Ação de decocções de Artemisia absinthium no tratamento do cancro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Catarro, Joana do Carmo Silva
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/32050
Resumo: Tese de mestrado em Bioquímica (Bioquímica Médica) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2017
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spelling Ação de decocções de Artemisia absinthium no tratamento do cancroArtemisia absinthiumÁcido clorogénicoCancroQuimioterapiaEspectroscopia de FTIRTeses de mestrado - 2017Departamento de Química e BioquímicaTese de mestrado em Bioquímica (Bioquímica Médica) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2017Artemisia absinthium, conhecida como losna, tem sido usada tradicionalmente para fins terapêuticos, e demonstrado possuir atividades antimaláricas e anticancerígenas, tornando-se potencial para o desenvolvimento de novas estratégias para o tratamento do cancro. O principal objetivo da presente dissertação foi avaliar o efeito in vitro da decocção da planta A. absinthium, a nível celular, em linhas celulares cancerígenas humanas, e o efeito em conjunto com fármacos de quimioterapia do cancro. O extrato de A. absinthium foi preparado como decocção das folhas e caules secos desta planta, e os compostos bioativos foram identificados e quantificados por HPLC-DAD e LC-MSn. Foram realizados ensaios de metabolismo in vitro da decocção, por suco gástrico e pancreático artificiais. Foi determinada a atividade antioxidante da decocção pelo método de DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil). A citotoxicidade foi avaliada em linhas celulares cancerígenas humanas HeLa, MCF-7 e Caco-2. Para explicar as alterações bioquímicas que ocorrem nas células HeLa e MCF-7 depois da ingestão da decocção, analisou-se o efeito da decocção na composição destas células por espectroscopia de FTIR. Os perfis proteicos de células HeLa e MCF-7, quando expostas à decocção, foram analisados por eletroforese SDS-PAGE e HPLC-DAD. A ação da decocção na citotoxicidade da cisplatina foi avaliada na linha celular HeLa usando combinações do fármaco quimioterápico com decocção, e foram analisadas as alterações bioquímicas que ocorrem em células HeLa expostas a esta combinação por espectroscopia de FTIR. Os compostos bioativos maioritariamente identificados no extrato aquoso da decocção de A. absinthium foram compostos fenólicos, revelando hexósido do ácido hidroxiferúlico e isómeros, ácido 5-O-cafeoilquinico (ácido clorogénico), ácido 1,5-O-dicafeoilquinico (cinarina) e isómeros deste e apigenina-6,8-di-C-glucósido (vicenina-2), sendo ácido clorogénico e cinarina os principais componentes. Observou-se que a digestão gástrica in vitro não alterou a composição química da decocção, demonstrando-se que os compostos fenólicos na decocção da planta são estáveis sob as condições do trato gastrointestinal superior, e que a digestão pancreática in vitro pode ter originado pequenas alterações na decocção, no entanto os compostos maioritários continuaram a estar presentes sob condições de intestino delgado. A decocção apresentou alguma atividade antioxidante in vitro (EC50 = 62,32 ± 1,49 μg/mL), pela capacidade de extinção do radical DPPH. Relativamente à toxicidade da decocção, os resultados obtidos mostraram que esta não é citotóxica na linha celular HeLa, MCF-7 e Caco-2, no entanto estas responderam de forma diferente às concentrações de extrato testadas. Em concentrações sub-tóxicas, a decocção provocou alterações na composição bioquímica de células HeLa e MCF-7, que sugerem que pode estar a provocar morte celular por apoptose, e alterou os perfis de proteínas do citosol de células HeLa e MCF-7, observado na análise por HPLC-DAD e análise eletroforética. Estudos da combinação de cisplatina com decocção em células HeLa, revelaram que o extrato potenciou o efeito citotóxico da cisplatina, e provocou alterações na composição bioquímica das células. Estes resultados sugerem assim que a decocção da planta A. absinthium tem efeito a nível celular, e que pode alterar o efeito do fármaco quimioterápico cisplatina quando em combinação. Estas alterações levam a não recomendar a combinações não supervisionadas de fármaco e decocção de A. absinthium, mas mais estudos de dose resposta poderão levar ao desenvolvimento de novas estratégias para o tratamento do cancro.Artemisia absinthium, also known as “losna”, has been used for medicinal purposes since antiquity and has revealed to have antimalarial and anticancer properties, having great potential for the development of new strategies for cancer treatment. The main objective of this dissertation was to evaluate the in vitro effect of the decoction of A. absinthium at cellular level in human cancer cell lines, and the effect of the aqueous extract in combination with cancer chemotherapy drugs. The extract of A. absinthium was prepared as decoction of dry leaves and stalks, and the bioactive compounds were identified and quantified by HPLC-DAD and LC-MSn. The gastrointestinal metabolisation of the decoction was analysed using artificial gastric and pancreatic juice. Antioxidant activity of the aqueous extract was determined by the DPPH method (2,2-diphenyl-1-picrylhydrazyl) and cytotoxicity was evaluated in human cancer cell lines HeLa, MCF-7 and Caco-2. To explain the biochemical changes occurred in HeLa and MCF-7 cells after the ingestion of the decoction, the effect of the decoction on the composition of these cells was analyzed by FTIR spectroscopy. Furthermore, protein profiles of HeLa and MCF-7 cells, when exposed to the plant extract, were analyzed by SDS-PAGE electrophoresis and HPLC-DAD. The action of the extract on the cytotoxicity of cisplatin was evaluated in the HeLa cells using different combinations of chemotherapeutic drug with the aqueous extract. FTIR spectroscopy was used to analyse the biochemical changes that occurred when the HeLa cells were exposed to the combination of cisplatin and the aqueous extract. The bioactive compounds identified in the aqueous extract of the decoction of the A. absinthium, were phenolic compounds, namely hydroxyferulic acid hexoside and isomers, 5-O-caffeoylquinic acid (chlorogenic acid), 1,5-O-dicaffeoylquinic acid (cynarin) and its isomers and also apigenin-6,8-di-C-glucoside (vicenin-2). The main components were chlorogenic acid and cynarin. In vitro gastric digestion did not alter the chemical composition of the plant decoction, demonstrating that the phenolic compounds in the plant decoction are stable under upper gastrointestinal conditions, and in vitro pancreatic digestion may have caused small changes in the decoction, but majority component remain present after undergoing small intestine conditions. The aqueous extract of the plant revealed antioxidant activity in vitro (EC50 = 62,32 ± 1,49 μg/mL), as DPPH radical extinction capacity. Regarding the toxicity of the aqueous extract, the results revealed that it is not cytotoxic for HeLa, MCF-7 and Caco-2 cells, however these cell lines responded differently to the extract concentrations tested. In subtoxic concentrations, the aqueous extract caused changes in the biochemical composition of HeLa and MCF-7 cells, suggesting that it may be causing cell death by apoptosis, and altered the cytosol protein profiles of the same cell lines, observed by HPLC-DAD and by electrophoretic analysis. Studies of cisplatin combinations with aqueous extract revealed that the extract potentiated the cytotoxic effect of cisplatin in HeLa cells, and changed cells’ biochemical composition. These results suggest that A. absinthium decoctions have an effect at cellular level, and when ingested in combination with the chemotherapeutic drug cisplatin the effects of the drug can be changed. Therefore, unsupervised combinations of drug and extract are not recommended, but further dose-response studies may reveal the potential for the development of new cancer treatment strategies.Falé, Pedro Luís Vieira, 1982-Repositório da Universidade de LisboaCatarro, Joana do Carmo Silva2020-12-19T01:30:15Z201720172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/32050TID:201879077porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:25:59Zoai:repositorio.ul.pt:10451/32050Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:47:21.999177Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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