Diabetes Gestacional : consequências da implementação dos critérios de diagnóstico de 2011

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Ana Catarina da Costa
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/32015
Resumo: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina (Endocrinologia), apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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spelling Diabetes Gestacional : consequências da implementação dos critérios de diagnóstico de 2011Diabetes gestacionalDiagnósticoGlicémiaPeso ao nascerTrabalho final de mestrado integrado em Medicina (Endocrinologia), apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraIntrodução: A diabetes gestacional (DG) é a patologia endocrinológica mais frequente na gravidez. Até 2010, havia uma multiplicidade de critérios de diagnóstico. No ano 2010, conciliando o resultado de estudos baseados nas complicações maternas e fetais, um grupo de peritos publicou uma recomendação relativamente aos limiares de glicemia para diagnóstico de DG. Em 2011, Portugal adotou-os. Este trabalho teve como objetivo investigar se a adoção dos novos critérios se traduziu numa alteração do perfil de intervenções perinatais, de complicações maternas, fetais e do recém-nascido (RN) e no aumento da prevalência da DG. Materiais e métodos: Estudo retrospetivo das gestações complicadas por DG, seguidas na consulta de Diabetologia-Grávidas do Hospital Garcia de Orta, E.P.E., no período compreendido entre 2005 e 2014. Avaliou-se a prevalência de DG e compararam-se, relativamente às complicações maternas, fetais e do RN e às intervenções perinatais, os casos diagnosticados através dos critérios Carpenter e Coustan (CeC), com os casos diagnosticados com recurso aos critérios da International Association of the Diabetes in Pregnancy Study Groups (IADPSG), adotados em 2011. Resultados: Foram analisados 577 registos de grávidas diagnosticadas pelos critérios de CeC e 569 através dos critérios da IADPSG. A prevalência de DG foi de 3,0% e 5,9%, respetivamente. A idade gestacional média do diagnóstico e da primeira consulta hospitalar foi significativamente menor no grupo diagnosticado através dos critérios da IADPSG. Neste, houve um recurso maior à insulinoterapia e observou-se um maior número de grávidas com ganho ponderal excessivo. Não houve diferenças nas complicações obstétricas. O parto ocorreu mais cedo e houve uma percentagem menor de cesarianas urgentes do que no grupo dos critérios de CeC. O peso ao nascer foi menor, com menos RN macrossómicos, mas com mais RN com baixo peso. Ocorreram menos casos de traumatismo de parto. Uma taxa de iv reclassificação de 62,7% foi encontrada com a utilização dos novos critérios da IADPSG, com um número significativamente maior de resultados normais. Discussão: A adoção dos novos critérios levou a um aumento da prevalência da DG. O diagnóstico e a primeira consulta de diabetes na gravidez ocorreram mais cedo. Associados a um aumento do uso de terapêutica farmacológica, poderão ter levado a uma maior medicalização e uso dos recursos de saúde. No entanto, houve uma diminuição da taxa de cesarianas urgentes e os novos critérios parecem ter contribuído para uma diminuição do peso ao nascimento e consequente traumatismo de parto. Mais estudos devem ser realizados para avaliar se o aumento do consumo de recursos em saúde é compensado de uma forma consistente pela melhoria dos resultados perinatais. Conclusão: A implementação dos critérios de diagnóstico de DG de 2011 resultou num aumento da prevalência, diagnóstico mais precoce, aumento da insulinoterapia e redução da macrossomia e traumatismo de partoIntroduction: Gestational diabetes (GD) is the most common endocrine disorder in pregnancy. By 2010, there were a multitude of diagnostic criteria. In 2010, combining the results of studies based on maternal and fetal outcomes, a group of experts published recommendations on the glycaemic thresholds for the diagnosis of GD. In 2011, Portugal adopted them. This study aimed to investigate whether the adoption of the new criteria has resulted in different v perinatal interventions, maternal, fetal and newborn complications, and increasing prevalence of GD. Methods: Retrospective study of pregnancies complicated by GD, followed in the Diabetes- Pregnancy outpatient clinic of Hospital Garcia de Orta, E.P.E., in the period between 2005 and 2014. Comparison between GD cases diagnosed through the Carpenter and Coustan criteria (CeC), and the criteria of the International Association of the Diabetes in Pregnancy Study Groups (IADPSG) adopted in 2011, regarding: prevalence, maternal, fetal and newborn complications and perinatal interventions. Results: We analysed 577 pregnancies diagnosed by CeC criteria and 569 through the IADPSG criteria. The prevalence of GD was 3,0% and 5,9%, respectively. The mean gestational age at diagnosis and of the first hospital visit was significantly lower in the group diagnosed through the IADPSG criteria. In this group, there was an increased use of insulin therapy, a greater number of women with excessive weight gain, birth occurred earlier and there was a smaller number of urgent caesarean sections. Also, birth weight was lower (with fewer macrosomic newborns, but more with low birth weight) and there were fewer cases of birth injury than in the group of the CeC criteria. There were no differences in obstetrical complications. A 62.7% reclassification rate was found with the use of the new IADPSG criteria, with a significantly greater number of normal results. Discussion: The adoption of the new diagnostic criteria led to an increased prevalence of GD. Also, the diagnosis of GD and the first hospital visit occurred earlier and, in association with an increased use of drug therapy, may have led to increased medicalization and use of health resources. However, there was a decrease in the rate of emergency caesarean sections and the new criteria appear to have contributed to a decrease in birth weight and consequent birth injury. More studies should be conducted to assess whether the increased consumption of health resource is offset by improved perinatal outcomes. vi Conclusion: The implementation of the 2011 diagnostic criteria resulted in an increased prevalence of GD, earlier diagnosis, increased insulin therapy and reduction of macrosomia and birth injury2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/32015http://hdl.handle.net/10316/32015porMatos, Ana Catarina da Costainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:43Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/32015Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:44.489713Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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