Diferentes características no sono em pacientes com distúrbio dos movimentos periódicos dos membros no sono e síndrome de pernas inquietas : alterações da variabilidade cardíaca e a análise espectral
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/5291 |
Resumo: | Tese de mestrado, Ciências do Sono, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2012 |
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Diferentes características no sono em pacientes com distúrbio dos movimentos periódicos dos membros no sono e síndrome de pernas inquietas : alterações da variabilidade cardíaca e a análise espectralSíndrome de pernas inquietasMovimentos periódicos do sonoVariabilidade da frequência cardíacaSistema nervoso autónomoTransformada de FourierTeses de mestrado - 2012Tese de mestrado, Ciências do Sono, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2012A Síndrome de Pernas Inquietas (SPI) foi identificado em 1672 por Sir Thomas Wills, médico e anatomista inglês (Wills, 1685), mas apenas em 1945 é que o neurologista Karl Ekbom, na Suécia, redescobriu esta síndrome. Apesar da longa história, apenas recentemente tem despertado maior interesse na comunidade médica. A Síndrome de Pernas Inquietas é um distúrbio sensório-motor tipicamente caracterizado pela presença de sensação de desconforto, especialmente nos membros inferiores, sendo aliviada pelo movimento do membro afectado (Kushida, 2007). O paciente sente uma necessidade irresistível e intensa de mover as pernas geralmente acompanhada por sensações disestésicas entre o tornozelo e o joelho. As queixas são dor, ardor, dormência, desconforto, mal estar, peso, sensação de formigueiro, etc. Esta necessidade apresenta uma característica circadiária surgindo ou piorando no final do dia e à noite (Eisenseher et al., 2003). Os indivíduos com SPI queixam-se de ter um sono fragmentado ou mesmo não reparador. Estes pacientes relatam dificuldades em adormecer devido a imobilidade e aos factores circadiários que propiciam o aparecimento dos sintomas da SPI ao deitar. Na maioria dos pacientes, verifica-se a ocorrência de movimentos repetitivos estereotipados, os chamados movimentos periódicos dos membros (MPS) (Montplaisir et al., 2005). Mais de 85 % dos pacientes com SPI tem MPS, envolvendo normalmente os membros inferiores (Kushida, 2007). Estes movimentos são descritos como movimentos clónicos do dedo grande e dorsoflexão do tornozelo com flexões ocasionais do joelho e da anca que ocorrem durante o sono. Contudo estes episódios podem ocorrer durante a vigília (Hening, 2004). Os distúrbios dos movimentos periódicos do sono (DMPMS) são caracterizados por movimentos dos membros que ocorrem durante o sono, muitas vezes sem percepção do doente (Thorpy, 2005), que pode resultar numa queixa de insónia associada a sonolência diurna excessiva associadas a dificuldade em consolidar o sono e/ou a fragmentação do sono devido aos múltiplos microdespertares e despertares efectivos (Becker et al., 2007). A permanente influência exercida pelo sistema nervoso autónomo (SNA) sobre o funcionamento dos diversos órgãos, aparelhos e sistemas que compõem o organismo humano é essencial para a preservação das condições de equilíbrio fisiológico interno. Qualquer factor que provoque o desequilíbrio faz promover respostas orgânicas automáticas e involuntárias com finalidade em reverter o processo e restabelecer o equilíbrio funcional. Com base no facto de que a actividade simpática e parassimpática produzem alterações na frequência cardíaca (FC), a análise da variabilidade da FC (VFC) é um reconhecido parâmetro de avaliação da actividade do SNA. Este trabalho teve como objectivo investigar se indivíduos com SPI e DMPMS têm diferenças nas componentes simpática e parassimpática, medidas pela variabilidade cardíaca, associadas aos eventos motores. Usou-se a análise espectral (Transformada de Fourier), com a finalidade de obter componentes de baixa e alta frequência (LF e HF), que foram usados como indicadores directos da actividade simpática e parassimpática. Procedeu-se a análise do comportamento das componentes LF e HF e da relação LF/HF no período de 10 segundos imediatamente antes do movimento do membro inferior e no 12 período de 10 segundos imediatamente depois do movimento do membro inferior. Foram analisados processos de 60 doentes que recorreram à consulta no CENC – Centro de Electroencefalografia e Neurologia Clínica – Centro do sono da Prof. Doutora Teresa Paiva, com suspeita de SPI e DMPMS que realizaram uma PSG para confirmação da patologia, sendo depois seleccionados 25 indivíduos. A amostra incluiu 11 indivíduos com SPI (7 do sexo feminino e 4 do sexo masculino) e 14 com DMPMS (7 do sexo feminino e 7 do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 25 e 74 anos. Na comparação entre SPI e DMPMS não foram encontradas diferenças na componente LF (simpática) nem antes nem depois do movimento. Para a relação LF/HF, também, não se verificaram diferenças para os períodos antes e depois em cada patologia. A comparação nas mesmas circunstâncias da componente HF (parassimpática) mostrou que era significativamente mais elevada nos DMPMS. A comparação, para cada patologia entre os períodos antes e depois do movimento verificou-se que tanto para a componente LF como HF aumentavam significativamente após o movimento, sem que se verificassem diferenças no quociente LF/HF. Fez-se uma análise subsequente dividindo os indivíduos não por patologia, mas segundo o género. Não se encontraram diferenças, e em ambos os géneros verificou-se um aumento de LF e HF após o movimento. Em síntese, o trabalho comprova dados existentes na literatura com algumas diferenças relativamente a componente LF (simpática) e à influência do género na reactividade autónoma. A ocorrência dos eventos motores nos membros inferiores durante o sono nestas duas patologias em estudo estão associados a alterações da actividade simpática e parassimpática. A análise da VFC é uma ferramenta importante para a observação das alterações autonómicas relacionadas com patologias em estudo.Restless legs syndrome (RLS) was identified in 1672 by Sir Thomas Wills, an English doctor and anatomist (Wills, 1685), but rediscovered only in 1945 in Sweden by the neurologist Karl Ekbom. Despite its long history, it has just recently arisen interest in the medical community. Restless legs syndrome is a sensory-motor disorder typically characterized by the existence of discomfort mainly in legs and being the movement of the affected area the provider of relief (Kushida, 2007).The patient feels an irresistible and intense necessity of moving legs generally followed by dysesthesia sensations between ankle and knee. Pain, ardour, quiet wakefulness, discomfort, dizziness, weight, itching sensation are common complaints. This necessity presents a circadian characteristic emerging or getting worse at the end of the day or at night (Eisenseher et al,.2003). Patients suffering from RLS say their sleep is fragmented and even non-repairing. These patients report difficulties in falling asleep due to immobility and to circadian factors which promote the appearance of symptoms of RLS at sleep time. Among the majority of patients stereotyped repetitive movements, the so-called periodical legs movements (PLM), occur (Montplaisir et al.,2005). More than 85% of patients of RLS suffer from PLM involving lower limbs (Kushida, 2007). These movements are described as clonic movements of big toe and dorsoflexion of ankle with occasional flexions of knee and hip occurring during sleep, although these movements can also happen during wake state (Hening, 2004). The disorders of periodic movements of sleep (DMPMS) are characterized by movements of limbs which occur during sleep and without being recognized by the patient (Thorpy, 2005). This can result in complaints of insomnia associated to an excessive daily lethargy with difficulty in consolidating sleep and/or a disruptive sleep owing to multiple arousals and real awakenings (Becker et al., 2007). The permanent influence of autonomous nervous system (ANS) over the way some organs and systems of human body function is essential to preserving conditions of internal physiological balance. Any factor that causes unbalance promotes organic, non-volunteering and automatic answers that long for reverting the process and restoring functional balance. Bearing in mind the fact that sympathetic and parasympathetic activities produce changes of cardiac frequency (CF), analysing the CF variability (CFV) is an important guideline to assess ANS activity. This work is aimed at investigating if individuals suffering from RLS and DMPMS show differences in their sympathetic and parasympathetic components, measured by cardiac variability and associated to motor events. Spectral analysis (Fourier Transform) was used to obtain low and high frequency components (LF and HF) which were seen as direct markers of sympathetic and parasympathetic activities. It has been studied the behaviour of LF and HF components and the relation LF/HF in the 10-second period immediately before the movement of lower limb and in the 10-second period after the same movement. Out of the sixty processes belonging to patients who attended an appointment in CENC – Centro de Electroencefalografia e Neurologia Clínica – Centro do Sono of Prof. Doutora Teresa Paiva, and who suffered from RLS and DMPMS and who did a PSG to confirm the pathology, were selected 25 individuals. The 14 sample included 11 individuals with RLM (7 female and 4 male) and 14 with DMPMS (7 female and 7 male) aged between 25 and 74 years old. By comparing RLM and DMPMS, no differences before and after the movement have been found in LF (sympathetic) component. In what concerns the relation LF/HF also no differences have been found in both periods in each pathology. The comparison under the same circumstances of HF(parasympathetic) component has shown it was significantly higher among DMPMS. The comparison for each pathology between the period before and after the movement showed that both LF and HF components would significantly increase after movement, though there were no differences in LF/HF quotient. A further analysis has been done, this time with individuals being divided by gender and not by pathology. No differences were found and in both genders there was an increase of LF/HF after movement. In conclusion, this work confirms that some information found in literature is different in what respects LF(sympathetic) component and the influence of gender in autonomous reactivity. The occurrence of motor events in lower limbs during sleep in these two pathologies is associated to changes in sympathetic and parasympathetic activities. The analysis of VFC is an important tool to observe the autonomic changes related to the now studied pathologies.Paiva, Teresa, 1945-Repositório da Universidade de LisboaCorreia, Patrícia Alexandra Ventura, 1982-2012-02-16T13:53:04Z20122012-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/5291porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:46:56Zoai:repositorio.ul.pt:10451/5291Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:30:42.631773Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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