Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.18/913 |
Resumo: | Com o avanço das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), surgiu em 1990 a primeira criança nascida após diagnóstico genético pré-implantação (DGPI). Neste tipo de análise, após estudo feito geralmente entre o terceiro e o quinto dias pós-fertilização, os embriões não afetados são transferidos para o útero materno. O DGPI, apesar de necessitar de técnicas relativamente recentes e dispendiosas, oferece boas perspetivas a casais em risco para determinadas doenças genéticas graves, em alternativa ao diagnóstico pré-natal convencional, particularmente nos casos em que seja necessário realizar PMA – nestes, é mais defensável a seleção embrionária precoce do que uma interrupção de gravidez tardia. Em Portugal, com a Lei n.º 32/2006, relativa à Procriação Medicamente Assistida, posteriormente regulamentada por documento próprio em 2008, todo o procedimento médico e laboratorial ficou mais clarificado, tendo o ordenamento jurídico citado contemplado temáticas fulcrais, como o destino a dar aos embriões excedentários ou em que condições é permitida a investigação embrionária. Os problemas éticos que se colocam no DGPI começam antes da execução do diagnóstico, com o aconselhamento genético, a obtenção do consentimento informado e a estrita manutenção da confidencialidade; todavia, os maiores problemas dizem respeito ao estatuto do embrião humano, à investigação e manipulação de embriões, à seleção de sexo e eugénica e à afetação de recursos. O grande desafio ético das gerações futuras será a definição de limites considerados razoáveis para a correção embrionária de sociedades futuras, nomeadamente através da terapia génica pré-concecional, nunca esquecendo a aplicação dos quatro princípios bioéticos fundamentais: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça. |
id |
RCAP_3676637ec0f320f39eea93e964b9523b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.insa.pt:10400.18/913 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticasDoenças GenéticasDGPIProcriaçãoGenéticaCom o avanço das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), surgiu em 1990 a primeira criança nascida após diagnóstico genético pré-implantação (DGPI). Neste tipo de análise, após estudo feito geralmente entre o terceiro e o quinto dias pós-fertilização, os embriões não afetados são transferidos para o útero materno. O DGPI, apesar de necessitar de técnicas relativamente recentes e dispendiosas, oferece boas perspetivas a casais em risco para determinadas doenças genéticas graves, em alternativa ao diagnóstico pré-natal convencional, particularmente nos casos em que seja necessário realizar PMA – nestes, é mais defensável a seleção embrionária precoce do que uma interrupção de gravidez tardia. Em Portugal, com a Lei n.º 32/2006, relativa à Procriação Medicamente Assistida, posteriormente regulamentada por documento próprio em 2008, todo o procedimento médico e laboratorial ficou mais clarificado, tendo o ordenamento jurídico citado contemplado temáticas fulcrais, como o destino a dar aos embriões excedentários ou em que condições é permitida a investigação embrionária. Os problemas éticos que se colocam no DGPI começam antes da execução do diagnóstico, com o aconselhamento genético, a obtenção do consentimento informado e a estrita manutenção da confidencialidade; todavia, os maiores problemas dizem respeito ao estatuto do embrião humano, à investigação e manipulação de embriões, à seleção de sexo e eugénica e à afetação de recursos. O grande desafio ético das gerações futuras será a definição de limites considerados razoáveis para a correção embrionária de sociedades futuras, nomeadamente através da terapia génica pré-concecional, nunca esquecendo a aplicação dos quatro princípios bioéticos fundamentais: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.Ordem dos MédicosRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeOliva Teles, Natália2012-07-10T15:12:39Z2012-062012-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/913porActa Med Port. 2011; 24:987-9961646-0758info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:38:27Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/913Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:36:07.047582Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
title |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
spellingShingle |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas Oliva Teles, Natália Doenças Genéticas DGPI Procriação Genética |
title_short |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
title_full |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
title_fullStr |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
title_full_unstemmed |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
title_sort |
Diagnóstico Genético Pré-implantação: aspetos técnicos e considerações éticas |
author |
Oliva Teles, Natália |
author_facet |
Oliva Teles, Natália |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliva Teles, Natália |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Doenças Genéticas DGPI Procriação Genética |
topic |
Doenças Genéticas DGPI Procriação Genética |
description |
Com o avanço das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), surgiu em 1990 a primeira criança nascida após diagnóstico genético pré-implantação (DGPI). Neste tipo de análise, após estudo feito geralmente entre o terceiro e o quinto dias pós-fertilização, os embriões não afetados são transferidos para o útero materno. O DGPI, apesar de necessitar de técnicas relativamente recentes e dispendiosas, oferece boas perspetivas a casais em risco para determinadas doenças genéticas graves, em alternativa ao diagnóstico pré-natal convencional, particularmente nos casos em que seja necessário realizar PMA – nestes, é mais defensável a seleção embrionária precoce do que uma interrupção de gravidez tardia. Em Portugal, com a Lei n.º 32/2006, relativa à Procriação Medicamente Assistida, posteriormente regulamentada por documento próprio em 2008, todo o procedimento médico e laboratorial ficou mais clarificado, tendo o ordenamento jurídico citado contemplado temáticas fulcrais, como o destino a dar aos embriões excedentários ou em que condições é permitida a investigação embrionária. Os problemas éticos que se colocam no DGPI começam antes da execução do diagnóstico, com o aconselhamento genético, a obtenção do consentimento informado e a estrita manutenção da confidencialidade; todavia, os maiores problemas dizem respeito ao estatuto do embrião humano, à investigação e manipulação de embriões, à seleção de sexo e eugénica e à afetação de recursos. O grande desafio ético das gerações futuras será a definição de limites considerados razoáveis para a correção embrionária de sociedades futuras, nomeadamente através da terapia génica pré-concecional, nunca esquecendo a aplicação dos quatro princípios bioéticos fundamentais: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça. |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012-07-10T15:12:39Z 2012-06 2012-06-01T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.18/913 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.18/913 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
Acta Med Port. 2011; 24:987-996 1646-0758 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Ordem dos Médicos |
publisher.none.fl_str_mv |
Ordem dos Médicos |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799132090344669184 |