Sincronização do estro em vacas cíclicas: comparação de dois protocolos de inseminação a tempo fixo

• Autor(a) principal: Canotilho, Joaquim António Cravina Ruas
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/5582
• topic: Inseminação artificial; Protocolos clínicos; Sincronização do estro; Vaca leiteira; Raça Frísia Holstein; Concelho de Idanha-a-Nova (Distrito de Castelo Branco, Portugal); Podómetro

Na tentativa de superar o obstáculo da diminuição da fertilidade nos bovinos de leite os protocolos hormonais para inseminação artificial a tempo fixo (IATF) têm vindo cada vez mais a ser utilizados de forma a contornar a necessidade de deteção de cio, sendo este considerado o principal fator responsável pela diminuição da fertilidade após a inseminação artificial (IA) neste sector. Neste estudo procurou-se avaliar de forma prática o resultado da introdução de um protocolo Ovsynch modificado (G6G-Ovsynch) numa exploração de bovinos da raça Frísia Holstein, do concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco através da comparação da proporção de diagnósticos de gestação positivos com o protocolo em vigor (Presynch-Ovsynch). No estudo 133 vacas em lactação foram incluídas aleatoriamente em dois grupos de estudo, o grupo Presynch-Ovsynch (n=65) e o grupo G6G-Ovsynch (n=68). De forma a validar os resultados obtidos, foi estabelecida uma linha base comparativa em relação à idade e aos dias entre o último parto e o início dos programas de IATF. A exploração em estudo utiliza podómetros como método auxiliar de deteção de estro pelo que, de forma a não interferir com o normal funcionamento da mesma, os animais indicados como estando em cio pelo sistema de podometria iam sendo inseminados através do método AM-PM e consequentemente excluídos do protocolo de IATF. O diagnóstico de gestação da IA após deteção de cio assim como a eficiência da associação do programa de IATF com a podometria foram também avaliados. No fim do estudo 27,3% (35/128) dos animais ficaram gestantes. No grupo G6G-Ovsynch obteve-se uma taxa total de diagnósticos de gestação positivos superior ao grupo Presynch-Ovsynch [29,9% (20/67) vs 24,6% (15/61) respetivamente], a taxa de gestação dos animais que completaram o protocolo e foram sujeitos a IATF foi também superior [33,3% (19/57) vs 24,6% (15/61) respetivamente]. No caso dos animais inseminados após deteção de cio, o grupo Presynch-Ovsynch obteve uma taxa de gestação superior em comparação com o grupo G6G-Ovsynch [23,1% (9/39) vs 10% (1/10) respetivamente]. Nenhum dado evidenciou diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao tipo de protocolo e diagnóstico de gestação, tanto nos animais sujeitos a IA (p= 0,663) como a IATF (p=0,5612). Assim sendo, pouco se pode concluir, com base no tratamento estatístico, sobre a eficiência do programa G6G-Ovsynch relativamente ao programa Presynch-Ovsynch. Estudos futuros deverão ser feitos com uma maior amostra populacional e um desenho experimental mais completo de forma a avaliar eventuais diferenças entre os dois protocolos de IATF assim como definir o melhor método de utilização em conjunto com a utilização de podómetros.