“A cirurgia de ambulatório e o tempo de espera para cirurgia electiva: um estudo ecológico”
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/19224 |
Resumo: | Introdução: O tempo de espera para a cirurgia electiva constitui uma questão relevante no acesso aos cuidados de saúde, sendo considerado excessivo (superior a doze semanas, ou noventa dias), em vários países da OCDE. Verificou-se que o tempo de espera para cirurgia electiva em Portugal, no decurso das últimas décadas, foi superior ao registado noutros países do grupo OCDE, tendo chegado a ser superior a seis meses. O aumento da eficiência e efectividade da produção cirúrgica, e o aumento do número de procedimentos cirúrgicos, constituem assim alguns dos objectivos para melhorar o acesso e reduzir o tempo de espera para os utentes, nomeadamente através do desenvolvimento da cirurgia electiva em regime de ambulatório. Ao possibilitar que mais doentes sejam tratados por programa, necessitando de menos vagas hospitalares, e diminuindo o tempo de permanência hospitalar, a cirurgia de ambulatório tem vindo a instituir-se universalmente como uma das estratégias que se tem revelado eficaz, na redução dos tempos de espera cirúrgicos. No entanto, esta prática encontra-se ainda em fase de desenvolvimento em Portugal, sendo a percentagem de actos cirúrgicos praticados em regime de ambulatório muito inferior ao que se verifica noutros países desenvolvidos, verificando-se também a existência de um tempo de espera para cirurgia electiva mais prolongado. Propôs-se então a realização de um estudo, tendo por objectivo identificar padrões associativos entre o tempo de espera para cirurgia electiva e a cirurgia de ambulatório, de modo a responder à seguinte questão de investigação: “qual a relação existente entre a percentagem de cirurgia de ambulatório realizada, e o tempo de espera para cirurgia electiva, nas unidades de saúde com serviço de cirurgia, do Serviço Nacional de Saúde, em Portugal Continental, no ano de 2006”. Com este trabalho pretende-se demonstrar que existe uma associação entre a prática de cirurgia de ambulatório, e um menor tempo de espera para cirurgia electiva. Material, População e Métodos: Realizou-se um estudo observacional, ecológico, analítico, com delineamento por grupos, que tem por população as unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dispondo de serviço de cirurgia, no ano de 2006. Caracterizou-se cada unidade de saúde, relativamente aos seguintes elementos (ou variáveis), considerados como possíveis determinantes do tempo de espera para cirurgia electiva, de acordo com a literatura e outros trabalhos consultados: gestão hospitalar, organização, indicadores de produtividade, equidade e desempenho, infra-estruturas, recursos humanos, dimensão da população abrangida. Foram determinadas as associações existentes entre o tempo de espera cirúrgico e a percentagem de cirurgia de ambulatório realizada, bem como as eventuais associações com as outras variáveis em estudo, através de uma análise multivariada. Os dados utilizados foram cedidos pela Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS), Direcção-Geral de Saúde (DGS), Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia (UGIC). Resultados e conclusão: Os principais resultados deste estudo são os seguintes: Verificou-se uma correlação negativa, estatísticamente significativa (correlação de Spearman), entre a percentagem de cirurgia ambulatória e o tempo de espera para cirurgia electiva (média, em dias). Concluiu-se que existe uma relação entre a percentagem de cirurgia de ambulatório praticada e o tempo de espera para cirurgia. O tempo de espera geral para cirurgia electiva diminuiu para 116 dias (média), com uma mediana de 106 dias, o que reflecte uma melhoria nos valores de tempo de espera, no ano de 2006, relativamente a anos anteriores. Relativamente à percentagem de cirurgia de ambulatório realizada, encontrou-se, para o ano de 2006, um valor geral médio de 23% (mediana 24%), reflectindo também uma melhoria nos valores de tempo de espera, relativamente a anos anteriores. A análise de correlação e regressão linear múltipla permitiu identificar outras variáveis também associadas ao tempo de espera cirúrgico; No entanto, estes resultados devem ser interpretados tendo em conta as limitações do estudo, sendo passíveis de carecer de uma análise mais aprofundada, fora do âmbito desta dissertação. |
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“A cirurgia de ambulatório e o tempo de espera para cirurgia electiva: um estudo ecológico”Cirurgia de ambulatórioServiço Nacional de SaúdeTempo de espera em cirurgiaQualidade nos serviços de saúdeSaúde e desenvolvimentoCirurgiaOrganização oficial e profissional das serviços de saúdeDomínio/Área Científica::Ciências MédicasIntrodução: O tempo de espera para a cirurgia electiva constitui uma questão relevante no acesso aos cuidados de saúde, sendo considerado excessivo (superior a doze semanas, ou noventa dias), em vários países da OCDE. Verificou-se que o tempo de espera para cirurgia electiva em Portugal, no decurso das últimas décadas, foi superior ao registado noutros países do grupo OCDE, tendo chegado a ser superior a seis meses. O aumento da eficiência e efectividade da produção cirúrgica, e o aumento do número de procedimentos cirúrgicos, constituem assim alguns dos objectivos para melhorar o acesso e reduzir o tempo de espera para os utentes, nomeadamente através do desenvolvimento da cirurgia electiva em regime de ambulatório. Ao possibilitar que mais doentes sejam tratados por programa, necessitando de menos vagas hospitalares, e diminuindo o tempo de permanência hospitalar, a cirurgia de ambulatório tem vindo a instituir-se universalmente como uma das estratégias que se tem revelado eficaz, na redução dos tempos de espera cirúrgicos. No entanto, esta prática encontra-se ainda em fase de desenvolvimento em Portugal, sendo a percentagem de actos cirúrgicos praticados em regime de ambulatório muito inferior ao que se verifica noutros países desenvolvidos, verificando-se também a existência de um tempo de espera para cirurgia electiva mais prolongado. Propôs-se então a realização de um estudo, tendo por objectivo identificar padrões associativos entre o tempo de espera para cirurgia electiva e a cirurgia de ambulatório, de modo a responder à seguinte questão de investigação: “qual a relação existente entre a percentagem de cirurgia de ambulatório realizada, e o tempo de espera para cirurgia electiva, nas unidades de saúde com serviço de cirurgia, do Serviço Nacional de Saúde, em Portugal Continental, no ano de 2006”. Com este trabalho pretende-se demonstrar que existe uma associação entre a prática de cirurgia de ambulatório, e um menor tempo de espera para cirurgia electiva. Material, População e Métodos: Realizou-se um estudo observacional, ecológico, analítico, com delineamento por grupos, que tem por população as unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dispondo de serviço de cirurgia, no ano de 2006. Caracterizou-se cada unidade de saúde, relativamente aos seguintes elementos (ou variáveis), considerados como possíveis determinantes do tempo de espera para cirurgia electiva, de acordo com a literatura e outros trabalhos consultados: gestão hospitalar, organização, indicadores de produtividade, equidade e desempenho, infra-estruturas, recursos humanos, dimensão da população abrangida. Foram determinadas as associações existentes entre o tempo de espera cirúrgico e a percentagem de cirurgia de ambulatório realizada, bem como as eventuais associações com as outras variáveis em estudo, através de uma análise multivariada. Os dados utilizados foram cedidos pela Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS), Direcção-Geral de Saúde (DGS), Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia (UGIC). Resultados e conclusão: Os principais resultados deste estudo são os seguintes: Verificou-se uma correlação negativa, estatísticamente significativa (correlação de Spearman), entre a percentagem de cirurgia ambulatória e o tempo de espera para cirurgia electiva (média, em dias). Concluiu-se que existe uma relação entre a percentagem de cirurgia de ambulatório praticada e o tempo de espera para cirurgia. O tempo de espera geral para cirurgia electiva diminuiu para 116 dias (média), com uma mediana de 106 dias, o que reflecte uma melhoria nos valores de tempo de espera, no ano de 2006, relativamente a anos anteriores. Relativamente à percentagem de cirurgia de ambulatório realizada, encontrou-se, para o ano de 2006, um valor geral médio de 23% (mediana 24%), reflectindo também uma melhoria nos valores de tempo de espera, relativamente a anos anteriores. A análise de correlação e regressão linear múltipla permitiu identificar outras variáveis também associadas ao tempo de espera cirúrgico; No entanto, estes resultados devem ser interpretados tendo em conta as limitações do estudo, sendo passíveis de carecer de uma análise mais aprofundada, fora do âmbito desta dissertação.Instituto de Higiene e Medicina TropicalFERRINHO, PauloRUNCALDINHAS, Paula Maria Simões Costa2016-10-21T16:30:45Z200920092009-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/19224porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T03:59:27Zoai:run.unl.pt:10362/19224Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:25:21.781252Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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