O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/25959 |
Resumo: | A Ota tem sido, recorrentemente, integrada em mapas, em discursos e dados empíricos sobre as mais diversas temáticas, em muito devido à sua larga diacronia de ocupação - Neolítico Final ao Período Islâmico – essencialmente baseada no espólio do “Castro” de Ota, em depósito no Museu Hipólito Cabaço (Alenquer). Este foi integralmente apresentado em 1956, por Ernani Barbosa num artigo expositivo, funcionando, ainda nos dias de hoje, como base ilustrativa do espólio existente. O estudo presente nesta dissertação conjuga as duas realidades disponíveis até à data, a coleção do Museu e o resultado do projecto COTA – Canhão Cársico de Ota – procurando o seu enquadramento sociocultural e cronológico. O vazio de conhecimento existente sobre as estruturas e espaços do sítio, em toda a diacronia, tornou de extrema utilidade esta abordagem, procurando compreender, e relacionar, a paisagem antrópica dos períodos Neolítico/Calcolítico, com a “Macro” Região da Estremadura Portuguesa e com a região imediata perfilada pela bacia hidrográfica dos rios de Alenquer, Grande da Pipa e Ota, que partilham a mesma base geológica – Jurássico “Lusitaniano”. Apesar da fragilidade resultante da ausência de contextos, a procura de paralelos com os sítios mais reconhecidos, em áreas limítrofes, permitiu o estabelecimento de uma caracterização cronológica relativa e genérica dos materiais arqueológicos. A sua análise seguiu muitas das propostas de outros autores, ainda que se tenha procurado desenvolver alguns aspectos em particular, gerando interpretações e justificações preparadas para lidar, em alguns casos, com possíveis adaptações locais. O arqueossítio da Ota terá sido, acreditamos nós, em finais do IV milénio e nos séculos seguintes do III, vivenciado mais intensamente por um conjunto de comunidades, cuja tipologia de ocupação do espaço, ainda se encontra por determinar, em especial porque pode ganhar ritmos diferenciados consoante a cronologia. Ainda que, segundo os dados disponíveis, as actividades agrícolas e florestais se encontrem, minimamente, fundamentadas, em associação ao elevado número de elementos de tear que poderão, também, suportar uma possível ocupação enquanto povoado, do local em estudo. Simultaneamente, as comunidades revelam a manutenção de contactos inter-regionais, lidos através de algumas matérias-primas encontradas, quer seja devido a um intenso grau de mobilidade ou relacionado com redes de troca. Esta influência encontra-se registada em materiais como o anfibolito, os metais, o xisto e algumas tipologias cerâmicas. É certo que esta abordagem careça de um estudo futuro de proveniências, a fim de alargar o conhecimento acerca das matériasprimas em questão, ainda assim parecem-nos bons pontos de partida. A Ota representa assim, mais do que um regresso a um sítio clássico, um regresso à Estremadura Portuguesa, que carece de novas visões, dados, abordagens e preconceitos. |
id |
RCAP_39839867373fa8c7d96de16d5e00be14 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ul.pt:10451/25959 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentesOta (Alenquer, Portugal) - Vestígios arqueológicos pré-históricosCalcolítico - PortugalSitios arqueológicos - Ota (Alenquer, Portugal)Teses de mestrado - 2016ArqueologiaDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaA Ota tem sido, recorrentemente, integrada em mapas, em discursos e dados empíricos sobre as mais diversas temáticas, em muito devido à sua larga diacronia de ocupação - Neolítico Final ao Período Islâmico – essencialmente baseada no espólio do “Castro” de Ota, em depósito no Museu Hipólito Cabaço (Alenquer). Este foi integralmente apresentado em 1956, por Ernani Barbosa num artigo expositivo, funcionando, ainda nos dias de hoje, como base ilustrativa do espólio existente. O estudo presente nesta dissertação conjuga as duas realidades disponíveis até à data, a coleção do Museu e o resultado do projecto COTA – Canhão Cársico de Ota – procurando o seu enquadramento sociocultural e cronológico. O vazio de conhecimento existente sobre as estruturas e espaços do sítio, em toda a diacronia, tornou de extrema utilidade esta abordagem, procurando compreender, e relacionar, a paisagem antrópica dos períodos Neolítico/Calcolítico, com a “Macro” Região da Estremadura Portuguesa e com a região imediata perfilada pela bacia hidrográfica dos rios de Alenquer, Grande da Pipa e Ota, que partilham a mesma base geológica – Jurássico “Lusitaniano”. Apesar da fragilidade resultante da ausência de contextos, a procura de paralelos com os sítios mais reconhecidos, em áreas limítrofes, permitiu o estabelecimento de uma caracterização cronológica relativa e genérica dos materiais arqueológicos. A sua análise seguiu muitas das propostas de outros autores, ainda que se tenha procurado desenvolver alguns aspectos em particular, gerando interpretações e justificações preparadas para lidar, em alguns casos, com possíveis adaptações locais. O arqueossítio da Ota terá sido, acreditamos nós, em finais do IV milénio e nos séculos seguintes do III, vivenciado mais intensamente por um conjunto de comunidades, cuja tipologia de ocupação do espaço, ainda se encontra por determinar, em especial porque pode ganhar ritmos diferenciados consoante a cronologia. Ainda que, segundo os dados disponíveis, as actividades agrícolas e florestais se encontrem, minimamente, fundamentadas, em associação ao elevado número de elementos de tear que poderão, também, suportar uma possível ocupação enquanto povoado, do local em estudo. Simultaneamente, as comunidades revelam a manutenção de contactos inter-regionais, lidos através de algumas matérias-primas encontradas, quer seja devido a um intenso grau de mobilidade ou relacionado com redes de troca. Esta influência encontra-se registada em materiais como o anfibolito, os metais, o xisto e algumas tipologias cerâmicas. É certo que esta abordagem careça de um estudo futuro de proveniências, a fim de alargar o conhecimento acerca das matériasprimas em questão, ainda assim parecem-nos bons pontos de partida. A Ota representa assim, mais do que um regresso a um sítio clássico, um regresso à Estremadura Portuguesa, que carece de novas visões, dados, abordagens e preconceitos.Ota has been recurrently integrated into maps, speeches and empirical data on the most diverse themes, much due to its wide diachronic occupation - Late Neolithic to the Islamic period - essentially based on the collection of the "Castro de Ota” in deposit at the Museum Hipólito Cabaço (Alenquer). The collection was fully published in 1956 by Ernani Barbosa in an exhibition article, running, still today, as the illustrative basis of the existing artifacts. The study presented in this dissertation combines the two realities available to date, the collection of the Museum and the result of the project COTA – Canhão Cársico de Ota - looking for its socio-cultural and chronological framework. The emptiness existing regarding the knowledge about the structures and spaces of the site, across the diachronic, has turned this approach extremely useful, once is seeking to understand and relate the anthropic landscape of Neolithic / Chalcolithic periods, with the "macro" region of Extremadura Portuguese and with the immediate region shaped by the river basin of the rivers of Alenquer, Grande da Pipa and Ota, who share the same geological base - Jurassic "Lusitaniano". Despite the fragility of the study, resulting from the absence of contexts, the demand for parallel with the most recognized sites in neighboring areas allowed the establishment of a relative chronological and generic characterization of the archeological materials. Its analysis followed many of the proposals already defined by other authors, although it has sought to develop some aspects in particular, generating interpretations and justifications prepared to deal with, in some cases, possible local adaptations. The “arqueossítio” of Ota have been, we believe, at the end of the fourth millennium and in the fallowing centuries of the 3rd, experienced more intensely by a number of communities whose occupation typology of space is still to be determined, especially because it can acquire differentiated rhythms, according to the chronology. Although, according to available data, the agricultural and forestry activities are minimally founded, in association with the high number of loom elements, the occupation of the site as a settlement, remains as the principal hypothesis. At the same time, communities reveal the maintenance of inter-regional contacts, read through some raw materials found, whether due to an intense degree of mobility or related with exchange networks. This influence is recorded in materials such as amphibolite, metals, shale and some ceramic types. It is true that this approach lacks a future study of sources, in order to extend the knowledge of the raw materials in question – even though it still seem, to us, a good starting points. Ota is thus, more than a return to a classic site, a return to Portuguese Estremadura, which lacks new insights, data, approaches and preconceptions.Sousa, Ana CatarinaRepositório da Universidade de LisboaLopes, André Texugo2017-01-17T15:42:54Z2016-11-162016-09-152016-11-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/25959TID:201407795porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:15:48Zoai:repositorio.ul.pt:10451/25959Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:42:43.852270Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
title |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
spellingShingle |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes Lopes, André Texugo Ota (Alenquer, Portugal) - Vestígios arqueológicos pré-históricos Calcolítico - Portugal Sitios arqueológicos - Ota (Alenquer, Portugal) Teses de mestrado - 2016 Arqueologia Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia |
title_short |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
title_full |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
title_fullStr |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
title_full_unstemmed |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
title_sort |
O 4º e o 3º milénio a.n.e. sítio da Ota (Alenquer) : perscrutando por entre colecções antigas e projectos recentes |
author |
Lopes, André Texugo |
author_facet |
Lopes, André Texugo |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Sousa, Ana Catarina Repositório da Universidade de Lisboa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lopes, André Texugo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Ota (Alenquer, Portugal) - Vestígios arqueológicos pré-históricos Calcolítico - Portugal Sitios arqueológicos - Ota (Alenquer, Portugal) Teses de mestrado - 2016 Arqueologia Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia |
topic |
Ota (Alenquer, Portugal) - Vestígios arqueológicos pré-históricos Calcolítico - Portugal Sitios arqueológicos - Ota (Alenquer, Portugal) Teses de mestrado - 2016 Arqueologia Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia |
description |
A Ota tem sido, recorrentemente, integrada em mapas, em discursos e dados empíricos sobre as mais diversas temáticas, em muito devido à sua larga diacronia de ocupação - Neolítico Final ao Período Islâmico – essencialmente baseada no espólio do “Castro” de Ota, em depósito no Museu Hipólito Cabaço (Alenquer). Este foi integralmente apresentado em 1956, por Ernani Barbosa num artigo expositivo, funcionando, ainda nos dias de hoje, como base ilustrativa do espólio existente. O estudo presente nesta dissertação conjuga as duas realidades disponíveis até à data, a coleção do Museu e o resultado do projecto COTA – Canhão Cársico de Ota – procurando o seu enquadramento sociocultural e cronológico. O vazio de conhecimento existente sobre as estruturas e espaços do sítio, em toda a diacronia, tornou de extrema utilidade esta abordagem, procurando compreender, e relacionar, a paisagem antrópica dos períodos Neolítico/Calcolítico, com a “Macro” Região da Estremadura Portuguesa e com a região imediata perfilada pela bacia hidrográfica dos rios de Alenquer, Grande da Pipa e Ota, que partilham a mesma base geológica – Jurássico “Lusitaniano”. Apesar da fragilidade resultante da ausência de contextos, a procura de paralelos com os sítios mais reconhecidos, em áreas limítrofes, permitiu o estabelecimento de uma caracterização cronológica relativa e genérica dos materiais arqueológicos. A sua análise seguiu muitas das propostas de outros autores, ainda que se tenha procurado desenvolver alguns aspectos em particular, gerando interpretações e justificações preparadas para lidar, em alguns casos, com possíveis adaptações locais. O arqueossítio da Ota terá sido, acreditamos nós, em finais do IV milénio e nos séculos seguintes do III, vivenciado mais intensamente por um conjunto de comunidades, cuja tipologia de ocupação do espaço, ainda se encontra por determinar, em especial porque pode ganhar ritmos diferenciados consoante a cronologia. Ainda que, segundo os dados disponíveis, as actividades agrícolas e florestais se encontrem, minimamente, fundamentadas, em associação ao elevado número de elementos de tear que poderão, também, suportar uma possível ocupação enquanto povoado, do local em estudo. Simultaneamente, as comunidades revelam a manutenção de contactos inter-regionais, lidos através de algumas matérias-primas encontradas, quer seja devido a um intenso grau de mobilidade ou relacionado com redes de troca. Esta influência encontra-se registada em materiais como o anfibolito, os metais, o xisto e algumas tipologias cerâmicas. É certo que esta abordagem careça de um estudo futuro de proveniências, a fim de alargar o conhecimento acerca das matériasprimas em questão, ainda assim parecem-nos bons pontos de partida. A Ota representa assim, mais do que um regresso a um sítio clássico, um regresso à Estremadura Portuguesa, que carece de novas visões, dados, abordagens e preconceitos. |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-11-16 2016-09-15 2016-11-16T00:00:00Z 2017-01-17T15:42:54Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10451/25959 TID:201407795 |
url |
http://hdl.handle.net/10451/25959 |
identifier_str_mv |
TID:201407795 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134343340228608 |