O Alinhamento de Portugal com a UE, OTAN e CPLP na Assembleia Geral das Nações Unidas: uma análise comparativa e longitudinal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, Carlos André Assenhas
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/14247
Resumo: A entrada de Portugal para a Organização das Nações Unidas em 1956 foi marcada pelo seu atraso na adesão e pelo isolamento internacional durante as duas décadas seguintes. Cerca de sete anos antes, em 1949, Portugal assinava o Tratado do Atlântico Norte e juntavase a 11 países na fundação da OTAN. Na década de 80 e 90, Portugal entra para a Comunidade Económica Europeia (CEE) e também funda a Comunidade de Países de Língua Português em 1996. Neste contexto, Portugal inicia o processo de incremento da sua presença e influência nos palcos internacionais, como ilustrado pelo seu papel na Assembleia Geral das Nações Unidas. Este estudo procura comparar o padrão de votação de Portugal na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) com os países membros das organizações de que faz parte, nomeadamente a UE, OTAN e CPLP, no período entre 1957 e 2021, ano em que terminou a recolha de dados. Através deste estudo procura-se obter uma visão abrangente das dinâmicas existentes na AGNU e sobretudo o grau de alinhamento político e estratégico de Portugal com as três organizações de que faz parte no plano internacional. Esta análise pretende fornecer contributos valiosos, ainda que exploratórios, sobre a posição e influência de Portugal na arena internacional, contribuindo para uma literatura que salvo raras excepcoes tem negligenciado o caso português. Através de uma análise comparada e longitudinal foi possível entender que Portugal encontra-se muito mais alinhado nas votações da AGNU, com os seus parceiros europeus, no contexto da União Europeia, do que com os parceiros da OTAN e da CPLP. O isolamento português na comunidade internacional chegou ao fim em 1974, e a convergência com outros países torna-se mais expressiva a partir da década de oitenta com a adesão de Portugal a CEE alcançando altos níveis de coesão que se mantém até ao ano de 2021. A convergência com os países não europeus que integram a OTAN é mais baixa comparativamente ao dos membros da UE, destacando-se uma maior divergência em particular com os EUA. Entre as organizações analisadas, a CPLP é a organização analisada com a qual Portugal menos converge nas votações na AGNU, este resultado evidencia as importantes diferenças que separam os países constituintes desta organização, no plano dos interesses, políticas externas e prioridades em questões globais.
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Este estudo procura comparar o padrão de votação de Portugal na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) com os países membros das organizações de que faz parte, nomeadamente a UE, OTAN e CPLP, no período entre 1957 e 2021, ano em que terminou a recolha de dados. Através deste estudo procura-se obter uma visão abrangente das dinâmicas existentes na AGNU e sobretudo o grau de alinhamento político e estratégico de Portugal com as três organizações de que faz parte no plano internacional. Esta análise pretende fornecer contributos valiosos, ainda que exploratórios, sobre a posição e influência de Portugal na arena internacional, contribuindo para uma literatura que salvo raras excepcoes tem negligenciado o caso português. Através de uma análise comparada e longitudinal foi possível entender que Portugal encontra-se muito mais alinhado nas votações da AGNU, com os seus parceiros europeus, no contexto da União Europeia, do que com os parceiros da OTAN e da CPLP. O isolamento português na comunidade internacional chegou ao fim em 1974, e a convergência com outros países torna-se mais expressiva a partir da década de oitenta com a adesão de Portugal a CEE alcançando altos níveis de coesão que se mantém até ao ano de 2021. A convergência com os países não europeus que integram a OTAN é mais baixa comparativamente ao dos membros da UE, destacando-se uma maior divergência em particular com os EUA. Entre as organizações analisadas, a CPLP é a organização analisada com a qual Portugal menos converge nas votações na AGNU, este resultado evidencia as importantes diferenças que separam os países constituintes desta organização, no plano dos interesses, políticas externas e prioridades em questões globais.Portugal's admission to the United Nations Organization (UN) in 1956 was characterized by a delayed entry and subsequent international isolation that persisted for two decades. Notably, seven years prior, in 1949, Portugal had signed the North Atlantic Treaty, aligning itself with 11 other nations to establish NATO. In the 1980s and 1990s, Portugal embarked on a transformative journey, becoming a member of the European Economic Community (EEC) and founding the Community of Portuguese Language Countries (CPLP) in 1996. These milestones marked Portugal's concerted efforts to enhance its global presence and influence, as evidenced by its role within the United Nations General Assembly. This study endeavors to compare Portugal's voting patterns within the United Nations General Assembly (UNGA) to those of member countries within the organizations to which it belongs, namely the European Union (EU), NATO, and CPLP, spanning the period from 1957 to 2021, when data collection concluded. Through this analysis, we aspire to attain a comprehensive understanding of the dynamics at play within the UNGA, primarily focusing on the extent of Portugal's political and strategic alignment with these three international bodies. This investigation aims to offer valuable, albeit exploratory, insights into Portugal's position and influence on the global stage, contributing to literature that has, for the most part, overlooked the Portuguese case. By conducting a comparative and longitudinal examination, it becomes evident that Portugal closely aligns its UNGA voting preferences with its European counterparts within the framework of the European Union, in contrast to its voting patterns within NATO and CPLP. Portugal's era of international isolation concluded in 1974, and its alignment with other nations became increasingly apparent from the 1980s onward, coinciding with its accession to the EEC, which culminated in robust cohesion that endured until 2021. Convergence with non-European NATO member countries falls short of its alignment with EU members, showcasing a notable divergence, particularly with the United States. Among the organizations under scrutiny, CPLP emerges as the one where Portugal exhibits the lowest level of convergence in UNGA voting, underscoring the significant disparities that exist among the constituent countries of this organization concerning their interests, foreign policies, and priorities pertaining to global issues.Silva, Sofia Raquel Serra dauBibliorumCardoso, Carlos André Assenhas2024-02-14T11:33:49Z2023-12-062023-10-092023-12-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/14247TID:203463226porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-21T03:39:26Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/14247Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:39:24.269440Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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