Prevalência e preditores de morbilidade psicológica nos familiares de doentes oncológicos terminais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Areia,Neide
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Major,Sofia, Fonseca,Gabriela, Oliveira,Vivianne, Relvas,Ana Paula
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862020000100025
Resumo: A fase terminal da doença oncológica constitui um dos desafios mais complexos que um sistema familiar pode vir a enfrentar. Porém, os estudos sobre os impactos do cancro terminal na família são, ainda, escassos. Posto isto, o presente estudo tem como objetivo determinar a prevalência e preditores do distress mórbido, depressão, ansiedade, somatização e luto antecipatório complicado nos familiares de doentes oncológicos terminais. Método: Cento e doze familiares de doentes com cancro terminal responderam a um protocolo de investigação constituído por uma medida da morbilidade psicológica, luto antecipatório, necessidades familiares e funcionamento familiar. A prevalência da morbilidade psicológica foi determinada através de estatísticas descritivas e de frequência. Os preditores dessa morbilidade foram determinados através de modelos de equação estruturais. Resultados: Os familiares reportaram prevalências elevadas de morbilidade psicológica (66,1% para distress mórbido, 68,8% para depressão, 72,3% para ansiedade, 50,9% para somatização e 25,9% para luto antecipatório complicado). Verificou-se que, de entre outros fatores, a insatisfação com a prestação de cuidados e o funcionamento familiar constituem preditores fundamentais para o desenvolvimento de morbilidade psicológica. Discussão/Conclusão: Os resultados deste estudo apontam para uma prevalência preocupante de morbilidade psicológica nos familiares de doentes com cancro terminal. Demonstra-se, assim, a importância de implementar uma abordagem de cuidados centrada na família - particularmente em contextos de fim de vida -, com o objetivo de reduzir o risco de desenvolvimento de respostas desajustadas prée pós-morte do doente.
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