Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melhorado, F.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Moreira, T.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.19084/rca.15402
Resumo: O estudo realizado visou analisar a possível variação de regime estomático entre azinheiras regadas e azinheiras sob o clima natural ao longo das estações do ano. O projecto teve lugar num montado situado na Mitra, pólo universitário localizado a cerca de 13 km da cidade de Évora, região sudeste de Portugal. Recorremos a duas árvores isoladas, dentro do montado, para melhor caracterizar o padrão sazonal do regime estomático entre azinheiras regadas e padrão. As resistências estomáticas foram medidas com um porómetro (?AP4) em três períodos diurnos (manhã, meio-dia e ocaso) ao longo do ano hidrológico de 2001-02. Durante o período de Verão as resistências estomáticas da árvore regada foram significativamente diferentes (99%; alfa = 0,01) da árvore padrão, apresentando sempre o dobro da abertura estomática relativamente à árvore padrão. Verificando-se esta relação ao longo dos três períodos de medição diários. As resistências médias do período de Verão, seguem ao longo do dia, uma curva exponencial (com r2 = 0,99) em ambas árvores, com um máximo de resistência no ocaso. No Inverno as diferenças nas resistências estomáticas entre a azinheira regada e a padrão são significativas (a 99%; alfa = 0,01) ao longo do dia. Verificando-se uma alteração no padrão diário das resistências, tornando-se mais visível o “middayclosure”, particularmente na azinheira padrão. As curvas de resistência seguem um padrão bimodal (r2 = 1) em ambas azinheiras com o pico máximo ao meio-dia. Na azinheira regada, apesar da resistência máxima se verificar também ao meio-dia, a diferença para o período da manhã e ocaso não é muito pronunciada. Na análise da variação sazonal do regime estomático verifica-se a existência de diferenças significativas entre a azinheira regada e a padrão, no que concerne à amplitude de abertura estomática sendo o padrão comportamental diurno entre as duas azinheiras idêntico tanto no Verão como no Inverno. Conclui-se que a diferença entre o Verão e o Inverno no padrão comportamental da espécie, ou seja, a passagem de aumento exponencial das resistências para bimodal no Inverno, onde se evidencia o “midday-closure”, se deve, provavelmente, à menor solicitação evaporativa durante o ocaso no período de Inverno. Confirmou-se a existência do “middayclosure” na espécie como uma adaptação não rígida, dependente da disponibilidade hídrica do solo.
id RCAP_3553f85321f60143de1a0e7b461cc901
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/15402
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadasPadrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadasGeralO estudo realizado visou analisar a possível variação de regime estomático entre azinheiras regadas e azinheiras sob o clima natural ao longo das estações do ano. O projecto teve lugar num montado situado na Mitra, pólo universitário localizado a cerca de 13 km da cidade de Évora, região sudeste de Portugal. Recorremos a duas árvores isoladas, dentro do montado, para melhor caracterizar o padrão sazonal do regime estomático entre azinheiras regadas e padrão. As resistências estomáticas foram medidas com um porómetro (?AP4) em três períodos diurnos (manhã, meio-dia e ocaso) ao longo do ano hidrológico de 2001-02. Durante o período de Verão as resistências estomáticas da árvore regada foram significativamente diferentes (99%; alfa = 0,01) da árvore padrão, apresentando sempre o dobro da abertura estomática relativamente à árvore padrão. Verificando-se esta relação ao longo dos três períodos de medição diários. As resistências médias do período de Verão, seguem ao longo do dia, uma curva exponencial (com r2 = 0,99) em ambas árvores, com um máximo de resistência no ocaso. No Inverno as diferenças nas resistências estomáticas entre a azinheira regada e a padrão são significativas (a 99%; alfa = 0,01) ao longo do dia. Verificando-se uma alteração no padrão diário das resistências, tornando-se mais visível o “middayclosure”, particularmente na azinheira padrão. As curvas de resistência seguem um padrão bimodal (r2 = 1) em ambas azinheiras com o pico máximo ao meio-dia. Na azinheira regada, apesar da resistência máxima se verificar também ao meio-dia, a diferença para o período da manhã e ocaso não é muito pronunciada. Na análise da variação sazonal do regime estomático verifica-se a existência de diferenças significativas entre a azinheira regada e a padrão, no que concerne à amplitude de abertura estomática sendo o padrão comportamental diurno entre as duas azinheiras idêntico tanto no Verão como no Inverno. Conclui-se que a diferença entre o Verão e o Inverno no padrão comportamental da espécie, ou seja, a passagem de aumento exponencial das resistências para bimodal no Inverno, onde se evidencia o “midday-closure”, se deve, provavelmente, à menor solicitação evaporativa durante o ocaso no período de Inverno. Confirmou-se a existência do “middayclosure” na espécie como uma adaptação não rígida, dependente da disponibilidade hídrica do solo.This project aims to study the possible variation in stomata regime between irrigated oak trees Quercus rotundifolia Lam. and the same trees under natural environmental conditions at the different seasons of the year. The study was carried in a montado situated in Mitra, southeast of Portugal, at 13 km from Évora. For this project two isolated trees were selected, one irrigated to keep the plant regularly water supplied and the other subjected to the typical dryness of our summer (we will call this the standard tree). The stomatal resistance was measured with a porometer (?AP4) at three daily periods (morning, noon and sunset) in the hydrologic year of 2001-02. During the summer the stomata resistances of the irrigated tree were significantly different from the standard (99%; alfa = 0,01), presenting always the double of the stomatic aperture of the standard tree. This relation lasted through all daily periods of the season. In the summer the average of stomata resistances in both trees follows an exponential curve (r2 = 0,99), with a maximum of resistance at the sunset. In winter, the differences in stomata resistance between the two trees are significative (at 99%; alfa = 0,01) over all daily period. And we have observed a change in the daily variation pattern of the resistances, becoming more visible a midday-closure, especially in the standard tree. The resistance curves follow a bimodal pattern (r2 = 1) in both trees with the maximum at noon. In the irrigated tree, however, the maximum resistance occurs at noon as in the standard tree, but with a much lower value, and not very different from the values that occur in the morning and at the sunset. In the analysis taken to the variation of seasonal pattern in stomatal regime, we have saw the existence of significant differences between irrigated and standard Quercus rotundifolia Lam. in stomatal aperture, but the daily behavior over the seasons (Summer-Winter) is identical in both trees, following the same type of curves. We have concluded that the difference between summer and winter in the behavior of the species, that is, the passage of an exponential type of stomata response in summer to the bimodal in winter, is due, probably, to the inferior evaporative demand at sunset during wintertime. We have confirmed the existence of stomata midday-closure in this species, showing that adaptation of the specie isn’t rigid and depends on the water availability in the soil.Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal2018-11-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.19084/rca.15402por2183-041X0871-018XMelhorado, F.Moreira, T.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T09:23:36Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/15402Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:30:27.429119Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
title Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
spellingShingle Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
Melhorado, F.
Geral
title_short Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
title_full Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
title_fullStr Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
title_full_unstemmed Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
title_sort Padrão sazonal do regime estomático em azinheiras (Quercus rotundifolia Lam.) regadas
author Melhorado, F.
author_facet Melhorado, F.
Moreira, T.
author_role author
author2 Moreira, T.
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Melhorado, F.
Moreira, T.
dc.subject.por.fl_str_mv Geral
topic Geral
description O estudo realizado visou analisar a possível variação de regime estomático entre azinheiras regadas e azinheiras sob o clima natural ao longo das estações do ano. O projecto teve lugar num montado situado na Mitra, pólo universitário localizado a cerca de 13 km da cidade de Évora, região sudeste de Portugal. Recorremos a duas árvores isoladas, dentro do montado, para melhor caracterizar o padrão sazonal do regime estomático entre azinheiras regadas e padrão. As resistências estomáticas foram medidas com um porómetro (?AP4) em três períodos diurnos (manhã, meio-dia e ocaso) ao longo do ano hidrológico de 2001-02. Durante o período de Verão as resistências estomáticas da árvore regada foram significativamente diferentes (99%; alfa = 0,01) da árvore padrão, apresentando sempre o dobro da abertura estomática relativamente à árvore padrão. Verificando-se esta relação ao longo dos três períodos de medição diários. As resistências médias do período de Verão, seguem ao longo do dia, uma curva exponencial (com r2 = 0,99) em ambas árvores, com um máximo de resistência no ocaso. No Inverno as diferenças nas resistências estomáticas entre a azinheira regada e a padrão são significativas (a 99%; alfa = 0,01) ao longo do dia. Verificando-se uma alteração no padrão diário das resistências, tornando-se mais visível o “middayclosure”, particularmente na azinheira padrão. As curvas de resistência seguem um padrão bimodal (r2 = 1) em ambas azinheiras com o pico máximo ao meio-dia. Na azinheira regada, apesar da resistência máxima se verificar também ao meio-dia, a diferença para o período da manhã e ocaso não é muito pronunciada. Na análise da variação sazonal do regime estomático verifica-se a existência de diferenças significativas entre a azinheira regada e a padrão, no que concerne à amplitude de abertura estomática sendo o padrão comportamental diurno entre as duas azinheiras idêntico tanto no Verão como no Inverno. Conclui-se que a diferença entre o Verão e o Inverno no padrão comportamental da espécie, ou seja, a passagem de aumento exponencial das resistências para bimodal no Inverno, onde se evidencia o “midday-closure”, se deve, provavelmente, à menor solicitação evaporativa durante o ocaso no período de Inverno. Confirmou-se a existência do “middayclosure” na espécie como uma adaptação não rígida, dependente da disponibilidade hídrica do solo.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-11-09T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.19084/rca.15402
url https://doi.org/10.19084/rca.15402
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2183-041X
0871-018X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130171469463552