Resultados da ventilação não invasiva por pressão positiva dirigida à máxima redução da PACO2 em doentes com DPOC estável

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Windisch,W
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Kostié,S, Dreher,M, Virchow,J C, Sorichter,S
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592006000300010
Resumo: O papel da ventilação não invasiva (VNI) no doente com DPOC hipercápnica estável continua controverso, sobretudo pela ausência de estudos que documentem a melhoria de sobrevida com esta terapêutica. O uso de pressões inspiratórias inferiores a 18cm H2O, não permitindo a redução máxima da PaCo2, tem sido evocado como possivel razão do insucesso da VNI nestes doentes. Os autores propuseram-se avaliar a evolução de um grupo de doentes com DPOC hipercápnica estável, tratados com VNI com o objectivo de atingir a melhoria máxima da PaCO2. O estudo retrospectivo de 1997 a 2003 envolveu 34 doentes do departamento de pneumologia do Hospital Universitário de Friburgo. Os doentes iniciaram VNI por pressão positiva no modo assistido/controlado com máscara nasal e preferencialmente nocturna. A pressão inspiratória foi incrementada progressivamente até ao máximo tolerado pelo doente (de modo a atingir o objectivo da máxima descida da PaCO2). O oxigénio suplementar foi adicionado à VNI nos doentes em oxigenoterapia de longa duração (OLD). A adaptação do doente ao ventilador foi efectuada em enfermaria com internamento médio de 13,0 dias. Os resultados após 2 meses da VNI revelaram: Redução da PaCO2 diurna de 6,9 ± 8,0 mmHg (de 53,3 ± 4,8 para 46,4 ± 7,0mmHg) (p< 0,001). Aumento da PaO2 diurna de 5,8 ± 9,4 mmHg (de 51,7 ± 8,8 para 57,5 ± 9,3 mmHg) (p=0,002). Aumento do FEV1 de 0,14 ± 0,16 L (de 1,03 ± 0,54 para 1,17 ± 0,59 L) (p< 0,01). A sobrevida aos 2 anos foi de 86%. Estes resultados foram obtidos utilizando VNI com pressão inspiratória média de 27,7 ± 5,9 cmH2O variando entre 17 e 40 cmH2O. A frequência respiratória média foi de 20,8 ± 2,5 ciclos/minuto. O grupo de doentes com DPOC e obesidade (13) era comparável aos não obesos em relação à PaCO2 prévia e após VNI. Os autores concluem que a VNI por pressão positiva usando pressão inspiratória média de 28 cm H2O é bem tolerada por longos períodos e pode melhorar as trocas gasosas e a função pulmonar. Justificam-se estudos prospectivos randomizados e controlados utilizando VNI com pressões inspiratórias elevadas para avaliar a eficácia desta DPOC hipercápnica estável.
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