Crianças de rua: modos de vida marginais na cidade de Lisboa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1998 |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/5151 |
Resumo: | Os fenómenos da marginalidade infantil e juvenil, entre os quais se conta o das “crianças da rua”, surgem e desenvolvem-se em contextos de pobreza urbana continuamente alimentados pelas migrações para a metrópole lisboeta. As crianças que fogem para a rua e aí sobrevivem de forma autónoma são, essencialmente, originárias das camadas sociais mais baixas (operários e trabalhadores pouco qualificados) e residem em bairros sociais degradados e com famílias numerosas. Para a “fuga” contribui ainda a frequente dissolução dos nucelos familiares e a permanência de situações de violência, reforçadas pelo fraco papel integrador desempenhado pela escola, que é vivida com uma obrigação e em cujo quotidiano a violência física e simbólica tem presença relevante. Neste quadro, a rua representa, para muitas crianças de bairros populares, uma extensão “natural” da casa como contexto de socialização, local de aprendizagem e exercitação dos saberes necessários à sobrevivência. A sua integração em redes de relações alternativas de características marginais ou mesmo delinquentes constitui um elemento decisivo, pois fornece o suporte indispensável a uma integração bem sucedida. O grupo fornece um ponto de refúgio e segurança fundamental para a sobrevivência na rua, assim como um referente identitário. Os rituais de iniciação desempenham, neste processo, um papel central ao revelarem de forma clara e imediata alguns desses elementos identitários, permitindo que cada criança reconstrua o seu mundo social, seja através da cristalização em terno de elementos de bravura, a persistência ou a “personalidade dread”, seja pela identificação com o grupo a que se pertence. |
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