Espondilolise e espondilolistese ístmica de grau I no adolescente: Análise retrospectiva de 30 casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira,Vânia
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Rodrigues-Pinto,Ricardo, Costa,Luís, Encarnação,Ângelo, Campos,Armando, Oliveira,António
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-21222014000300004
Resumo: Objectivo: a espondilolise e a espondilolistese ístmica grau I são causas de lombalgia nos adolescentes e associam-se a fractura de fadiga da pars interarticularis por movimentos repetidos de hiperextensão. Na literatura não existe consenso quanto aos benefícios do tratamento cirúrgico nestes doentes, muitas vezes atletas, e a controvérsia prolonga-se sobre qual a melhor técnica cirúrgica. Os autores descrevem a técnica cirúrgica que sistematicamente utilizam e analisam os resultados obtidos. Material e métodos: retrospectivamente, entre 2004 e 2013, foram avaliados 30 adolescentes, 12 com lise ístmica e 18 com espondilolistese ístmica grau I, operados pelo mesmo cirurgião. A reconstituição ístmica foi feita com autoenxerto de ilíaco e fixação pedicular posterior temporária. Avalia-se a taxa de consolidação, complicações, dor (VAS), função (ODI) e o grau de satisfação. Resultados: a idade média foi 16.3 anos (13-18) e o seguimento 23.5 meses (14-48). Ocorreu consolidação em 100% dos casos. O VAS médio reduziu de 7.48 para 0.38 (p<0.0001) e, funcionalmente, o ODI médio melhorou de 38.55% para 1.59% (p<0.0001), de disfunção moderada para mínima. A todos os doentes foi retirado o material após 1 ano de reconstituição ístmica. No total, 63.3% dos doentes eram desportistas e todos retomaram o nível prévio. Não se verificou progressão da listese nem complicações significativas. Os doentes encontram-se satisfeitos e repetiriam o tratamento. Conclusão: as técnicas de artrodese obtêm bons resultados clínicos mas implicam perda de mobilidade segmentar e doença do nível adjacente. Comparativamente com técnicas dinâmicas, a técnica preconizada pelos autores permite não só a reconstituição ístmica eficaz como revela resultados superiores a médio prazo, o que supera a necessidade de segunda intervenção para extração do material. A reconstituição ístmica com autoenxerto e fixação pedicular posterior temporária na espondilolise ou espondilolistese ístmica grau I obteve excelentes resultados clínicos e elevada taxa de consolidação. Esta técnica é defendida pelos autores mesmo em atletas de alta competição.
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