Ao encontro de Merleau – Ponty: contributos para olhar o corpo e o movimento na infância
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1822/83730 |
Resumo: | A partir das obras “Fenomenologia da percepção e o “O olho e o espírito” de Merleau - Ponty, vamos tentar, num exercício de abstração teórica, mostrar que o “Ser” o “Mundo” e o “Ser-no-Mundo” da(pela)Criança, mais do que um olhar pelo “olho da racionalidade técnica e científica”, deve, num primeiro momento, ser olhado pela sensibilidade, pela percepção, pela intencionalidade fenomenológica. Esse olhar tem no corpo os eu campo de ação e interpretação. Neste sentido, a intenção deste artigo é propor uma reflexão teórica sobre as dimensões que envolvem o “ver fenomenológico/pré-reflexivo”, que é anterior ao “ver racional/reflexivo”, e as possíveis consequências no ato pedagógico e didático no campo da Educação Física nas primeiras idades. A metodologia utilizada recorreu na análise de referências teóricas de um autor em particular (Merleau-Ponty) e a partir daí se propõe fazer um (outro) exercício teórico, reflexivo e especulativo no campo da Educação Infantil, em particular no que toca ao corpo e ao movimento humano. Consideramos: 1. Quanto mais rico for o estímulo fenomenológico assente na sensibilidade, percepção, intuição, imaginação, subjetividade; quanto mais rico for o estímulo pré-reflexivo (este cimento), mais rico será depois o estímulo racional de que tanto a modernidade e a pós-modernidade “gosta”. Há linguagens que vêm antes da linguagem racional; 2. A educação nas primeiras idades deverá ser uma educação para ensinar a viver com curiosidade, com alegria, com sentimento e não para adorar, produzir, cumprir…um currículo demasiado racional e ideológico; 3. A investigação/ciência nas primeiras idades não deve ficar apenas ancorada na ciência exata. As primeiras idades precisam das ciências humanas – mais ampla e mais precisa no dizer do homem. Razão, ordem, objetividade, mas também emoção, afeto, sensibilidade, subjetividade, intersubjetividade. Os professores são/deverão ser especialistas em humanidades. |
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Ao encontro de Merleau – Ponty: contributos para olhar o corpo e o movimento na infânciaCriançaInfânciaRazãoPercepçãoCorpoMovimentoChildChildhoodReasonPerceptionBodyMovementCiências Sociais::Ciências da EducaçãoA partir das obras “Fenomenologia da percepção e o “O olho e o espírito” de Merleau - Ponty, vamos tentar, num exercício de abstração teórica, mostrar que o “Ser” o “Mundo” e o “Ser-no-Mundo” da(pela)Criança, mais do que um olhar pelo “olho da racionalidade técnica e científica”, deve, num primeiro momento, ser olhado pela sensibilidade, pela percepção, pela intencionalidade fenomenológica. Esse olhar tem no corpo os eu campo de ação e interpretação. Neste sentido, a intenção deste artigo é propor uma reflexão teórica sobre as dimensões que envolvem o “ver fenomenológico/pré-reflexivo”, que é anterior ao “ver racional/reflexivo”, e as possíveis consequências no ato pedagógico e didático no campo da Educação Física nas primeiras idades. A metodologia utilizada recorreu na análise de referências teóricas de um autor em particular (Merleau-Ponty) e a partir daí se propõe fazer um (outro) exercício teórico, reflexivo e especulativo no campo da Educação Infantil, em particular no que toca ao corpo e ao movimento humano. Consideramos: 1. Quanto mais rico for o estímulo fenomenológico assente na sensibilidade, percepção, intuição, imaginação, subjetividade; quanto mais rico for o estímulo pré-reflexivo (este cimento), mais rico será depois o estímulo racional de que tanto a modernidade e a pós-modernidade “gosta”. Há linguagens que vêm antes da linguagem racional; 2. A educação nas primeiras idades deverá ser uma educação para ensinar a viver com curiosidade, com alegria, com sentimento e não para adorar, produzir, cumprir…um currículo demasiado racional e ideológico; 3. A investigação/ciência nas primeiras idades não deve ficar apenas ancorada na ciência exata. As primeiras idades precisam das ciências humanas – mais ampla e mais precisa no dizer do homem. Razão, ordem, objetividade, mas também emoção, afeto, sensibilidade, subjetividade, intersubjetividade. Os professores são/deverão ser especialistas em humanidades.From the works “Phenomenology of perception and “The eye and the spirit” by Merleau - Ponty, wewill try, in an exercise of theoretical abstraction, to show that the “Being” the “World” and the “Being-in-the-World” of (by) the Child, more than a look through the “eye of technical and scientific rationality”, it must, inafirst moment, be looked at by sensitivity, by perception, by phenomenological intentionality. This lookhasitsfield of action and interpretation in the body. In this sense, the intention of this article is to propose a theoretical reflection on the dimensions that involve the “phenomenological/pre-reflective view”, which is prior tothe“rational/reflective view”, and the possible consequences in the pedagogical and didactic act in the fieldofPhysical Education in early ages. The methodology used resorted to the analysis of theoretical references ofaparticular author (Merleau-Ponty) and from there it is proposed to carry out (another) theoretical, reflectiveandspeculative exercise in the field of Early Childhood Education, in particular with regard to the bodyandtohuman movement. We consider: 1. The richer the phenomenological stimulus based on sensitivity, perception, intuition, imagination, subjectivity; the richer the pre-reflective stimulus (this cement), the richer thelaterrational stimulus that both modernity and postmodernity “like”. There are languages that come beforerational language; 2. Education in the early ages should be an education to teach how to live with curiosity, withjoy, with feeling and not to adore, produce, fulfill…an overly rational and ideological curriculum; 3. Research/science in the early ages should not be based solely on exact science. The first ages need the humansciences – broader and more precise in the words of man. Reason, order, objectivity, but also emotion, affection, sensitivity, subjectivity, intersubjectivity. Teachers are/should be specialists in the humanities.Universidade do MinhoCunha, António CamiloGalvão, Zenaide2023-01-202023-01-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/83730porCunha, António Camilo & Galvão, Zenaide (2023). Ao encontro de Merleau – Ponty: contributos para olhar o corpo e o movimento na infância. Revista Interação Interdisciplinar, 1(2) Dossiê “Crianças e culturas infantis: diversidade de olhares, 203-213. https://publicacoes.unifimes.edu.br/index.php/interacao/article/view/23412526-9550info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-23T01:28:43Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/83730Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:59:36.717599Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Cunha, António Camilo & Galvão, Zenaide (2023). Ao encontro de Merleau – Ponty: contributos para olhar o corpo e o movimento na infância. Revista Interação Interdisciplinar, 1(2) Dossiê “Crianças e culturas infantis: diversidade de olhares, 203-213. https://publicacoes.unifimes.edu.br/index.php/interacao/article/view/2341 2526-9550 |
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