Fragmentos da vida de um professor : entre a etnografia e a (auto)biografia : relatório reflexivo e teoricamente fundamentado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/12511 |
Resumo: | O presente relatório consiste, em primeiro lugar, numa revisitação do nosso itinerário profissional num enfoque biográfico-narrativo, tendo um enquadramento teórico que julgamos essencial para a sua completa compreensão. Pretendemos assim escrutinar uma trajetória profissional iniciada em meados da década de oitenta do século passado, percecionando e dando sentido a acontecimentos e experiências passados à luz dos referenciais contemporâneos. Este documento surge simultaneamente como um modo de ordenar as nossas experiências profissionais e apropriarmo-nos delas e dos seus significados individuais e coletivos. A materialidade dinâmica da palavra do sujeito/professor, como constituinte do seu conhecimento prático pessoal, dos seus ciclos de vida ou da sua identidade profissional, impõe-se assim num mundo globalizado e em mutação acelerada, em que emerge uma necessidade imperiosa de nos individualizarmos, de contarmos com referentes identitários e onde o refúgio na própria experiência individual se converte num abrigo seguro. Neste relato falamos sobretudo no que fizemos, o que sentimos, o que nos sucedeu ou as consequências de determinadas ações, sempre contextualizando em relação à dimensão institucional e ao âmbito sociopolítico que as enquadraram, tentando relacionar a ação individual com a história social em que se inscreveu. Pretendemos, deste modo, expressar a dimensão emotiva das experiências, a sua complexidade, as relações e a singularidade de cada ação, tentando captar as motivações, os desejos, os sentimentos e os propósitos que lhes estiveram subjacentes. Tendo como referencial identitário o nosso perfil docente enquanto professores do ensino primário, revisitamos a nossa história de vida e a nossa trajetória profissional singular desde a formação inicial na Escola do Magistério Primário de Lamego, passando pelo processo de socialização e de construção da nossa identidade profissional e pelos itinerários formativos adotados ao longo da carreira. No fundo, procurámos encontrar um “fio condutor” que estabelecesse as relações necessárias entre o que eramos e o que somos hoje, analisando o nosso curriculum enquanto fruto do conjunto de vivências e aprendizagens que foram configurando o que somos enquanto pessoas e profissionais. Tendo como referencial, mas não como “bíblia” determinística, a investigação biográfico-narrativa protagonizada por Sikes (1985), Huberman (1989), Gonçalves (2009) ou Bolívar (2010), principalmente no que se refere aos ciclos de vida dos professores e à demanda de padrões comuns na carreira docente, analisamos a nossa trajetória profissional entendendo-a como uma construção simultaneamente individual e social, em permanente auto-reorganização. Assim, partindo da indução profissional após a formação inicial, percecionando-a como a aceitação implícita de um vínculo social e a viabilização de um projeto de vida próprio, percorremos os caminhos ínvios das serranias beirãs num desamparo pessoal e profissional por geografias ignotas e escolas de lugar único. A insegurança nesses primeiros tempos tinha múltiplas dimensões: a dificuldade em implementarmos projetos pedagógicos consistentes devido à itinerância forçada das colocações temporárias e aos consequentes desenraizamentos sucessivos; o confronto entre o trabalho pedagógico idealizado e o ritualismo formal e uma prática repetitiva prevalecente; o desencontro entre o idealismo vocacional e uma profunda insatisfação face às condições objetivas de exercício da profissão, ao respeito e prestígio profissional e à realização pessoal. A estas dificuldades se contrapôs o idealismo (ou a inconsciência talvez) de principiante, ancorada em fortes redes de apoio informal constituídas pelos pares. Colegas em situações similares ou profissionalmente mais experientes constituíram uma trama relacional que permitiu um equilíbrio pessoal e uma consolidação da profissionalidade através da formação auto-orientada e cooperativa. Foi também neste período que iniciámos a criação de relações profissionais, redefinimos as de amizade e de afeto, visando a constituição das componentes estruturantes de uma vida familiar futura. A fase da estabilização na nossa trajetória docente, como o nome indica, representou a consolidação da identidade profissional através de um compromisso reforçado com a instituição escolar e um comprometimento definitivo com a profissão e, simultaneamente, uma fixação relativa em termos de locais de lecionação. Este equilíbrio profissional propiciou um sentimento de crescente competência pedagógica e a necessidade de experimentação e diversificação. Incluem-se neste propósito experiências tão distintas como a lecionação de cursos de alfabetização de adultos, o trabalho numa escola de Área Aberta/tipo P3, o apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem ou, num âmbito de comprometimento organizacional e coletivo, o envolvimento na criação e desenvolvimento de agrupamentos de escolas, com a implementação do Decreto-Lei 115-A/98. Nesta fase da vida pessoal, o anseio de transformação social e de participação ativa nas dinâmicas coletivas extravasou inclusive para uma participação cívica em múltiplas estruturas políticas, sociais e culturais, a nível local. Numa lógica de desenvolvimento profissional contínuo e dinâmico, assumimos, ao longo da nossa carreira, a necessidade de um aprofundamento das competências e dos conhecimentos específicos à docência. Esse objetivo foi conseguido através de um investimento pessoal no processo formativo, quer na escola, através de aprendizagens formais e informais baseadas no trabalho cooperativo e de equipa, quer nas diversas modalidades de formação contínua, ou em modalidades mais amplas e aprofundadas como o complemento de formação pela Universidade Aberta para a obtenção do grau de licenciado, a participação no PNEP (Programa Nacional de Ensino do Português) num duplo papel de formando/formador e na pós graduação em Administração e Gestão Escolar. São pois estas as dimensões do nosso percurso profissional que abordamos seguidamente, de modo a ilustrar de forma pormenorizada uma carreira com cerca de três décadas. Este documento, com um forte cariz reflexivo, insere-se num paradigma autobiográfico e descritivo da problemática da construção identitária dos professores do 1º Ciclo e do seu desenvolvimento profissional, almejando mesclar a nossa narrativa pessoal e biográfica com o seu contexto sociocultural, histórico e institucional. Ao basear-se numa reflexão contextualizada, aspira a constituir-se, sobretudo, como gerador de interrogações e de algumas pistas teóricas que permitam perceber as nossas conceções de escola e de profissionalidade docente, tendo como ponto de partida a (re)construção do nosso trajeto profissional. |
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Fragmentos da vida de um professor : entre a etnografia e a (auto)biografia : relatório reflexivo e teoricamente fundamentadoDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências da EducaçãoO presente relatório consiste, em primeiro lugar, numa revisitação do nosso itinerário profissional num enfoque biográfico-narrativo, tendo um enquadramento teórico que julgamos essencial para a sua completa compreensão. Pretendemos assim escrutinar uma trajetória profissional iniciada em meados da década de oitenta do século passado, percecionando e dando sentido a acontecimentos e experiências passados à luz dos referenciais contemporâneos. Este documento surge simultaneamente como um modo de ordenar as nossas experiências profissionais e apropriarmo-nos delas e dos seus significados individuais e coletivos. A materialidade dinâmica da palavra do sujeito/professor, como constituinte do seu conhecimento prático pessoal, dos seus ciclos de vida ou da sua identidade profissional, impõe-se assim num mundo globalizado e em mutação acelerada, em que emerge uma necessidade imperiosa de nos individualizarmos, de contarmos com referentes identitários e onde o refúgio na própria experiência individual se converte num abrigo seguro. Neste relato falamos sobretudo no que fizemos, o que sentimos, o que nos sucedeu ou as consequências de determinadas ações, sempre contextualizando em relação à dimensão institucional e ao âmbito sociopolítico que as enquadraram, tentando relacionar a ação individual com a história social em que se inscreveu. Pretendemos, deste modo, expressar a dimensão emotiva das experiências, a sua complexidade, as relações e a singularidade de cada ação, tentando captar as motivações, os desejos, os sentimentos e os propósitos que lhes estiveram subjacentes. Tendo como referencial identitário o nosso perfil docente enquanto professores do ensino primário, revisitamos a nossa história de vida e a nossa trajetória profissional singular desde a formação inicial na Escola do Magistério Primário de Lamego, passando pelo processo de socialização e de construção da nossa identidade profissional e pelos itinerários formativos adotados ao longo da carreira. No fundo, procurámos encontrar um “fio condutor” que estabelecesse as relações necessárias entre o que eramos e o que somos hoje, analisando o nosso curriculum enquanto fruto do conjunto de vivências e aprendizagens que foram configurando o que somos enquanto pessoas e profissionais. Tendo como referencial, mas não como “bíblia” determinística, a investigação biográfico-narrativa protagonizada por Sikes (1985), Huberman (1989), Gonçalves (2009) ou Bolívar (2010), principalmente no que se refere aos ciclos de vida dos professores e à demanda de padrões comuns na carreira docente, analisamos a nossa trajetória profissional entendendo-a como uma construção simultaneamente individual e social, em permanente auto-reorganização. Assim, partindo da indução profissional após a formação inicial, percecionando-a como a aceitação implícita de um vínculo social e a viabilização de um projeto de vida próprio, percorremos os caminhos ínvios das serranias beirãs num desamparo pessoal e profissional por geografias ignotas e escolas de lugar único. A insegurança nesses primeiros tempos tinha múltiplas dimensões: a dificuldade em implementarmos projetos pedagógicos consistentes devido à itinerância forçada das colocações temporárias e aos consequentes desenraizamentos sucessivos; o confronto entre o trabalho pedagógico idealizado e o ritualismo formal e uma prática repetitiva prevalecente; o desencontro entre o idealismo vocacional e uma profunda insatisfação face às condições objetivas de exercício da profissão, ao respeito e prestígio profissional e à realização pessoal. A estas dificuldades se contrapôs o idealismo (ou a inconsciência talvez) de principiante, ancorada em fortes redes de apoio informal constituídas pelos pares. Colegas em situações similares ou profissionalmente mais experientes constituíram uma trama relacional que permitiu um equilíbrio pessoal e uma consolidação da profissionalidade através da formação auto-orientada e cooperativa. Foi também neste período que iniciámos a criação de relações profissionais, redefinimos as de amizade e de afeto, visando a constituição das componentes estruturantes de uma vida familiar futura. A fase da estabilização na nossa trajetória docente, como o nome indica, representou a consolidação da identidade profissional através de um compromisso reforçado com a instituição escolar e um comprometimento definitivo com a profissão e, simultaneamente, uma fixação relativa em termos de locais de lecionação. Este equilíbrio profissional propiciou um sentimento de crescente competência pedagógica e a necessidade de experimentação e diversificação. Incluem-se neste propósito experiências tão distintas como a lecionação de cursos de alfabetização de adultos, o trabalho numa escola de Área Aberta/tipo P3, o apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem ou, num âmbito de comprometimento organizacional e coletivo, o envolvimento na criação e desenvolvimento de agrupamentos de escolas, com a implementação do Decreto-Lei 115-A/98. Nesta fase da vida pessoal, o anseio de transformação social e de participação ativa nas dinâmicas coletivas extravasou inclusive para uma participação cívica em múltiplas estruturas políticas, sociais e culturais, a nível local. Numa lógica de desenvolvimento profissional contínuo e dinâmico, assumimos, ao longo da nossa carreira, a necessidade de um aprofundamento das competências e dos conhecimentos específicos à docência. Esse objetivo foi conseguido através de um investimento pessoal no processo formativo, quer na escola, através de aprendizagens formais e informais baseadas no trabalho cooperativo e de equipa, quer nas diversas modalidades de formação contínua, ou em modalidades mais amplas e aprofundadas como o complemento de formação pela Universidade Aberta para a obtenção do grau de licenciado, a participação no PNEP (Programa Nacional de Ensino do Português) num duplo papel de formando/formador e na pós graduação em Administração e Gestão Escolar. São pois estas as dimensões do nosso percurso profissional que abordamos seguidamente, de modo a ilustrar de forma pormenorizada uma carreira com cerca de três décadas. Este documento, com um forte cariz reflexivo, insere-se num paradigma autobiográfico e descritivo da problemática da construção identitária dos professores do 1º Ciclo e do seu desenvolvimento profissional, almejando mesclar a nossa narrativa pessoal e biográfica com o seu contexto sociocultural, histórico e institucional. Ao basear-se numa reflexão contextualizada, aspira a constituir-se, sobretudo, como gerador de interrogações e de algumas pistas teóricas que permitam perceber as nossas conceções de escola e de profissionalidade docente, tendo como ponto de partida a (re)construção do nosso trajeto profissional.Ferreira, Henrique da CostaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaGomes, António Carlos Rodrigues2013-08-09T14:14:11Z2012-09-2820122012-09-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/12511porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-05T01:36:18Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/12511Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:10:13.001347Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A materialidade dinâmica da palavra do sujeito/professor, como constituinte do seu conhecimento prático pessoal, dos seus ciclos de vida ou da sua identidade profissional, impõe-se assim num mundo globalizado e em mutação acelerada, em que emerge uma necessidade imperiosa de nos individualizarmos, de contarmos com referentes identitários e onde o refúgio na própria experiência individual se converte num abrigo seguro. Neste relato falamos sobretudo no que fizemos, o que sentimos, o que nos sucedeu ou as consequências de determinadas ações, sempre contextualizando em relação à dimensão institucional e ao âmbito sociopolítico que as enquadraram, tentando relacionar a ação individual com a história social em que se inscreveu. Pretendemos, deste modo, expressar a dimensão emotiva das experiências, a sua complexidade, as relações e a singularidade de cada ação, tentando captar as motivações, os desejos, os sentimentos e os propósitos que lhes estiveram subjacentes. Tendo como referencial identitário o nosso perfil docente enquanto professores do ensino primário, revisitamos a nossa história de vida e a nossa trajetória profissional singular desde a formação inicial na Escola do Magistério Primário de Lamego, passando pelo processo de socialização e de construção da nossa identidade profissional e pelos itinerários formativos adotados ao longo da carreira. No fundo, procurámos encontrar um “fio condutor” que estabelecesse as relações necessárias entre o que eramos e o que somos hoje, analisando o nosso curriculum enquanto fruto do conjunto de vivências e aprendizagens que foram configurando o que somos enquanto pessoas e profissionais. Tendo como referencial, mas não como “bíblia” determinística, a investigação biográfico-narrativa protagonizada por Sikes (1985), Huberman (1989), Gonçalves (2009) ou Bolívar (2010), principalmente no que se refere aos ciclos de vida dos professores e à demanda de padrões comuns na carreira docente, analisamos a nossa trajetória profissional entendendo-a como uma construção simultaneamente individual e social, em permanente auto-reorganização. Assim, partindo da indução profissional após a formação inicial, percecionando-a como a aceitação implícita de um vínculo social e a viabilização de um projeto de vida próprio, percorremos os caminhos ínvios das serranias beirãs num desamparo pessoal e profissional por geografias ignotas e escolas de lugar único. A insegurança nesses primeiros tempos tinha múltiplas dimensões: a dificuldade em implementarmos projetos pedagógicos consistentes devido à itinerância forçada das colocações temporárias e aos consequentes desenraizamentos sucessivos; o confronto entre o trabalho pedagógico idealizado e o ritualismo formal e uma prática repetitiva prevalecente; o desencontro entre o idealismo vocacional e uma profunda insatisfação face às condições objetivas de exercício da profissão, ao respeito e prestígio profissional e à realização pessoal. A estas dificuldades se contrapôs o idealismo (ou a inconsciência talvez) de principiante, ancorada em fortes redes de apoio informal constituídas pelos pares. Colegas em situações similares ou profissionalmente mais experientes constituíram uma trama relacional que permitiu um equilíbrio pessoal e uma consolidação da profissionalidade através da formação auto-orientada e cooperativa. Foi também neste período que iniciámos a criação de relações profissionais, redefinimos as de amizade e de afeto, visando a constituição das componentes estruturantes de uma vida familiar futura. A fase da estabilização na nossa trajetória docente, como o nome indica, representou a consolidação da identidade profissional através de um compromisso reforçado com a instituição escolar e um comprometimento definitivo com a profissão e, simultaneamente, uma fixação relativa em termos de locais de lecionação. Este equilíbrio profissional propiciou um sentimento de crescente competência pedagógica e a necessidade de experimentação e diversificação. Incluem-se neste propósito experiências tão distintas como a lecionação de cursos de alfabetização de adultos, o trabalho numa escola de Área Aberta/tipo P3, o apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem ou, num âmbito de comprometimento organizacional e coletivo, o envolvimento na criação e desenvolvimento de agrupamentos de escolas, com a implementação do Decreto-Lei 115-A/98. Nesta fase da vida pessoal, o anseio de transformação social e de participação ativa nas dinâmicas coletivas extravasou inclusive para uma participação cívica em múltiplas estruturas políticas, sociais e culturais, a nível local. Numa lógica de desenvolvimento profissional contínuo e dinâmico, assumimos, ao longo da nossa carreira, a necessidade de um aprofundamento das competências e dos conhecimentos específicos à docência. Esse objetivo foi conseguido através de um investimento pessoal no processo formativo, quer na escola, através de aprendizagens formais e informais baseadas no trabalho cooperativo e de equipa, quer nas diversas modalidades de formação contínua, ou em modalidades mais amplas e aprofundadas como o complemento de formação pela Universidade Aberta para a obtenção do grau de licenciado, a participação no PNEP (Programa Nacional de Ensino do Português) num duplo papel de formando/formador e na pós graduação em Administração e Gestão Escolar. São pois estas as dimensões do nosso percurso profissional que abordamos seguidamente, de modo a ilustrar de forma pormenorizada uma carreira com cerca de três décadas. Este documento, com um forte cariz reflexivo, insere-se num paradigma autobiográfico e descritivo da problemática da construção identitária dos professores do 1º Ciclo e do seu desenvolvimento profissional, almejando mesclar a nossa narrativa pessoal e biográfica com o seu contexto sociocultural, histórico e institucional. Ao basear-se numa reflexão contextualizada, aspira a constituir-se, sobretudo, como gerador de interrogações e de algumas pistas teóricas que permitam perceber as nossas conceções de escola e de profissionalidade docente, tendo como ponto de partida a (re)construção do nosso trajeto profissional. |
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