A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, David Luís Ferreira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/6437
Resumo: Introdução: As perturbações depressivas constituem o espectro de doenças psiquiátricas com maior incidência e prevalência no séc. XXI, resultando em grandes custos a nível pessoal e familiar, económico e social. Considerado um fármaco revolucionário no campo da Psiquiatria, a Fluoxetina ganhou imenso destaque mediático nas últimas décadas. A fenomenologia privilegia a experiência e opinião do próximo, considerando a doença indissociável do seu paciente, como um todo holístico; assim, perceber a complexidade da doença psiquiátrica e do seu tratamento é mais do que apurar a média estatística de determinada relação causa-efeito; perceber a complexidade da doença psiquiátrica e do seu tratamento é ouvi-las diretamente da boca dos seus atores e refletir sobre as mesmas, para depois melhor se poder agir sobre elas. Objectivos: perceber o desenvolvimento do quadro depressivo das entrevistadas, o percurso do seu tratamento com Fluoxetina e as suas perspetivas futuras sobre o desenrolar do seu estado de saúde mental. Material e Métodos: utilizou-se uma investigação fenomenológica através de entrevista aberta; as entrevistas foram depois transcritas, analisadas e codificadas de forma livre. Resultados: A entrevista foi aplicada a 9 indivíduos, tendo sido validada para 5 elementos do sexo feminino. Os dados recolhidos foram agrupados em 4 categorias cronológicas: Lentamente, Subitamente, Fluoxetina e Para Lá do Atualmente. A unicidade de cada paciente foi comprovada. Conclusão: As pacientes deslocavam o tónus da sua doença, de fatores internos (biogenéticos) para fatores externos (sociais, familiares, meio envolvente, etc.), não sendo a Fluoxetina que os irá alterar per se; também se mantêm os traços psíquicos associados aos seus episódios depressivos, como ansiedade e nervosismo, não sendo mais uma vez a Fluoxetina a alterá-los per se. Por fim, vivemos num paradigma médico baseado em médias, ou seja, em que um tratamento é adotado porque em média melhora aqueles aos quais se aplica. Isso significa que não melhora necessariamente todos, daí a necessidade de uma evolução para uma medicina personalizada, em que cada caso seja visto como único: é necessário que o médico compreenda a experiência subjetiva da doença, a Illness.
id RCAP_3681c844d9e898b6fe68037311a85363
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/6437
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicaçãoUm estudo fenomenológico da experiência do próprio sobre a farmacoterapia da depressão com fluoxetinaDepressãoEntrevistaFenomenologiaFluoxetinaIsrs?SDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: As perturbações depressivas constituem o espectro de doenças psiquiátricas com maior incidência e prevalência no séc. XXI, resultando em grandes custos a nível pessoal e familiar, económico e social. Considerado um fármaco revolucionário no campo da Psiquiatria, a Fluoxetina ganhou imenso destaque mediático nas últimas décadas. A fenomenologia privilegia a experiência e opinião do próximo, considerando a doença indissociável do seu paciente, como um todo holístico; assim, perceber a complexidade da doença psiquiátrica e do seu tratamento é mais do que apurar a média estatística de determinada relação causa-efeito; perceber a complexidade da doença psiquiátrica e do seu tratamento é ouvi-las diretamente da boca dos seus atores e refletir sobre as mesmas, para depois melhor se poder agir sobre elas. Objectivos: perceber o desenvolvimento do quadro depressivo das entrevistadas, o percurso do seu tratamento com Fluoxetina e as suas perspetivas futuras sobre o desenrolar do seu estado de saúde mental. Material e Métodos: utilizou-se uma investigação fenomenológica através de entrevista aberta; as entrevistas foram depois transcritas, analisadas e codificadas de forma livre. Resultados: A entrevista foi aplicada a 9 indivíduos, tendo sido validada para 5 elementos do sexo feminino. Os dados recolhidos foram agrupados em 4 categorias cronológicas: Lentamente, Subitamente, Fluoxetina e Para Lá do Atualmente. A unicidade de cada paciente foi comprovada. Conclusão: As pacientes deslocavam o tónus da sua doença, de fatores internos (biogenéticos) para fatores externos (sociais, familiares, meio envolvente, etc.), não sendo a Fluoxetina que os irá alterar per se; também se mantêm os traços psíquicos associados aos seus episódios depressivos, como ansiedade e nervosismo, não sendo mais uma vez a Fluoxetina a alterá-los per se. Por fim, vivemos num paradigma médico baseado em médias, ou seja, em que um tratamento é adotado porque em média melhora aqueles aos quais se aplica. Isso significa que não melhora necessariamente todos, daí a necessidade de uma evolução para uma medicina personalizada, em que cada caso seja visto como único: é necessário que o médico compreenda a experiência subjetiva da doença, a Illness.Introdution: Depressive disorders constitute the spectrum of psychiatric diseases with the highest incidence and prevalence in the 21st Century, resulting in large costs to personal, family, economic and social level. Considered a revolutionary drug in the Psychiatric field, Fluoxetine gained immense prominence media in recent decades. Phenomenology focuses on the experience and opinion of others, considering them inseparable from the Illness of his patient, as a holistic whole; thus realize the complexity of psychiatric illness and its treatment is more than establishing the statistical average of a particular cause-effect relationship; realize the complexity of psychiatric Illness and its treatment is heard them directly from the mouths of his actors and reflect on them, in order to then be able to act on them. Objectives: To realize the development of Depression in the interviewees, the course of their treatment with Fluoxetine and its future prospects on the conduct of their mental health state. Material and Methods: A phenomenological research through open interviews was used; the interviews were then transcribed, coded and analyzed freely. Results: The interview was applied to nine individuals, having been validated for 5 female elements. The collected data were grouped into four chronological sections: Slowly, Suddenly, Fluoxetine and After this moment. The uniqueness of each patient was proven. Conclusion: Patients commuted the tone of his Illness internal factors (biogenetic) to external factors (social, family, surroundings, etc.), not being Fluoxetine able to change that per se; also, psychic traits associated with their depressive episodes remains, such as anxiety and nervousness, not being once again Fluoxetine to change them per se. Finally, we live in a medical paradigm based on mediums, where a treatment is adopted because on average improves those to which it applies. This means that not necessarily improve all the patients, hence the need for an evolution toward a personalized medicine, where each case is seen as unique: it is necessary that the physician understand the subjective experience of the disease, Illness.Saínhas, VíctorViana, Joaquim Manuel Vieira da SilvauBibliorumTeixeira, David Luís Ferreira2018-11-21T09:52:15Z2015-5-122015-07-142015-07-14T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/6437TID:201642352porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:44:55Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/6437Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:47:09.761886Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
Um estudo fenomenológico da experiência do próprio sobre a farmacoterapia da depressão com fluoxetina
title A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
spellingShingle A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
Teixeira, David Luís Ferreira
Depressão
Entrevista
Fenomenologia
Fluoxetina
Isrs?S
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
title_short A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
title_full A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
title_fullStr A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
title_full_unstemmed A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
title_sort A subjetividade da “doença mental” e dos efeitos da sua medicação
author Teixeira, David Luís Ferreira
author_facet Teixeira, David Luís Ferreira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Saínhas, Víctor
Viana, Joaquim Manuel Vieira da Silva
uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Teixeira, David Luís Ferreira
dc.subject.por.fl_str_mv Depressão
Entrevista
Fenomenologia
Fluoxetina
Isrs?S
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
topic Depressão
Entrevista
Fenomenologia
Fluoxetina
Isrs?S
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
description Introdução: As perturbações depressivas constituem o espectro de doenças psiquiátricas com maior incidência e prevalência no séc. XXI, resultando em grandes custos a nível pessoal e familiar, económico e social. Considerado um fármaco revolucionário no campo da Psiquiatria, a Fluoxetina ganhou imenso destaque mediático nas últimas décadas. A fenomenologia privilegia a experiência e opinião do próximo, considerando a doença indissociável do seu paciente, como um todo holístico; assim, perceber a complexidade da doença psiquiátrica e do seu tratamento é mais do que apurar a média estatística de determinada relação causa-efeito; perceber a complexidade da doença psiquiátrica e do seu tratamento é ouvi-las diretamente da boca dos seus atores e refletir sobre as mesmas, para depois melhor se poder agir sobre elas. Objectivos: perceber o desenvolvimento do quadro depressivo das entrevistadas, o percurso do seu tratamento com Fluoxetina e as suas perspetivas futuras sobre o desenrolar do seu estado de saúde mental. Material e Métodos: utilizou-se uma investigação fenomenológica através de entrevista aberta; as entrevistas foram depois transcritas, analisadas e codificadas de forma livre. Resultados: A entrevista foi aplicada a 9 indivíduos, tendo sido validada para 5 elementos do sexo feminino. Os dados recolhidos foram agrupados em 4 categorias cronológicas: Lentamente, Subitamente, Fluoxetina e Para Lá do Atualmente. A unicidade de cada paciente foi comprovada. Conclusão: As pacientes deslocavam o tónus da sua doença, de fatores internos (biogenéticos) para fatores externos (sociais, familiares, meio envolvente, etc.), não sendo a Fluoxetina que os irá alterar per se; também se mantêm os traços psíquicos associados aos seus episódios depressivos, como ansiedade e nervosismo, não sendo mais uma vez a Fluoxetina a alterá-los per se. Por fim, vivemos num paradigma médico baseado em médias, ou seja, em que um tratamento é adotado porque em média melhora aqueles aos quais se aplica. Isso significa que não melhora necessariamente todos, daí a necessidade de uma evolução para uma medicina personalizada, em que cada caso seja visto como único: é necessário que o médico compreenda a experiência subjetiva da doença, a Illness.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-5-12
2015-07-14
2015-07-14T00:00:00Z
2018-11-21T09:52:15Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/6437
TID:201642352
url http://hdl.handle.net/10400.6/6437
identifier_str_mv TID:201642352
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136366895824896