Argamassas no Arquipélago da Madeira. Caracterização da "Brita Lavada"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/18379 |
Resumo: | No séc. XV foram construídas as primeiras construções na atual região autónoma da Madeira (RAM) aparecendo assim as argamassas regionais. O início do séc. XVII foi marcado pelo apogeu da utilização de argamassas de cal aérea, com base na exploração da cal no Porto Santo no final do séc. XVI. Nos primórdios do séc. XX as argamassas eram constituídas essencialmente por cal aérea, proveniente do Porto Santo, e agregados de origem vulcânica, originários das ribeiras e do Oceano. A partir de 1940 o cimento Portland passou a ser o ligante principal utilizado nas argamassas regionais. No entanto, no séc. XX foi desenvolvida uma nova argamassa regional, designada por brita lavada, cuja aplicação simula revestimento a pedra de cantaria. Esta argamassa é constituída por cimento, basalto britado e pigmento negro. Depois de aplicada, a sua superfície é lavada para deixar o agregado à vista. No início do séc. XXI ocorre uma enorme mudança no sector da construção na RAM com o surgimento de novos produtos, como as argamassas pré-doseadas em fábrica, e de novas técnicas de aplicação de argamassas. Mas embora o método tradicional de elaborar argamassas em obra tenha passado a ser menos frequente, a utilização da brita lavada feita em obra tem crescido imenso nos últimos anos e a sua aplicação inicial para imitar cantaria evoluiu, alargando-se também a outros tipos de aplicação. Hoje em dia esta argamassa e tecnologia de aplicação já do século passado tem diversas aplicações, nomeadamente como argamassa de revestimento de paredes. A presente dissertação tem como objetivo efetuar uma avaliação e caracterização das propriedades da brita lavada no que diz respeito à sua aplicação em revestimentos de paredes, muitas vezes lado a lado com sistemas correntes de reboco aplicados em diversos edifícios da RAM. Assim efetuou-se um estudo que incidiu sobre uma argamassa elaborada em laboratório utilizando os materiais tradicionais da brita lavada e a sua dosagem mais corrente. Para comparação formularam-se uma argamassa semelhante mas sem incluir pigmento, argamassas com dosagens idênticas mas nas quais o agregado basáltico foi substituído por outro agregado e ainda uma argamassa de reboco corrente. Determinou-se o comportamento físico-mecânico de todas as argamassas e avaliou-se a influência da adição do pigmento e do agregado grosso, comparativamente às características de uma argamassa de reboco corrente. Foi ainda possível realizar a caracterização da pedra natural que dá origem ao agregado basáltico utilizado tradicionalmente na argamassa de brita lavada. Os resultados dos ensaios laboratoriais revelaram que a argamassa de brita lavada apresenta boas características físico-mecânicas quando comparada com uma argamassa de reboco tradicional e que a adição de pigmento, para além da alteração do aspeto estético, contribui, de um modo geral, positivamente no seu comportamento. Foi ainda possível observar que a pedra natural da RAM caracterizada apresenta boas propriedades para a aplicação em vista, contribuindo de forma positiva quando adicionada como agregado na argamassa de brita lavada. |
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