Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Eduardo Torres Couto Coimbra e
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/24479
Resumo: Nesta dissertação, estudaram-se as fases formadas por hidratação do cimento de aluminato de cálcio (CAC) em argamassas, como ligante único e combinado com outros ligantes, como cimento Portland (OPC) e Gesso (C$), e avaliou-se a sua estabilidade em função de diferentes condições de cura (temperatura e tempo). Foram realizados testes de caracterização a argamassas com várias combinações dos ligantes, a 3 temperaturas de cura (7, 22 e 55 °C) e após 24h e 28 dias de cura, tendo-se avaliado a evolução da retração, da perda de massa, do módulo de elasticidade e da resistência à flexão e à compressão ao longo do tempo, a cada uma das temperaturas acima referidas. O estudo realizado permitiu observar que apenas a formulação (40% OPC+ 60% agregados) se mostrou estável com o tempo e sob as várias condições de cura, evidenciando a necessidade de se estudar as fases de hidratação de argamassas com combinações destes 3 ligantes (CAC, OPC e C$). Neste contexto, selecionou-se a formulação (28% CAC+ 6% OPC+ 6% C$ + 60% agregados) para estudos mais detalhados. Avaliou-se a composição de fases cristalinas por difração de raios-X (DRX), a microestrutura por microscopia eletrónica de varrimento, a área superficial e porosidade por adsorção gasosa, e o comportamento térmico por análise termogravimétrica e térmica diferencial. Os resultados obtidos revelaram a presença de várias fases do CAC (, 2 e 127) e do OPC (3 e 2), bem como de fases hidratadas do OPC como a etringite (AFt) e Portlandite, ambas identificadas por SEM na forma de agulhetas e placas hexagonais, respetivamente. Outras fases detetadas incluem a Calcite,a Gelenite, a Laumontite, a Sílica e o monossulfoaluminato (AFm). A intensificação dos picos de DRX do AFm com o tempo e temperatura de cura, aliada ao decréscimo da sua abundância com a temperatura, indiciam um défice de gesso (sulfato), sugerindo a conversão da AFt em AFm por défice de iões sulfato. Por outro lado, a presença das fases de hidratação do CAC (10 e 28), sugeridas pelas análises térmicas, e a sua conversão em 36 bem como a de AFt em AFm, podem justificar as instabilidades observadas no comportamento mecânico desta formulação. Estes resultados indiciam que a quantidade de gesso hemi-hidratado presente nesta formulação é insuficiente, sugerindo-se assim que o seu teor seja incrementado ou, alternativamente, que se substitua o gesso por anidrite, fase menos solúvel, para diminuir a extensão da sua reação com o 3 do OPC e favorecer a sua reação com o do CAC
id RCAP_385e304fd556d676b6605d0ccd84888f
oai_identifier_str oai:ria.ua.pt:10773/24479
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes mineraisCimento de aluminato de cálcioCimento PortlandArgamassaLigantes mineraisResistência mecânicaCaracterização química e estruturalNesta dissertação, estudaram-se as fases formadas por hidratação do cimento de aluminato de cálcio (CAC) em argamassas, como ligante único e combinado com outros ligantes, como cimento Portland (OPC) e Gesso (C$), e avaliou-se a sua estabilidade em função de diferentes condições de cura (temperatura e tempo). Foram realizados testes de caracterização a argamassas com várias combinações dos ligantes, a 3 temperaturas de cura (7, 22 e 55 °C) e após 24h e 28 dias de cura, tendo-se avaliado a evolução da retração, da perda de massa, do módulo de elasticidade e da resistência à flexão e à compressão ao longo do tempo, a cada uma das temperaturas acima referidas. O estudo realizado permitiu observar que apenas a formulação (40% OPC+ 60% agregados) se mostrou estável com o tempo e sob as várias condições de cura, evidenciando a necessidade de se estudar as fases de hidratação de argamassas com combinações destes 3 ligantes (CAC, OPC e C$). Neste contexto, selecionou-se a formulação (28% CAC+ 6% OPC+ 6% C$ + 60% agregados) para estudos mais detalhados. Avaliou-se a composição de fases cristalinas por difração de raios-X (DRX), a microestrutura por microscopia eletrónica de varrimento, a área superficial e porosidade por adsorção gasosa, e o comportamento térmico por análise termogravimétrica e térmica diferencial. Os resultados obtidos revelaram a presença de várias fases do CAC (, 2 e 127) e do OPC (3 e 2), bem como de fases hidratadas do OPC como a etringite (AFt) e Portlandite, ambas identificadas por SEM na forma de agulhetas e placas hexagonais, respetivamente. Outras fases detetadas incluem a Calcite,a Gelenite, a Laumontite, a Sílica e o monossulfoaluminato (AFm). A intensificação dos picos de DRX do AFm com o tempo e temperatura de cura, aliada ao decréscimo da sua abundância com a temperatura, indiciam um défice de gesso (sulfato), sugerindo a conversão da AFt em AFm por défice de iões sulfato. Por outro lado, a presença das fases de hidratação do CAC (10 e 28), sugeridas pelas análises térmicas, e a sua conversão em 36 bem como a de AFt em AFm, podem justificar as instabilidades observadas no comportamento mecânico desta formulação. Estes resultados indiciam que a quantidade de gesso hemi-hidratado presente nesta formulação é insuficiente, sugerindo-se assim que o seu teor seja incrementado ou, alternativamente, que se substitua o gesso por anidrite, fase menos solúvel, para diminuir a extensão da sua reação com o 3 do OPC e favorecer a sua reação com o do CACThis work is focused on the study of the phases formed by hydration of the calcium aluminate cement (CAC) in mortars, as single binder and in combination with other binders such as Portland cement (OPC) and Gypsum (C$) and on their stability under different curing conditions (temperature and time). Characterization tests were performed on mortars with various combinations of the binders, at 3 cure temperatures (7, 22 and 55 ° C) and after 24h and 28 days of cure, while evaluating the evolution of retraction, the mass loss, the modulus of elasticity and the flexural and compression strength over time, at the temperatures referred above. The results showed that only the formulation (40% OPC + 60% aggregates) was stable over time and under the various curing conditions, pointing out the need to study the hydration phases of mortars with combinations of these 3 binders (CAC, OPC and C$). In this context, the formulation (28% CAC + 6% OPC + 6% C $ + 60% aggregates) was selected for more detailed studies. The crystal phase composition was evaluated by X-ray diffraction (XRD), the microstructure by scanning electron microscopy, the surface area and porosity by gas adsorption, and the thermal behaviour by thermogravimetric and differential thermal analysis. The obtained results revealed the presence of several phases of CAC (, 2 and 127) and OPC (3 e 2), as well as hydrated phases of OPC such as ettringite (AFt) and Portlandite, both identified by SEM as needles and hexagonal plates, respectively. Other phases also detected include Calcite, Gelenite, Laumontite, Silica and Monosulphoaluminate (AFm). The intensification of AFm XRD peaks with the time and temperature of cure, together with the decrease of its abundance with the temperature, indicate a deficit of gypsum (sulphate), suggesting the conversion of the AFt in AFm due to sulphate ion deficit. On the other hand, the presence of the CAC hydration phases (10 and 28), suggested by the thermal analysis, and its conversion as well as that of AFt in AFm, may explain the instabilities observed in the mechanical behaviour of this formulation. These results indicate that the amount of gypsum hemihydrate present in this formulation is insufficient, thus suggesting the increase of its content or, alternatively, that gypsum is replaced with anhydrite, a less soluble phase, to decrease the extent of its reaction with 3 from OPC and favour its reaction with from CAC2020-07-31T00:00:00Z2018-07-27T00:00:00Z2018-07-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/24479TID:202234967porSilva, Eduardo Torres Couto Coimbra einfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:47:57Zoai:ria.ua.pt:10773/24479Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:58:06.114567Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
title Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
spellingShingle Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
Silva, Eduardo Torres Couto Coimbra e
Cimento de aluminato de cálcio
Cimento Portland
Argamassa
Ligantes minerais
Resistência mecânica
Caracterização química e estrutural
title_short Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
title_full Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
title_fullStr Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
title_full_unstemmed Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
title_sort Estabilidade de fases formadas resultantes da hidratação de cimento de aluminato de cálcio, por adição de outros ligantes minerais
author Silva, Eduardo Torres Couto Coimbra e
author_facet Silva, Eduardo Torres Couto Coimbra e
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Eduardo Torres Couto Coimbra e
dc.subject.por.fl_str_mv Cimento de aluminato de cálcio
Cimento Portland
Argamassa
Ligantes minerais
Resistência mecânica
Caracterização química e estrutural
topic Cimento de aluminato de cálcio
Cimento Portland
Argamassa
Ligantes minerais
Resistência mecânica
Caracterização química e estrutural
description Nesta dissertação, estudaram-se as fases formadas por hidratação do cimento de aluminato de cálcio (CAC) em argamassas, como ligante único e combinado com outros ligantes, como cimento Portland (OPC) e Gesso (C$), e avaliou-se a sua estabilidade em função de diferentes condições de cura (temperatura e tempo). Foram realizados testes de caracterização a argamassas com várias combinações dos ligantes, a 3 temperaturas de cura (7, 22 e 55 °C) e após 24h e 28 dias de cura, tendo-se avaliado a evolução da retração, da perda de massa, do módulo de elasticidade e da resistência à flexão e à compressão ao longo do tempo, a cada uma das temperaturas acima referidas. O estudo realizado permitiu observar que apenas a formulação (40% OPC+ 60% agregados) se mostrou estável com o tempo e sob as várias condições de cura, evidenciando a necessidade de se estudar as fases de hidratação de argamassas com combinações destes 3 ligantes (CAC, OPC e C$). Neste contexto, selecionou-se a formulação (28% CAC+ 6% OPC+ 6% C$ + 60% agregados) para estudos mais detalhados. Avaliou-se a composição de fases cristalinas por difração de raios-X (DRX), a microestrutura por microscopia eletrónica de varrimento, a área superficial e porosidade por adsorção gasosa, e o comportamento térmico por análise termogravimétrica e térmica diferencial. Os resultados obtidos revelaram a presença de várias fases do CAC (, 2 e 127) e do OPC (3 e 2), bem como de fases hidratadas do OPC como a etringite (AFt) e Portlandite, ambas identificadas por SEM na forma de agulhetas e placas hexagonais, respetivamente. Outras fases detetadas incluem a Calcite,a Gelenite, a Laumontite, a Sílica e o monossulfoaluminato (AFm). A intensificação dos picos de DRX do AFm com o tempo e temperatura de cura, aliada ao decréscimo da sua abundância com a temperatura, indiciam um défice de gesso (sulfato), sugerindo a conversão da AFt em AFm por défice de iões sulfato. Por outro lado, a presença das fases de hidratação do CAC (10 e 28), sugeridas pelas análises térmicas, e a sua conversão em 36 bem como a de AFt em AFm, podem justificar as instabilidades observadas no comportamento mecânico desta formulação. Estes resultados indiciam que a quantidade de gesso hemi-hidratado presente nesta formulação é insuficiente, sugerindo-se assim que o seu teor seja incrementado ou, alternativamente, que se substitua o gesso por anidrite, fase menos solúvel, para diminuir a extensão da sua reação com o 3 do OPC e favorecer a sua reação com o do CAC
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-07-27T00:00:00Z
2018-07-27
2020-07-31T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10773/24479
TID:202234967
url http://hdl.handle.net/10773/24479
identifier_str_mv TID:202234967
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137635436855296