Comportamentos de saúde oral em adolescentes portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira,Carlos
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Veiga,Nélio, Amaral,Odete, Pereira,Joana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252013000200004
Resumo: Introdução A frequência da escovagem, a utilização do fio dentário e a consulta regular ao médico dentista são importantes determinantes de saúde oral. O objetivo deste estudo foi caracterizar os comportamentos de saúde oral numa amostra de adolescentes portugueses, mais especificamente a prevalência de escovagem, a utilização de fio dentário e as consultas regulares ao médico dentista, e estabelecer a associação destes comportamentos com aspetos sociodemográficos. Participantes e métodos Realizámos um estudo transversal onde avaliámos os alunos de 26 escolas públicas do terceiro ciclo e secundário do distrito de Viseu. Em cada escola avaliámos todos os adolescentes do 7.° ao 12.° ano de escolaridade. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário autoaplicado e respondido pelos adolescentes em sala de aula, contendo questões referentes a comportamentos de saúde oral e estatuto socioeconómico. Dos 8768 distribuídos, recolhemos 7644 (87,2%). Foram excluídos da análise os questionários sem informação para o sexo e para a idade, bem como os que correspondiam a idades inferiores a 12 ou superiores a 18 anos. Ficámos com uma amostra final de 7563 adolescentes (4117 do sexo feminino). Resultados A prevalência de escovagem (2 ou mais vezes por dia) é de 23,5%, mais frequente no sexo feminino (25,5 vs. 21,2%, p < 0,01). A frequência da escovagem (2 vezes ou mais por dia) encontra-se associada às habilitações literárias dos pais (< 4 anos=18,2%, 4-12 anos=23,2% e &gt; 12 anos=44,2%, p < 0,01) e à área de residência (urbano=36,9%, rural=16,7%, p < 0,01). A utilização diária do fio dentário é referida por 4,4% dos adolescentes, mais frequente no sexo feminino (4,6 vs. 4,1%, p < 0,05). 37,1% dos adolescentes referem nunca terem utilizado o fio dentário, 40,5% referem utilizá-lo às vezes e 18,1% desconhecem o fio dentário. 86,7% dos adolescentes referem ter consultado um médico dentista, uma ou mais vezes durante a vida e 55,0% referem que o fizeram nos últimos 12 meses. As razões mais frequentes para a ida à consulta nos últimos meses foram: consulta de rotina (49,8%), odontalgias (27,8%) e tratamentos dentários (21,6%). Conclusão O presente estudo permitiu concluir que os comportamentos de saúde oral dos adolescentes estão associados a fatores demográficos e socioeconómicos. Os hábitos de higiene oral são mais frequentes no sexo feminino. Uma elevada proporção de adolescentes não realiza consultas de rotina e vai ao médico apenas quando tem odontalgias. Programas comunitários devem ser considerados por forma a melhorar os conhecimentos e os comportamentos relacionados com a saúde oral dos adolescentes.
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