A supervisão pedagógica em tempos de pandemia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, João
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/6527
Resumo: A situação vivenciada pelo formando/futuro professor observado e avaliado, em momento formativo, é considerada angustiante, podendo provocar situações de ansiedade, desespero ou tensão (Caires & Almeida, 2000). A supervisão pedagógica é primordial para minorar as consequências desvantajosas e proporcionar um itinerário que oriente para o sucesso pedagógico e para a eficiência do professor em formação. Um dos modos de desenvolver, aperfeiçoar e dominar as competências ou destrezas do processo de ensino e aprendizagem é a partir da sua prática, não dispensando a lecionação. Reconhecendo que a prática simples não garante a aprendizagem, assumimos que a supervisão pedagógica é muito importante, desde que assente em objetivos claramente definidos, permitindo uma reflexão acerca da consecução desses mesmos objetivos. Uma supervisão pedagógica de qualidade, eficiente, diligente, útil exigente e rigorosa dos pontos de vista teórico, organizacional e operacional (Rocha, 2016). Supervisão esta que permita a construção de “uma autêntica relação de colaboração entre colegas” (Alarcão & Canha, 2013, p. 119). Esta supervisão pode ser desenvolvida através de práticas isoladas, microensino, ensino com pares, ensino reflexivo, ensino em pequenos ou grandes grupos em situação real e ensino real (Siedentop, 1981). No atual contexto de pandemia, em que, em momento inicial, se privilegiaram as práticas de ensino não presencial, a supervisão da prática de ensino supervisionada debateu-se e debate-se com diversas contingências em termos de exequibilidade e eficácia. As instituições de ensino superior tiveram/têm de adaptar as práticas e os procedimentos supervisivos à situação de pandemia provocada pela COVID-19 e vivenciada por todas as entidades envolvidas nestes processos. Neste propósito, intentamos averiguar quais as dificuldades sentidas por uma instituição de ensino superior público e pelas escolas cooperantes que com ela colaboram na realização da prática de ensino supervisionada da formação de professores do 1.º CEB. Planeamos ainda compreender o modo como foram e vão ser operacionalizados os processos supervisivos em contexto de pandemia, na formação de professores do 1.º CEB. De acordo com os objetivos da investigação, elegemos uma investigação de caráter descritivo, recorrendo ao inquérito por questionário como técnica de recolha de dados. O inquérito por questionário foi aplicado a dois elementos da direção de dois agrupamentos de escolas, a três coordenadores de curso, a onze supervisores institucionais, a nove orientadores cooperantes e a dezanove formandos/futuros professores. Dado a investigação estar a decorrer, ainda não existem resultados definitivos. Adiantamos, contudo, de modo preliminar, que dada a manifesta impossibilidade do ensino presencial, os formandos/futuros professores, por indicação da instituição formadora, recorreram ao “microensino com pares” e ao #EstudoEmCasa. A supervisão foi desenvolvida de forma não presencial, uma supervisão entre pares que valorizou a reflexão e a aprendizagem em colaboração, potenciada pela auto-supervisão e hétero-supervisão (cf. Alarcão & Roldão, 2008), a partir de gravações (#EstudoEmCasa) e de atividades de “microensino com pares”, em que também foi utilizada a auto e a hetero-supervisão, tendo como suporte a videoconferência. A partir da análise dos dados, verificamos que os formandos/futuros professores manifestam uma opinião muito favorável ao modo como foi ultrapassada toda a situação de contingência, dada a impossibilidade de desenvolverem as suas práticas em contexto presencial, pela instituição de ensino superior, salientando uma participação ativa e colaborativa de todos os intervenientes no modo como a situação foi superada. Evidencia-se, porém, algum desagrado para com a posição assumida pelas direções das escolas cooperantes, ao não lhes ser dada a oportunidade de participarem nas aulas através do ensino à distância. Os coordenadores de curso e os supervisores institucionais salientam que lidaram com um processo complexo, mas que a situação foi superada de modo a que os formados/futuros professores não saíssem lesados no seu percurso formativo/profissional e nas suas aprendizagens.
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Uma supervisão pedagógica de qualidade, eficiente, diligente, útil exigente e rigorosa dos pontos de vista teórico, organizacional e operacional (Rocha, 2016). Supervisão esta que permita a construção de “uma autêntica relação de colaboração entre colegas” (Alarcão & Canha, 2013, p. 119). Esta supervisão pode ser desenvolvida através de práticas isoladas, microensino, ensino com pares, ensino reflexivo, ensino em pequenos ou grandes grupos em situação real e ensino real (Siedentop, 1981). No atual contexto de pandemia, em que, em momento inicial, se privilegiaram as práticas de ensino não presencial, a supervisão da prática de ensino supervisionada debateu-se e debate-se com diversas contingências em termos de exequibilidade e eficácia. As instituições de ensino superior tiveram/têm de adaptar as práticas e os procedimentos supervisivos à situação de pandemia provocada pela COVID-19 e vivenciada por todas as entidades envolvidas nestes processos. Neste propósito, intentamos averiguar quais as dificuldades sentidas por uma instituição de ensino superior público e pelas escolas cooperantes que com ela colaboram na realização da prática de ensino supervisionada da formação de professores do 1.º CEB. Planeamos ainda compreender o modo como foram e vão ser operacionalizados os processos supervisivos em contexto de pandemia, na formação de professores do 1.º CEB. De acordo com os objetivos da investigação, elegemos uma investigação de caráter descritivo, recorrendo ao inquérito por questionário como técnica de recolha de dados. O inquérito por questionário foi aplicado a dois elementos da direção de dois agrupamentos de escolas, a três coordenadores de curso, a onze supervisores institucionais, a nove orientadores cooperantes e a dezanove formandos/futuros professores. Dado a investigação estar a decorrer, ainda não existem resultados definitivos. Adiantamos, contudo, de modo preliminar, que dada a manifesta impossibilidade do ensino presencial, os formandos/futuros professores, por indicação da instituição formadora, recorreram ao “microensino com pares” e ao #EstudoEmCasa. A supervisão foi desenvolvida de forma não presencial, uma supervisão entre pares que valorizou a reflexão e a aprendizagem em colaboração, potenciada pela auto-supervisão e hétero-supervisão (cf. Alarcão & Roldão, 2008), a partir de gravações (#EstudoEmCasa) e de atividades de “microensino com pares”, em que também foi utilizada a auto e a hetero-supervisão, tendo como suporte a videoconferência. A partir da análise dos dados, verificamos que os formandos/futuros professores manifestam uma opinião muito favorável ao modo como foi ultrapassada toda a situação de contingência, dada a impossibilidade de desenvolverem as suas práticas em contexto presencial, pela instituição de ensino superior, salientando uma participação ativa e colaborativa de todos os intervenientes no modo como a situação foi superada. Evidencia-se, porém, algum desagrado para com a posição assumida pelas direções das escolas cooperantes, ao não lhes ser dada a oportunidade de participarem nas aulas através do ensino à distância. 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