inherent to the therapies. Conclusion: Laughter therapies have the potential to become a complementary therapy in the management of patients with depression and anxiety. This potential seems to be more evident in institutionalized elderly. However, the absence of guidelines that standardize practices and the current scientific evidence with considerable risks of bias, hinder immediate clinical applicability. We recommend the development of further studies, with more rigorous methodologies.Simões, José Augusto RodriguesAleixo, Olga VazuBibliorumCraveiro, José Filipe Moreira2021-12-06T10:57:21Z2021-06-212021-05-032021-06-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11430TID:202789470porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:53Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11430Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:13.602619Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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