Caracterização neurocognitiva e da depressão e implementação de um programa de estimulação cognitiva na população institucionalizada na Santa Casa da Misericórdia de Estarreja

Bibliographic Details
Main Author: Cordeiro, Ana Filipa Pires
Publication Date: 2012
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Download full: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/217
http://hdl.handle.net/20.500.11816/217
Summary: A presente investigação objetiva a descrição de dois estudos. O primeiro consiste numa caracterização neurocognitiva e da depressão, da população institucionalizada na Santa Casa da Misericórdia de Estarreja e o segundo estudo a descrição dos resultados do efeito de uma intervenção, através da aplicação de um programa de estimulação cognitiva, a nível das competências cognitivas e da sintomatologia depressiva, numa amostra retirada do mesmo local. No primeiro estudo a amostra era formada por 40 sujeitos (74,38±12,57 anos), 30% do sexo masculino (n=12) e 70% do sexo feminino (n=28). Foi administrado um protocolo de avaliação neuropsicológica formado pelas seguintes provas: Montreal Assessment (MoCA), Ineco Frontal Screening (IFS), uma seleção de provas da Bateria de Lisboa na Avaliação da Demência (BLAD) e a Escala de Depressão Geriátrica (GDS). Na análise dos resultados utilizou-se o método descritivo simples, recorrendo à média, desvio-padrão e valores percentuais. Os resultados evidenciam que relativamente ao total do teste MoCA, o défice cognitivo severo predomina (82,5%). Quanto ao IFS sujeitos analfabetos representam 37,5% da amostra e sujeitos alfabetizados 62,5%, ambos com resultados inferiores ao ponto de corte. Relativamente à BLAD, na subprova memória verbal, o défice cognitivo severo surge como o mais comum (22,5%) e na subprova memória associativa é o défice moderado que prevalece (27,5%). Na subprova memória lógica, sujeitos com défice severo representam 30% do total da amostra. Relativamente à frequência da depressão, 42,5% dos sujeitos apresentam depressão ligeira, 35% ausência de depressão e finalmente 22,5% depressão grave. O sexo feminino apresenta 70% da sintomatologia depressiva e sexo masculino evidencia 30%. No que diz respeito à faixa etária, sujeitos com mais de 80 anos manifestam a maior incidência (42,5%). Em relação ao estado civil, sujeitos viúvos prevalecem com 47,5% e quanto à escolaridade predomina o grupo de sujeitos alfabetizados (62,5%). Finalmente no que toca ao tempo de institucionalização, sujeitos institucionalizados de 1 a 5 anos, demonstraram um total de 65%. De acordo com os resultados obtidos, é possível aferir uma elevada prevalência do declínio cognitivo de moderado a severo e a presença de sintomatologia depressiva ligeira, na população institucionalizada. Relativamente ao segundo estudo, o programa aplicado – Oficina Ativar a Mente – foi constituído por doze sessões estruturadas, em que foram trabalhados domínios cognitivos, como a memória, a atenção e as funções executivas. A amostra era composta por dois grupos de idosos de ambos os sexos: 7 idosos alfabetizados (82,7±2,14 anos) e 6 idosos analfabetos (77±7,07 anos). Apresentavam declínio cognitivo nas provas MOCA, BLAD, IFS e sintomatologia depressiva na GDS. Os participantes foram avaliados em dois momentos distintos, antes e depois de terem sido submetidos ao programa. Os resultados mostraram melhorias significativas no desempenho dos idosos de ambos os grupos, após a realização do programa. No grupo alfabetizado as diferenças estatisticamente significativas manifestaram-se no MOCA (p=.018), memória lógica da BLAD (p=.038), no IFS (p=.027) e na GDS (p=.042). No grupo analfabeto as diferenças estatisticamente significativas manifestaram-se no MOCA (p=.042) e no IFS (p=.027). Os dados obtidos corroboram com vários estudos, que apontam para um desenvolvimento de competências cognitivas específicas, em idosos alfabetizados e analfabetos.
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