África e as Missões de Geografia Tropical Portuguesa na segunda metade do século XX

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sarmento, João Carlos Vicente
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/81548
Resumo: O conhecimento científico de África, e da África portuguesa em particular, realizou-se tardiamente em relação a outros territórios e a outros impérios. Foi sobretudo após 1945 que se iniciaram trabalhos científicos articulados e consistentes sobre os territórios do império português. A Geografia, enquanto disciplina científica autónoma, acompanhou as mudanças institucionais de planeamento e coordenação da investigação científica nas colónias portuguesas, protagonizadas pela Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais, mais tarde Junta de Investigações Coloniais, e Junta de Investigações do Ultramar. Este texto debruça-se sobre as Missões de Geografia financiadas por este organismo no pós-guerra, com particular destaque para três casos: A Missão de Estudos de Geografia Física de Angola (1958-1961), o Agrupamento Científico de Preparação de Geógrafos para o Ultramar (1958-1973), e a Missão de Geografia Física e Humana do Ultramar (1960-1973). Todas moldaram fortemente a investigação geográfica que se fez nos trópicos, e em África em particular, durante cerca de duas décadas. Entre outras fontes dispersas, para este trabalho consultaram-se os processos referentes às três iniciativas supracitadas que foram conduzidas nos territórios coloniais portugueses, e produzidos no âmbito da comissão executiva da Junta de Investigações do Ultramar, que, desde a extinção do Instituto de Investigação Científica Tropical, se encontram à guarda da Universidade de Lisboa. Um trabalho de maior folego publicado recentemente faz uma análise mais detalhada destas missões, sobretudo tendo em vista os trabalhos específicos de Orlando Ribeiro em Angola, e em particular os seus cadernos de campo (Sarmento, 2022).
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spelling África e as Missões de Geografia Tropical Portuguesa na segunda metade do século XXAfrica and the Portuguese Tropical Geography Missions of the second half of the 20th centuryÁfrica y las Misiones de Geografía Tropical Portuguesa en la segunda mitad del siglo XXL'Afrique et les missions portugaises de géographie tropicale dans la seconde moitié du XXe siècleMissões de GeografiaOrlando RibeiroColonialismo tardioÁfricaMissions de géographieColonialisme tardifAfriqueMisiones de geografíaColonialismo tardíoGeography missionsLate colonialismAfricaCiências Sociais::Geografia Económica e SocialO conhecimento científico de África, e da África portuguesa em particular, realizou-se tardiamente em relação a outros territórios e a outros impérios. Foi sobretudo após 1945 que se iniciaram trabalhos científicos articulados e consistentes sobre os territórios do império português. A Geografia, enquanto disciplina científica autónoma, acompanhou as mudanças institucionais de planeamento e coordenação da investigação científica nas colónias portuguesas, protagonizadas pela Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais, mais tarde Junta de Investigações Coloniais, e Junta de Investigações do Ultramar. Este texto debruça-se sobre as Missões de Geografia financiadas por este organismo no pós-guerra, com particular destaque para três casos: A Missão de Estudos de Geografia Física de Angola (1958-1961), o Agrupamento Científico de Preparação de Geógrafos para o Ultramar (1958-1973), e a Missão de Geografia Física e Humana do Ultramar (1960-1973). Todas moldaram fortemente a investigação geográfica que se fez nos trópicos, e em África em particular, durante cerca de duas décadas. Entre outras fontes dispersas, para este trabalho consultaram-se os processos referentes às três iniciativas supracitadas que foram conduzidas nos territórios coloniais portugueses, e produzidos no âmbito da comissão executiva da Junta de Investigações do Ultramar, que, desde a extinção do Instituto de Investigação Científica Tropical, se encontram à guarda da Universidade de Lisboa. Um trabalho de maior folego publicado recentemente faz uma análise mais detalhada destas missões, sobretudo tendo em vista os trabalhos específicos de Orlando Ribeiro em Angola, e em particular os seus cadernos de campo (Sarmento, 2022).Scientific knowledge of Africa, and of Portuguese Africa in particular, took place belatedly in relation to other territories and other empires. It was especially after 1945 that articulated and consistent scientific work began on the territories of the Portuguese empire. Geography, as an autonomous scientific discipline, followed the institutional changes in the planning and coordination of scientific research in the Portuguese colonies, which was led by the Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais, later Junta de Investigações Coloniais, and Junta de Investigações do Ultramar. This text focuses on the Geography Missions financed by this organization in the post-war period, with emphasis on three in particular cases: The Physical Geography Study Mission of Angola (1958 -1961), the Scientific Group for the Preparation of Geographers for the Overseas (1958-1973), and the Overseas Physical and Human Geography Mission (1960-1973). All of them strongly moulded the geographic research that was carried out in the tropics, and in Africa in particular, for about two decades. Among other dispersed sources used in this work, the processes referring to the three aforementioned initiatives that were conducted in Portuguese colonial territories were consulted, and produced within the scope of the executive committee of the Junta de Investigações do Ultramar, which, since the extinction of the Instituto de Investigação Científica Tropical, are in the custody of the University of Lisbon. A more extensive work published recently makes a more detailed analysis of these missions, especially in view of the specific works of Orlando Ribeiro in Angola, and in particular his field notebooks (Sarmento, 2022).El conocimiento científico de África, y del África portuguesa en particular, se produjo tardíamente en relación con otros territorios y otros imperios. Fue principalmente después de 1945 que se inició un trabajo científico articulado y consistente en los territorios del imperio portugués. La Geografía, como disciplina científica autónoma, siguió los cambios institucionales en la planificación y coordinación de la investigación científica en las colonias portuguesas, encabezados por la Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais , más tarde la Junta de Investigações Coloniais, y la Junta de Investigaciones de Ultramar. Este texto se centra en las Misiones de Geografía financiadas por esta organización en la posguerra, con especial énfasis en tres en particular: La Misión de Estudios de Geografía Física de Angola (1958 -1961), el Agrupamiento Científico para la Preparación de Geógrafos para el Exterior (1958-1973), y la Misión de Geografía Física y Humana en el Extranjero (1960-1973). Todos ellos marcaron fuertemente la investigación geográfica que se llevó a cabo en los trópicos, y en África en particular, durante unas dos décadas. Entre otras fuentes dispersas, para este trabajo se consultaron los procesos referentes a las tres iniciativas mencionadas que se llevaron a cabo en territorios coloniales portugueses, y producidos en el ámbito del comité ejecutivo de la Junta de Investigações do Ultramar, que, desde la extinción del Instituto de Investigação Científica Tropical, están bajo la custodia de la Universidad de Lisboa. Un trabajo más extenso publicado recientemente hace un análisis más detallado de estas misiones, especialmente a la vista de los trabajos específicos de Orlando Ribeiro en Angola, y en particular de sus cuadernos de campo (Sarmento, 2022).La connaissance scientifique de l'Afrique, et de l'Afrique portugaise en particulier, s'est faite tardivement par rapport à d'autres territoires et à d'autres empires. C'est principalement après 1945 que des travaux scientifiques articulés et cohérents ont commencé sur les territoires de l'empire portugais. La géographie, en tant que discipline scientifique autonome, a suivi les changements institutionnels dans la planification et la coordination de la recherche scientifique dans les colonies portugaises, dirigées par la Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais, plus tard la Junta de Investigações Coloniais, et la Junta de Investigações do Ultramar. Ce texte se concentre sur les missions de géographie financées par cette organisation dans la période d'après-guerre, avec un accent particulier sur trois de ces missions : la Mission d'étude de géographie physique de l'Angola (1958 -1961), L’agroupements scientifique pour la préparation des géographes pour l'outre-mer (1958-1973) et la Mission outre-mer de géographie physique et humaine (1960-1973). Tous ont fortement façonné les recherches géographiques qui ont été menées sous les tropiques, et en Afrique en particulier, pendant une vingtaine d'années. Entre autres sources dispersées, pour ce travail, les processus faisant référence aux trois initiatives susmentionnées qui ont été menées dans les territoires coloniaux portugais ont été consultés et produits dans le cadre du comité exécutif de la Junta de Investigações do Ultramar, qui, depuis l'extinction de Instituto de Investigação Científica Tropical, est sous la garde de l'Université de Lisbonne. Un ouvrage plus étendu publié récemment fait une analyse plus détaillée de ces missions, notamment au regard des travaux spécifiques d'Orlando Ribeiro en Angola, et notamment ses carnets de terrain (Sarmento, 2022).Rede BrasilisUniversidade do MinhoSarmento, João Carlos Vicente2022-06-302022-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/81548porSarmento, J. (2022). África e as Missões de Geografia Tropical Portuguesa na segunda metade do século XX. 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