Capacidade funcional e qualidade de vida: um estudo com pessoas mais velhas a viver na comunidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/2184 |
Resumo: | Contexto e objetivos do estudo. O envelhecimento humano é um conjunto de alterações biológicas, psicológicas e sociais (Sequeira, 2010), sendo uma grande conquista da humanidade (Sowers & Rowe, 2007). A capacidade funcional é fulcral para a saúde dos mais velhos, integrando a habilidade de desempenho na vida diária e a capacidade para agir autonomamente/tomar decisões (Martínez & Astorga, 2009). Por qualidade de vida entende-se um conjunto de “outcomes” do processo de envelhecimento bem-sucedido, incluindo afeto positivo, significado na vida, manutenção de atividades produtivas e relacionamentos valorizados (Kahana & Kahana, 1996). Segundo a investigação, a participação/envolvimento social em idade avançada está positivamente associada ao desempenho nas atividades instrumentais da vida diária (Tomioka et al., 2016a, 2017), e ser socialmente ativo associa-se a melhor qualidade de vida (Khan & Tahir, 2014). Neste contexto, analisar a capacidade funcional e a qualidade de vida é fundamental para o desenvolvimento e implementação de intervenções com vista a melhoria da qualidade de vida dos mais velhos (Kumar & Majumdar, 2014; Martínez & Astorga, 2009; Sahin et al., 2015). Face ao exposto, define-se como objetivo deste estudo analisar a capacidade funcional e a qualidade de vida de pessoas mais velhas que participam em Programas/Projetos de Intervenção Autárquica. Método. Fizeram parte deste estudo quantitativo 104 participantes com 55 ou mais anos, sendo que 52 participam em Programas/Projetos de Intervenção Autárquica (grupo PIA) e 52 não participam (grupo Comparação). Este último grupo foi emparelhado em termos de género e grupo etário com o grupo PIA. Na recolha de dados utilizou-se um Questionário Sociodemográfico e de Participação Social elaborado para o efeito, o Índice de Lawton e Brody (Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2010) e a Escala WHOQOL-Bref (WHOQOL-Group, 1998; Canavarro et al., 2010). Resultados. Os 104 participantes têm uma média de idade de 72,6 + 5,9 anos, 80,8% são mulheres e maioritariamente casados (61,5%). Relativamente às atividades instrumentais da vida diária, quando comparados os dois grupos não se observaram diferenças estatisticamente significativas, sendo que 51,0% dos participantes são independentes, 49,0% são moderadamente dependentes e nenhum severamente dependente. Quanto à qualidade de vida observaram-se diferenças estatisticamente significativas, entre o grupo PIA e o grupo Comparação, na faceta geral (t = 2,366; p = 0,020), com o grupo Comparação a apresentar valor médio mais elevado (M = 67,5; DP = 15,9 vs. M = 60,6; DP = 14,1), o que poderá dever-se ao facto de também participarem em atividades, embora não inseridas nos programas autárquicos. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas na qualidade de vida em função do grau de dependência, no domínio ambiente (F (3,100) = 4,030, p = 0,009), e em função do género, na faceta geral (F (3,100) = 3,400, p = 0,021). Conclusão. Os programas/projetos autárquicos, e as outras atividades sociais não inseridas nesses mesmos, parecem ser fulcrais na promoção da qualidade de vida e, talvez na manutenção da funcionalidade destas pessoas idosas, apesar de não existirem diferenças significativas entre os grupos na capacidade funcional. Assim, recomenda-se que as pessoas idosas mantenham um envolvimento ativo com a vida. |
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Capacidade funcional e qualidade de vida: um estudo com pessoas mais velhas a viver na comunidadeEnvelhecimentoCapacidade funcionalQualidade de vidaEnvolvimento socialGerontologia SocialAgingFunctional capacityQuality of lifeSocial engagementSocial GerontologyContexto e objetivos do estudo. O envelhecimento humano é um conjunto de alterações biológicas, psicológicas e sociais (Sequeira, 2010), sendo uma grande conquista da humanidade (Sowers & Rowe, 2007). A capacidade funcional é fulcral para a saúde dos mais velhos, integrando a habilidade de desempenho na vida diária e a capacidade para agir autonomamente/tomar decisões (Martínez & Astorga, 2009). Por qualidade de vida entende-se um conjunto de “outcomes” do processo de envelhecimento bem-sucedido, incluindo afeto positivo, significado na vida, manutenção de atividades produtivas e relacionamentos valorizados (Kahana & Kahana, 1996). Segundo a investigação, a participação/envolvimento social em idade avançada está positivamente associada ao desempenho nas atividades instrumentais da vida diária (Tomioka et al., 2016a, 2017), e ser socialmente ativo associa-se a melhor qualidade de vida (Khan & Tahir, 2014). Neste contexto, analisar a capacidade funcional e a qualidade de vida é fundamental para o desenvolvimento e implementação de intervenções com vista a melhoria da qualidade de vida dos mais velhos (Kumar & Majumdar, 2014; Martínez & Astorga, 2009; Sahin et al., 2015). Face ao exposto, define-se como objetivo deste estudo analisar a capacidade funcional e a qualidade de vida de pessoas mais velhas que participam em Programas/Projetos de Intervenção Autárquica. Método. Fizeram parte deste estudo quantitativo 104 participantes com 55 ou mais anos, sendo que 52 participam em Programas/Projetos de Intervenção Autárquica (grupo PIA) e 52 não participam (grupo Comparação). Este último grupo foi emparelhado em termos de género e grupo etário com o grupo PIA. Na recolha de dados utilizou-se um Questionário Sociodemográfico e de Participação Social elaborado para o efeito, o Índice de Lawton e Brody (Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2010) e a Escala WHOQOL-Bref (WHOQOL-Group, 1998; Canavarro et al., 2010). Resultados. Os 104 participantes têm uma média de idade de 72,6 + 5,9 anos, 80,8% são mulheres e maioritariamente casados (61,5%). Relativamente às atividades instrumentais da vida diária, quando comparados os dois grupos não se observaram diferenças estatisticamente significativas, sendo que 51,0% dos participantes são independentes, 49,0% são moderadamente dependentes e nenhum severamente dependente. Quanto à qualidade de vida observaram-se diferenças estatisticamente significativas, entre o grupo PIA e o grupo Comparação, na faceta geral (t = 2,366; p = 0,020), com o grupo Comparação a apresentar valor médio mais elevado (M = 67,5; DP = 15,9 vs. M = 60,6; DP = 14,1), o que poderá dever-se ao facto de também participarem em atividades, embora não inseridas nos programas autárquicos. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas na qualidade de vida em função do grau de dependência, no domínio ambiente (F (3,100) = 4,030, p = 0,009), e em função do género, na faceta geral (F (3,100) = 3,400, p = 0,021). Conclusão. Os programas/projetos autárquicos, e as outras atividades sociais não inseridas nesses mesmos, parecem ser fulcrais na promoção da qualidade de vida e, talvez na manutenção da funcionalidade destas pessoas idosas, apesar de não existirem diferenças significativas entre os grupos na capacidade funcional. Assim, recomenda-se que as pessoas idosas mantenham um envolvimento ativo com a vida.Context and objectives. Human aging is a set of biological, psychological and social changes (Sequeira, 2010), being a great achievement of mankind (Sower & Rowe, 2007). Functional capacity is the key to the health of the elderly, integrating the ability to perform in daily life, the capacity to act autonomously and to make decisions (Martínez & Astorga, 2009). For quality of life is referred a set of outcomes of successful aging process, including positive affect, meaning in life, maintenance of productive activities and valued relationships (Kahana & Kahana, 1996). According to the research, social participation/involvement in advanced age is positively associated with performance in the instrumental activities of daily living (Tomioka et al., 2016a, 2017), and being socially active is associated with a better quality of life (Khan & Tahir, 2014). In this context, analyzing functional capacity and quality of life is important for the development and implementation of interventions with the purpose of improving the quality of life of the elderly (Kumar & Majumdar, 2014; Martínez & Astorga, 2009; Sahin et al., 2015). Therefore, it is defined as the objective of this study to analyze the functional capacity and the quality of life of older people participating in Autarchic Intervention Programs/Projects. Method. A total of 104 participants aged 55 years or older took part in this quantitative study, 52 of whom attended the Autarchic Intervention Programs/Projects (PIA group) and 52 didn’t attend (Comparison group). The Comparison group was paired in terms of gender and age group with the PIA group. In the data collection, were used a Sociodemographic and Social Participation Questionnaire, developed for this purpose, the Lawton and Brody Index (Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2010) and the WHOQOL-Bref Scale (WHOQOL-Group, 1998; Canavarro et al., 2010). Results. Of the 104 participants, 80.8% were women, with a mean age of approximately 73 years (M = 72.6, SD = 5.9) and mostly married (61.5%). Regarding the instrumental activities of daily living, when comparing the two groups, no statistically significant differences were observed, with 51.0% of the participants being independent, 49.0% moderately dependent and none severely dependent. In relation to quality of life, there were statistically significant differences between the PIA group and the Comparison group in the general facet (t = 2.366, p = 0.020), with the Comparison group presenting the highest mean value (M = 67.5, SD = 15.9 vs. M = 60.6, SD = 14.1), which may be due to the fact that they also participate in activities, although not included in the municipal programs. There were statistically significant differences in the quality of life in function of the degree of dependence in the environmental domain (F (3.100) = 4.030, p = 0.009), and according to gender in the general facet (F (3.100) = 3.400, p = 0.021). Conclusion. Autarchic programs/projects, and other social activities not included in them, appear to be central in the promotion of quality of life, and perhaps in maintaining the functionality of these elderly people, although there are no significant differences between groups in functional capacity. Thus, it is recommended that elderly maintain an active involvement with life.2019-05-17T10:03:29Z2019-02-25T00:00:00Z2019-02-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/2184TID:202246450porFernandes, Ana Cláudia Pereirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-14T07:40:21Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/2184Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:43:01.434879Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Contexto e objetivos do estudo. O envelhecimento humano é um conjunto de alterações biológicas, psicológicas e sociais (Sequeira, 2010), sendo uma grande conquista da humanidade (Sowers & Rowe, 2007). A capacidade funcional é fulcral para a saúde dos mais velhos, integrando a habilidade de desempenho na vida diária e a capacidade para agir autonomamente/tomar decisões (Martínez & Astorga, 2009). Por qualidade de vida entende-se um conjunto de “outcomes” do processo de envelhecimento bem-sucedido, incluindo afeto positivo, significado na vida, manutenção de atividades produtivas e relacionamentos valorizados (Kahana & Kahana, 1996). Segundo a investigação, a participação/envolvimento social em idade avançada está positivamente associada ao desempenho nas atividades instrumentais da vida diária (Tomioka et al., 2016a, 2017), e ser socialmente ativo associa-se a melhor qualidade de vida (Khan & Tahir, 2014). Neste contexto, analisar a capacidade funcional e a qualidade de vida é fundamental para o desenvolvimento e implementação de intervenções com vista a melhoria da qualidade de vida dos mais velhos (Kumar & Majumdar, 2014; Martínez & Astorga, 2009; Sahin et al., 2015). Face ao exposto, define-se como objetivo deste estudo analisar a capacidade funcional e a qualidade de vida de pessoas mais velhas que participam em Programas/Projetos de Intervenção Autárquica. Método. Fizeram parte deste estudo quantitativo 104 participantes com 55 ou mais anos, sendo que 52 participam em Programas/Projetos de Intervenção Autárquica (grupo PIA) e 52 não participam (grupo Comparação). Este último grupo foi emparelhado em termos de género e grupo etário com o grupo PIA. Na recolha de dados utilizou-se um Questionário Sociodemográfico e de Participação Social elaborado para o efeito, o Índice de Lawton e Brody (Lawton & Brody, 1969; Sequeira, 2010) e a Escala WHOQOL-Bref (WHOQOL-Group, 1998; Canavarro et al., 2010). Resultados. Os 104 participantes têm uma média de idade de 72,6 + 5,9 anos, 80,8% são mulheres e maioritariamente casados (61,5%). Relativamente às atividades instrumentais da vida diária, quando comparados os dois grupos não se observaram diferenças estatisticamente significativas, sendo que 51,0% dos participantes são independentes, 49,0% são moderadamente dependentes e nenhum severamente dependente. Quanto à qualidade de vida observaram-se diferenças estatisticamente significativas, entre o grupo PIA e o grupo Comparação, na faceta geral (t = 2,366; p = 0,020), com o grupo Comparação a apresentar valor médio mais elevado (M = 67,5; DP = 15,9 vs. M = 60,6; DP = 14,1), o que poderá dever-se ao facto de também participarem em atividades, embora não inseridas nos programas autárquicos. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas na qualidade de vida em função do grau de dependência, no domínio ambiente (F (3,100) = 4,030, p = 0,009), e em função do género, na faceta geral (F (3,100) = 3,400, p = 0,021). Conclusão. Os programas/projetos autárquicos, e as outras atividades sociais não inseridas nesses mesmos, parecem ser fulcrais na promoção da qualidade de vida e, talvez na manutenção da funcionalidade destas pessoas idosas, apesar de não existirem diferenças significativas entre os grupos na capacidade funcional. Assim, recomenda-se que as pessoas idosas mantenham um envolvimento ativo com a vida. |
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