A ocupação da Idade do Bronze do Castro de Pragança (Cadaval, Portugal): uma leitura através do espólio cerâmico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caria, Pedro Antunes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/51279
Resumo: Implantado numa portela da Serra de Montejunto, alcançando os 334 m de altura máxima, o Castro de Pragança, Cadaval (CNS: 1260) ganhou o estatuto de um dos sítios clássicos da arqueologia portuguesa e, mais particularmente, da região da Estremadura. Sujeito a diversas intervenções nos finais do XIX e ao longo do século XX realizadas por diversos investigadores, entre eles o fundador do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), José Leite de Vasconcellos (1905, 1915), os materiais aí recuperados constituem uma das maiores colecções artefactuais depositadas nesta instituição. O espólio proveniente destes trabalhos demonstrou que o sítio deteve elevada importância para as comunidades da Pré e Proto História da região, que ocuparam o espaço ainda no Neolítico, ganhando maior expressividade durante o Calcolítico e o final da Idade do Bronze, sobrevivendo ainda durante a Idade do Ferro e Período Romano Republicano. Infelizmente, as antigas ações arqueológicas não proporcionaram qualquer informação contextual, dificultando a leitura do espólio recolhido. Relativamente à Idade do Bronze, tema de análise deste trabalho, o Castro de Pragança recebeu várias considerações sobre o teor de ocupação (Vasconcelos, 1905, 1915), mas apenas ganhou maior reconhecimento na investigação deste período com a extraordinária coleção de materiais de bronze, estudada e publicada parcialmente por A. Coffyn (1985). Este trabalho, que inclui muitos dos artefactos armazenados no MNA, conferiu ao local um estatuto emblemático no horizonte designado “Bronze Atlântico”, particularmente no contexto da Estremadura. Em relação ao conjunto cerâmico associado a esta fase, alguns elementos foram já divulgados e comentados (por exemplo, Savory, 1951, Gonçalves, 1990, Arruda e Vilaça, 2004, Senna-Martinez, 2018, Melo e Pimenta 2020), permanecendo, no entanto, grande parte do repertório ainda desconhecido. O presente trabalho tem justamente como objectivo analisar e divulgar o conjunto de materiais cerâmicos que podem ser associados à ocupação da Idade do Bronze do Castro de Pragança. Estes tiveram, contudo, de ser selecionados dentro de uma colecção vasta de materiais cerâmicos com grande amplitude cronológica. Esta situação obrigou à utilização de uma metodologia que será definida com detalhe em capítulo próprio (ver infra 5.2), de forma a contornar diversos problemas subjacentes à análise de grandes conjuntos sem contextos estratigráficos associados e referentes a diversas cronologias. 4 Em termos organizativos, optou-se por dividir o trabalho em seis grandes capítulos. Inicia-se por uma breve exposição do historial dos trabalhos efectuados no Castro de Pragança (capítulo 2), com o intuito de compreender a heterogeneidade dos dados obtidos e a posterior dispersão dos respectivos conjuntos arqueológicos. Segue-se uma análise ao enquadramento geográfico (capítulo 3), onde se pretende analisar o papel do Castro de Pragança no território envolvente que é a Serra de Montejunto e as potencialidades oferecidas pela área à ocupação permanente por comunidades humanas. No capítulo 4, referente ao enquadramento histórico-arqueológico, pretendeu-se analisar todo o contexto interpretativo em torno das ocupações da Idade do Bronze no Baixo Tejo, de forma a facilitar a leitura da evolução deste sítio e, especialmente, do conjunto artefactual aqui estudado. Entrando na análise do conjunto em si, que se inicia no capítulo 5, tenta-se explanar todos os problemas adjacentes ao seu percurso até à instituição de acolhimento (5.1), os critérios metodológicos que condicionaram a sua selecção, organização e análise no âmbito desta dissertação (5.2), aspectos quantitativos (5.3), os fabricos associados (5.4), a caracterização morfológica do conjunto, organizada em sete séries (5.5), elementos decorativos e de que forma traduzem eventuais ligações culturais inter-regionais (5.6), e, finalmente, a sistematização dos dados compilados (5.7). Por último, a conclusão (6) reúne uma síntese dos dados obtidos, procurando relacioná-los com as problemáticas das ocupações do 2º milénio a.C. no centro da fachada atlântica ocidental da Península Ibérica. Por último, queria ainda referir que o plano original desta dissertação incidia na análise global do espólio recuperado em todas as intervenções efectuadas no Castro de Pragança, incluindo os trabalhos mais recentes da autoria de João Ludgero Marques Gonçalves, atualmente em reserva no Museu Municipal do Cadaval (Gonçalves, 1990-1992a). Infelizmente, todo o contexto pandémico vivido desde praticamente o início desta dissertação impossibilitou o acesso a esta instituição, pelo que se optou por focar unicamente o espólio depositado no MNA. Ainda assim, espera-se que num futuro próximo se possa efectuar este trabalho de análise, de forma a completar, na medida do possível, as informações associadas à ocupação do 2º milénio a.C. desta importante estação arqueológica. Consideramos que o estudo aqui apresentado tem pertinência no sentido de tentar colmatar a escassez de informação disponível sobre a ocupação da Idade do Bronze do Castro de Pragança e, em última análise, do interior da Península de Lisboa. Com efeito, nesta região, os dados disponíveis sobre esta fase cronológica residem em materiais provenientes de escavações antigas, e com forte deficit no que diz respeito a informação contextual. E, ainda que o conjunto cerâmico do Castro de Pragança se enquadre justamente nesta situação, a sua análise fornece indicações importantes para a problematização do 2º milénio a.C. na Península de Lisboa.
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Sujeito a diversas intervenções nos finais do XIX e ao longo do século XX realizadas por diversos investigadores, entre eles o fundador do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), José Leite de Vasconcellos (1905, 1915), os materiais aí recuperados constituem uma das maiores colecções artefactuais depositadas nesta instituição. O espólio proveniente destes trabalhos demonstrou que o sítio deteve elevada importância para as comunidades da Pré e Proto História da região, que ocuparam o espaço ainda no Neolítico, ganhando maior expressividade durante o Calcolítico e o final da Idade do Bronze, sobrevivendo ainda durante a Idade do Ferro e Período Romano Republicano. Infelizmente, as antigas ações arqueológicas não proporcionaram qualquer informação contextual, dificultando a leitura do espólio recolhido. Relativamente à Idade do Bronze, tema de análise deste trabalho, o Castro de Pragança recebeu várias considerações sobre o teor de ocupação (Vasconcelos, 1905, 1915), mas apenas ganhou maior reconhecimento na investigação deste período com a extraordinária coleção de materiais de bronze, estudada e publicada parcialmente por A. Coffyn (1985). Este trabalho, que inclui muitos dos artefactos armazenados no MNA, conferiu ao local um estatuto emblemático no horizonte designado “Bronze Atlântico”, particularmente no contexto da Estremadura. Em relação ao conjunto cerâmico associado a esta fase, alguns elementos foram já divulgados e comentados (por exemplo, Savory, 1951, Gonçalves, 1990, Arruda e Vilaça, 2004, Senna-Martinez, 2018, Melo e Pimenta 2020), permanecendo, no entanto, grande parte do repertório ainda desconhecido. O presente trabalho tem justamente como objectivo analisar e divulgar o conjunto de materiais cerâmicos que podem ser associados à ocupação da Idade do Bronze do Castro de Pragança. Estes tiveram, contudo, de ser selecionados dentro de uma colecção vasta de materiais cerâmicos com grande amplitude cronológica. Esta situação obrigou à utilização de uma metodologia que será definida com detalhe em capítulo próprio (ver infra 5.2), de forma a contornar diversos problemas subjacentes à análise de grandes conjuntos sem contextos estratigráficos associados e referentes a diversas cronologias. 4 Em termos organizativos, optou-se por dividir o trabalho em seis grandes capítulos. Inicia-se por uma breve exposição do historial dos trabalhos efectuados no Castro de Pragança (capítulo 2), com o intuito de compreender a heterogeneidade dos dados obtidos e a posterior dispersão dos respectivos conjuntos arqueológicos. Segue-se uma análise ao enquadramento geográfico (capítulo 3), onde se pretende analisar o papel do Castro de Pragança no território envolvente que é a Serra de Montejunto e as potencialidades oferecidas pela área à ocupação permanente por comunidades humanas. No capítulo 4, referente ao enquadramento histórico-arqueológico, pretendeu-se analisar todo o contexto interpretativo em torno das ocupações da Idade do Bronze no Baixo Tejo, de forma a facilitar a leitura da evolução deste sítio e, especialmente, do conjunto artefactual aqui estudado. Entrando na análise do conjunto em si, que se inicia no capítulo 5, tenta-se explanar todos os problemas adjacentes ao seu percurso até à instituição de acolhimento (5.1), os critérios metodológicos que condicionaram a sua selecção, organização e análise no âmbito desta dissertação (5.2), aspectos quantitativos (5.3), os fabricos associados (5.4), a caracterização morfológica do conjunto, organizada em sete séries (5.5), elementos decorativos e de que forma traduzem eventuais ligações culturais inter-regionais (5.6), e, finalmente, a sistematização dos dados compilados (5.7). Por último, a conclusão (6) reúne uma síntese dos dados obtidos, procurando relacioná-los com as problemáticas das ocupações do 2º milénio a.C. no centro da fachada atlântica ocidental da Península Ibérica. Por último, queria ainda referir que o plano original desta dissertação incidia na análise global do espólio recuperado em todas as intervenções efectuadas no Castro de Pragança, incluindo os trabalhos mais recentes da autoria de João Ludgero Marques Gonçalves, atualmente em reserva no Museu Municipal do Cadaval (Gonçalves, 1990-1992a). Infelizmente, todo o contexto pandémico vivido desde praticamente o início desta dissertação impossibilitou o acesso a esta instituição, pelo que se optou por focar unicamente o espólio depositado no MNA. Ainda assim, espera-se que num futuro próximo se possa efectuar este trabalho de análise, de forma a completar, na medida do possível, as informações associadas à ocupação do 2º milénio a.C. desta importante estação arqueológica. Consideramos que o estudo aqui apresentado tem pertinência no sentido de tentar colmatar a escassez de informação disponível sobre a ocupação da Idade do Bronze do Castro de Pragança e, em última análise, do interior da Península de Lisboa. Com efeito, nesta região, os dados disponíveis sobre esta fase cronológica residem em materiais provenientes de escavações antigas, e com forte deficit no que diz respeito a informação contextual. E, ainda que o conjunto cerâmico do Castro de Pragança se enquadre justamente nesta situação, a sua análise fornece indicações importantes para a problematização do 2º milénio a.C. na Península de Lisboa.Sousa, Elisa deRepositório da Universidade de LisboaCaria, Pedro Antunes2022-02-14T15:14:08Z2021-12-202021-09-102021-12-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/51279TID:202893839porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:55:52Zoai:repositorio.ul.pt:10451/51279Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:02:35.678741Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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Caria, Pedro Antunes
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Segue-se uma análise ao enquadramento geográfico (capítulo 3), onde se pretende analisar o papel do Castro de Pragança no território envolvente que é a Serra de Montejunto e as potencialidades oferecidas pela área à ocupação permanente por comunidades humanas. No capítulo 4, referente ao enquadramento histórico-arqueológico, pretendeu-se analisar todo o contexto interpretativo em torno das ocupações da Idade do Bronze no Baixo Tejo, de forma a facilitar a leitura da evolução deste sítio e, especialmente, do conjunto artefactual aqui estudado. Entrando na análise do conjunto em si, que se inicia no capítulo 5, tenta-se explanar todos os problemas adjacentes ao seu percurso até à instituição de acolhimento (5.1), os critérios metodológicos que condicionaram a sua selecção, organização e análise no âmbito desta dissertação (5.2), aspectos quantitativos (5.3), os fabricos associados (5.4), a caracterização morfológica do conjunto, organizada em sete séries (5.5), elementos decorativos e de que forma traduzem eventuais ligações culturais inter-regionais (5.6), e, finalmente, a sistematização dos dados compilados (5.7). Por último, a conclusão (6) reúne uma síntese dos dados obtidos, procurando relacioná-los com as problemáticas das ocupações do 2º milénio a.C. no centro da fachada atlântica ocidental da Península Ibérica. Por último, queria ainda referir que o plano original desta dissertação incidia na análise global do espólio recuperado em todas as intervenções efectuadas no Castro de Pragança, incluindo os trabalhos mais recentes da autoria de João Ludgero Marques Gonçalves, atualmente em reserva no Museu Municipal do Cadaval (Gonçalves, 1990-1992a). Infelizmente, todo o contexto pandémico vivido desde praticamente o início desta dissertação impossibilitou o acesso a esta instituição, pelo que se optou por focar unicamente o espólio depositado no MNA. Ainda assim, espera-se que num futuro próximo se possa efectuar este trabalho de análise, de forma a completar, na medida do possível, as informações associadas à ocupação do 2º milénio a.C. desta importante estação arqueológica. Consideramos que o estudo aqui apresentado tem pertinência no sentido de tentar colmatar a escassez de informação disponível sobre a ocupação da Idade do Bronze do Castro de Pragança e, em última análise, do interior da Península de Lisboa. Com efeito, nesta região, os dados disponíveis sobre esta fase cronológica residem em materiais provenientes de escavações antigas, e com forte deficit no que diz respeito a informação contextual. E, ainda que o conjunto cerâmico do Castro de Pragança se enquadre justamente nesta situação, a sua análise fornece indicações importantes para a problematização do 2º milénio a.C. na Península de Lisboa.
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