Gestão do tempo e Síndrome de Burnout em profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, José Carlos Coelho
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/6348
Resumo: Atualmente existe evidência e a consciencialização de que a pressão sobre o desempenho dos profissionais de saúde leva a um aumento potencial dos riscos psicossociais, devido à carga e ritmo de trabalho, tipo de horário, intensidade das relações interpessoais, situações a que estão expostos estes profissionais no contexto de trabalho e, consequentemente, apresentam uma probabilidade superior de desencadear burnout, que nas últimas décadas tem sido alvo de múltiplos estudos. Desta realidade emerge a perceção de que a pressão do tempo é uma das causas mais importantes de risco psicossocial, apresentando-se como possível componente estratégica na prevenção desses riscos. Objetivo: analisar a relação entre as dimensões da escala Time Management Behaviour e dimensões da subescala Burnout, em profissionais de saúde de uma organização hospitalar do norte do país. Métodos: é um estudo quantitativo, correlacional, descritivo e transversal, cujos dados foram recolhidos através de um questionário que integra variáveis sociodemográficas, socioprofissionais, a escala Time Management Behaviour e a subescala Burnout. Para avaliar as propriedades psicométricas das escalas que integram o instrumento de recolha de dados, efetuou-se a análise fatorial exploratória e confirmatória, assim como a consistência interna. Resultados: participaram no estudo 703 profissionais de saúde, sendo predominantemente do sexo feminino (76%) e com uma média de 41 anos de idade. As dimensões da gestão do tempo apresentaram valores próximos do ponto médio com a preferência pela organização, a apresentar o valor médio mais alto (3,83) e a dimensão ferramentas de gestão do tempo o valor médio mais baixo (2,85). Em relação à síndrome de burnout e suas dimensões, verificaram-se níveis abaixo do ponto médio, exceto para a exaustão emocional que apresentou um valor médio ligeiramente acima (2,56). Na comparação de médias e correlações efetuadas com as variáveis sociodemográficas e profissionais, os resultados são semelhantes aos identificados na literatura. Os resultados evidenciaram que o estabelecimento de objetivos e prioridades correlacionam-se significativamente e de forma negativa com as dimensões despersonalização e reduzida realização pessoal. A dimensão ferramentas da gestão do tempo apresenta uma associação negativa com a despersonalização. Por último, o estudo revelou uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre as restantes dimensões de gestão do tempo, perceção de controlo do tempo e preferência pela organização e a síndrome de burnout e suas dimensões. Realça-se que esta associação significativa e negativa dos fenómenos em estudo é considerada muito baixa para o estabelecimento de objetivos e prioridades (r=-0,11) e ferramentas da gestão do tempo (r=-0,12), baixa para a preferência pela organização (r=-0,32) e moderada para a perceção de controlo do tempo (r=-0,42), quando correlacionadas com a síndrome de burnout. Conclusão: da análise fatorial confirmatória das escalas, os valores obtidos permitem afirmar que são válidas e fiáveis para uso em profissionais de saúde. O aumento da perceção de controlo do tempo contribui para uma diminuição da síndrome de burnout. Tendo por base os resultados, é apresentada uma proposta de intervenção com o intuito de contribuir para uma gestão dos recursos humanos mais efetiva.
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Objetivo: analisar a relação entre as dimensões da escala Time Management Behaviour e dimensões da subescala Burnout, em profissionais de saúde de uma organização hospitalar do norte do país. Métodos: é um estudo quantitativo, correlacional, descritivo e transversal, cujos dados foram recolhidos através de um questionário que integra variáveis sociodemográficas, socioprofissionais, a escala Time Management Behaviour e a subescala Burnout. Para avaliar as propriedades psicométricas das escalas que integram o instrumento de recolha de dados, efetuou-se a análise fatorial exploratória e confirmatória, assim como a consistência interna. Resultados: participaram no estudo 703 profissionais de saúde, sendo predominantemente do sexo feminino (76%) e com uma média de 41 anos de idade. As dimensões da gestão do tempo apresentaram valores próximos do ponto médio com a preferência pela organização, a apresentar o valor médio mais alto (3,83) e a dimensão ferramentas de gestão do tempo o valor médio mais baixo (2,85). Em relação à síndrome de burnout e suas dimensões, verificaram-se níveis abaixo do ponto médio, exceto para a exaustão emocional que apresentou um valor médio ligeiramente acima (2,56). Na comparação de médias e correlações efetuadas com as variáveis sociodemográficas e profissionais, os resultados são semelhantes aos identificados na literatura. Os resultados evidenciaram que o estabelecimento de objetivos e prioridades correlacionam-se significativamente e de forma negativa com as dimensões despersonalização e reduzida realização pessoal. A dimensão ferramentas da gestão do tempo apresenta uma associação negativa com a despersonalização. Por último, o estudo revelou uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre as restantes dimensões de gestão do tempo, perceção de controlo do tempo e preferência pela organização e a síndrome de burnout e suas dimensões. Realça-se que esta associação significativa e negativa dos fenómenos em estudo é considerada muito baixa para o estabelecimento de objetivos e prioridades (r=-0,11) e ferramentas da gestão do tempo (r=-0,12), baixa para a preferência pela organização (r=-0,32) e moderada para a perceção de controlo do tempo (r=-0,42), quando correlacionadas com a síndrome de burnout. Conclusão: da análise fatorial confirmatória das escalas, os valores obtidos permitem afirmar que são válidas e fiáveis para uso em profissionais de saúde. O aumento da perceção de controlo do tempo contribui para uma diminuição da síndrome de burnout. Tendo por base os resultados, é apresentada uma proposta de intervenção com o intuito de contribuir para uma gestão dos recursos humanos mais efetiva.There is current evidence and awareness regarding the fact that pressure on performance of healthcare professionals leads to a potential increase of psychosocial risks, due to work amount and rate, type of schedule, magnitude of interpersonal relationships, situations exposed in professional context and consequently they show a higher probability of burnout, which in the last decades has been target of multiple studies. From this reality emerges the perception that time pressure is one of the most important causes of psychosocial risk, with time management being a possible strategic component in the prevention of these risks. Objective: analyze the relationship between dimensions of the Time Management Behaviour scale and dimensions in the subscale of Burnout, applied to healthcare professionals of a hospital centre in northern Portugal. Methods: it is a quantitative, correlational, descriptive and cross-sectional study. Data collection was conducted through a survey, including socio-demographic and socio-professional variables, application of the Time Management Behavior scale and the Burnout subscale. In order to evaluate the scales‟ psychometric properties that compose the data collection material, exploratory and confirmatory factor analysis were preformed, as well as assessment of internal consistency. Results: 703 healthcare professionals participated in the study, predominantly women (76%) and registering an average of 41 years of age. Time management dimensions show values close to scale midpoint, with preference for organization presenting the highest average (3.83) and the mechanics of time management the lowest average (2.85). Concerning burnout syndrome and its dimensions, below-midpoint levels were registered, except for emotional exhaustion that had an average slightly above (2.56). In the comparison of averages and correlations with sociodemographic and professional variables, results were similar to those on previous findings. Results highlight that setting goals and priorities have a negative and significant correlation with dimension of depersonalization and diminished personal achievement. The dimension mechanics of time management shows a negative association with depersonalization. At last, this study shows a negative and statistically significant correlation between the other dimensions of time management, including perceived control of time and preference for organization, and burnout syndrome and its dimensions. It is important to emphasize that this negative association of the studied phenomena is considered very low for the setting goals and priorities (r=-0.11) and mechanics of time management (r=-0.12), low for preference for organization (r=-0.32) and moderate to perceived control of time (r=-0.42) when correlated with burnout syndrome. Conclusion: the results of the scales confirmatory factor analysis reveal their validity and reliability for application to healthcare professionals. Increased perceived control of time reveals less incidence of burnout syndrome. Based on these results, an intervention plan is suggested in order to improve the management of human resources.2016-08-04T10:23:34Z2015-01-01T00:00:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/6348porRibeiro, José Carlos Coelhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:39:20Zoai:repositorio.utad.pt:10348/6348Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:18.211060Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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