Efeitos das substâncias psicoativas quirais na minhoca Eisenia fetida

• Autor(a) principal: Pinto, Vera Luísa Brízido
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11744
• topic: substâncias psicoativas; ecotoxicologia

O estudo de substâncias psicoativas e a avaliação dos seus efeitos no meio terrestre é importante para a ecologia do solo e saúde humana. O consumo recreativo de substâncias psicoativas leva a excreção dessas substâncias e seus metabólitos pela urina podendo chegar aos solos agrícolas pela utilização de lamas de ETARs usadas como fertilizantes. A metafedrona (3-MMC), é uma substância psicoativa recente e, por isso, existem poucos estudos sobre os seus efeitos tóxicos nos organismos terrestres. Devido ao aumento do seu consumo e à sua possível presença no solo, torna-se importante avaliar os seus efeitos nos organismos edáficos, nomeadamente na em anelídeos, como as minhocas. As minhocas da espécie Eisenia fetida são muito utilizadas em estudos ecotoxicológicos, visto que estes invertebrados são importantes bioindicadores do solo. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da 3-MMC no comportamento e reprodução da E. fetida. Para o ensaio de comportamento, foi avaliado o comportamento de evitamento de minhocas adultas expostas a um solo com presença de diferentes concentrações de 3- MMC (25, 250 e 2500 µg/kg) durante 48 horas de exposição. Para o ensaio de reprodução, as minhocas adultas foram expostas ao longo de 28 dias às mesmas concentrações de 3- MMC. Após este período, as minhocas adultas foram retiradas das caixas e depois de mais 28 dias foram contados os juvenis eclodidos. Não foram observados efeitos estatisticamente significativos tanto no comportamento de evitamento como na reprodução de minhocas adultas expostas a 3- MMC. No ensaio de reprodução para a concentração de 2500 µg/kg, observou-se um ligeiro aumento do número de juvenis, no entanto este aumento não foi significativo face às restantes concentrações. Assim sendo, podemos concluir que a metafedrona a concentrações iguais ou inferiores a 2500 µg/kg não afetou o comportamento nem a reprodução da E. fetida, sendo assim podemos considerar que não haverá efeitos negativos nas populações de minhocas no seu habitat natural expostas a 3-MMC. Seria também interessante estudar no futuro os efeitos da 3-MMC noutros organismos do solo como colêmbolos, enquitreídeos e acáros pois são também bioindicadores importantes do solo e considerar também tempos de exposição maiores de forma a tentar simular a exposição crónica.