Characterization of Cetaceans in the south coast of Portugal between Lagos and Cape São Vicente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Joana Madeira Cardoso de, 1985-
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/2422
Resumo: Tese de mestrado. Biologia (Ecologia Marinha)Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2010
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spelling Characterization of Cetaceans in the south coast of Portugal between Lagos and Cape São VicenteMamíferos aquáticosCetáceosGolfinhosAlgarve - PortugalTeses de mestrado - 2010Tese de mestrado. Biologia (Ecologia Marinha)Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2010A Costa Sul de Portugal Continental é uma das regiões do país mais populares para observação de cetáceos na natureza, contando actualmente com a presença de 14 empresas licenciadas para a actividade. No entanto, os conhecimentos e os estudos realizados sobre cetáceos nesta região são muito limitados. De facto, grande parte da informação sobre a ocorrência de cetáceos na Costa Algarvia é proveniente de dados de arrojamentos, que indicam a possivel presença de 11 espécies de cetáceos diferentes. Para uma melhor compreensão da utilização das águas a Sul da Península Ibérica pelas diferentes espécies de cetáceos que aí ocorrem, é necessária uma caracterização das espécies ou populações existentes ao largo da costa algarvia. Neste sentido, pretende-se com este projecto levar a cabo uma caracterização da área entre Lagos e o Cabo de São Vicente no que se refere às espécies de cetáceos que aí possam ocorrer e comparar os resultados obtidos com dados disponíveis referentes às populações estudadas até ao Estreito de Gibraltar. Para este estudo utilizar-se-ão dados recolhidos em cooperação com uma empresa de Whale watching “Mar Ilimitado”, tomada como plataforma de oportunidade para recolha de dados no campo. A recolha dos dados está limitada à área abrangida pela empresa (Sagres-Lagos), bem como pelo limite de distância à costa a que a embarcação está sujeita, no caso em questão 5 milhas. Para o presente estudo serão recolhidos e analisados dados correspondentes à época de 2009, complementados com dados anteriormente recolhidos pelos técnicos da empresa, correspondentes a uma série temporal com início no ano de 2005. Pretende-se também complementar estes dados com informações fornecidas por outras empresas existentes ao longo da costa algarvia. Com este projecto espera-se obter os conhecimentos necessários para a caracterização das populações de cetáceos ocorrentes na costa Sudoeste de Portugal e contribuir para o alargamento desses conhecimentos à costa Sudoeste da Península Ibérica. Especificamente, espera-se obter uma listagem das espécies de cetáceos que ocorrem entre Lagos e o Cabo de São Vicente; uma base de dados de ocorrência, distribuição e abundância de cetáceos na área de estudo; catálogos destinados a permitir a foto-identificação dos cetáceos ocorrentes na área de estudo, em particular os golfinhos comuns, a espécie consistentemente mais observada na região; mapas com a distribuição das espécies, grupos ou indivíduos observados ao longo do período coberto pelo estudo; mapas de possíveis hotspots para as espécies presentes; distribuição das espécies em relação à batimetria e declive da área de estudo; análise da coesão e estrutura dos grupos; presença ou ausência de crias para as espécies mais 6 frequentemente avistadas, nomeadamente o golfinho comum e o golfinho roaz; comparar o catálogo de foto-identificação de golfinho comum, elaborados no âmbito deste projecto, com documentos equivalentes abrangendo ocorrências no Golfo de Cádiz. Entre os anos de 2005 a 2009, inclusive, foram avistados na área de estudo 556 grupos de golfinhos comuns, resultando numa taxa de avistamento (ER) de 2.01 avistamentos.100 km-1. Apenas durante o ano de 2009, foram avistados 228 grupos de cetáceos, correspondendo ao encontro de 6 espécies diferentes na área. Entre estes, a espécie mais avistada foi o Golfinho Comum (182 avistamentos; ER = 1,9 avistamentos.100km-1), o Boto (22 avistamentos; ER = 0,2 avistamentos.100km-1) e Golfinho Roaz (20 avistamentos; ER = 0,2 avistamentos.100km-1). As restantes espécies foram observadas ocassionalmente resultanto em, 2 avistamentos de Grampos, um avistamento de Baleia anã e um avistamento de Baleia de bossa. Em relação à batimetria, 99,3% dos avistamentos de golfinhos comuns ocorreram entre 50-200 m de profundidade. Em relação ao Boto e ao Golfinho Roaz, 100% dos avistamentos ocorreram entre 50-200 m de profundidade. O declive da área de estudo não é muito acentuado, sendo que no caso do Golfinho Roaz e do Boto, 100% dos avistamentos ocorreram na classe de declive de 0 – 80 m.km-1. Quanto ao golfinho comum 98,6% dos avistamentos ocorreram na classe de declive de 0 – 80 m.km-1. A presença de crias de golfinhos comuns e roazes, foi uma constante durante o período amostrado. Em mais de 50% dos avistamentos de golfinhos roazes, durante o ano de 2009, crias estavam presentes no grupo; em relação ao Golfinho comum, usou-se o teste não paramétrico Kruskal-Wallis, com um intervalo de confiança de 95%, para comparar as diferenças entre os anos de 2005 a 2009 em relação à presença/ausência de crias. Verificou-se que existem diferenças significativas em relação ao esforço, de ano para ano, para encontrar pelo menos um grupo com crias (H=91,6; p << 0,05). O cátalogo de foto-identificação de Golfinhos Comuns, iniciado no verão de 2009, permitiu o registo de 342 indivíduos. Ao comparar-se este catálogo com o já existente para o Golfo de Cádiz, com 223 indivíduos (catálogo pertencente à CIRCÉ), não foi registada qualquer coincidência de indivíduos. No entanto este resultado não significa que não possa existir fluxo de individuos entre as regiões. A epóca de amostragem é limitada, bem como o número de fotografias recolhidas e passíveis de usar para fins de foto-identificação. Desta forma é necessário manter ambos os catálogos em constante actualização e comparação. O uso de plataformas de oportunidade, barcos de Whale watching, para a recolha de fotografias destinadas a foto-identificação deve continuar e ser incentivado. 7 Apesar destes resultados apresentarem várias limitações tal como o facto de a amostragem ser referente a uma pequena área geográfica da costa algarvia e à região costeira, bem como a períodos sazonais, neste caso à época de verão, sugerem que esta área pode ser particularmente interessante em termos de abundância e diversidade de cetáceos. De acordo com os mapas de distribuição, existe um enorme potencial de zonas de hotspot principalmente para o golfinho comum, no entanto estes resultados também revelam a presença de espécies ameaçadas tal como o Golfinho Roaz e o Boto. A determinação de hotspots para estas espécies, no presente estudo, é no entanto muito limitada uma vez que apenas se estão a analisar dados referentes a um curto espaço temporal. É necessário continuar o trabalho desenvolvido, e expandi-lo a áreas mais abrangentes, quer ao longo e ao largo da costa algarvia, bem como para zonas fora da plataforma continental. Os cetáceos são animais com enorme mobilidade e grande distribuição. Medidas efectivas de conservação e estudo devem ter em conta a relação entre as populações e o seu habitat. Desta forma é necessário perceber quais são os habitats usados com maior frequência. O uso do habitat por parte destas espécies, está relacionado com factores ambientais (bióticos e abióticos), tais como a disponibilidade de alimento, épocas de reprodução e acasalamento e, por exemplo, a temperatura da água. É necessário recolher mais informação, não só no Sul de Portugal, mas também em todo o restante Golfo de Cádiz, para se conseguir obter informações de uma forma realista, rubusta e global das espécies e populações que ocorrem nesta região. É ainda necessario ter em conta que as populações de cetáceos são bastante afectadas por acções humanas, que, sobre elas causaram ou podem causar, efeitos negativos, interferindo ou não com seus estatutos de conservação. A falta de estudos e conhecimento sobre o uso de habitat por parte das espécies de cetáceos na costa Algarvia, representa um impedimento para a implementação de medidas efectivas de conservação. Contudo, os resultados deste trabalho sugerem que costa Sul-Oeste do Algarve é uma importante area para diferentes espécies de cetáceos e apresenta o potencial para o estabelecimento de areas marinhas protegidas.Assis, Carlos António da Silva, 1961-Repositório da Universidade de LisboaCastro, Joana Madeira Cardoso de, 1985-2011-02-01T16:53:45Z20102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/2422enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T15:42:47Zoai:repositorio.ul.pt:10451/2422Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:28:47.743828Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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