A colonização da Escola pela racionalidade instrumental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Maria João Cardoso de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/13057
Resumo: O artigo, de natureza reflexiva, parte do pressuposto de que a organização escolar não foi capaz de ficar imune à hegemonia da racionalidade instrumental, a mesma que também se faz sentir em outras áreas da atividade humana, pelo que o nosso propósito visou revelar a sua reconfiguração e ressemantização enquanto mecanismos que a legitimam e naturalizam, intensificando a burocracia, da qual é expressão. Nesse sentido, sublinhamos a centralidade das plataformas informáticas enquanto mecanismo de controlo, ao mesmo tempo que se intensifica a hierarquização em termos de tomada de decisão, validando a ideia de que os atores educativos são instrumentalizados ao converterem-se em meios de perseguir os objetivos organizacionais. Damos conta de uma perspetiva mercantil inclusa no conceito de qualidade, que se mede em termos de resultados, e da competição que adquire estatuto de educação pedagógica, pois ao serviço do aumento da eficiência. A par destes aspetos consideramos a questão do diretor escolar, por reconhecermos a sua aproximação à figura do gestor tecnocrata, e os agrupamentos de escolas como resposta a uma lógica administrativa e racionalizadora. Fazemos alusão a Freire, Dewey e Illich pela recusa de uma educação que, em vez de emancipar, domestica e instrumentaliza. Palavras chave: racionalidade instrumental; racionalidade emancipatória; organização escolar
id RCAP_3cb7150bc71fc6ff8ccbe69b6ba55a1a
oai_identifier_str oai:recil.ensinolusofona.pt:10437/13057
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str
spelling A colonização da Escola pela racionalidade instrumentalEDUCAÇÃOORGANIZAÇÃO ESCOLARO artigo, de natureza reflexiva, parte do pressuposto de que a organização escolar não foi capaz de ficar imune à hegemonia da racionalidade instrumental, a mesma que também se faz sentir em outras áreas da atividade humana, pelo que o nosso propósito visou revelar a sua reconfiguração e ressemantização enquanto mecanismos que a legitimam e naturalizam, intensificando a burocracia, da qual é expressão. Nesse sentido, sublinhamos a centralidade das plataformas informáticas enquanto mecanismo de controlo, ao mesmo tempo que se intensifica a hierarquização em termos de tomada de decisão, validando a ideia de que os atores educativos são instrumentalizados ao converterem-se em meios de perseguir os objetivos organizacionais. Damos conta de uma perspetiva mercantil inclusa no conceito de qualidade, que se mede em termos de resultados, e da competição que adquire estatuto de educação pedagógica, pois ao serviço do aumento da eficiência. A par destes aspetos consideramos a questão do diretor escolar, por reconhecermos a sua aproximação à figura do gestor tecnocrata, e os agrupamentos de escolas como resposta a uma lógica administrativa e racionalizadora. Fazemos alusão a Freire, Dewey e Illich pela recusa de uma educação que, em vez de emancipar, domestica e instrumentaliza. Palavras chave: racionalidade instrumental; racionalidade emancipatória; organização escolarThe article, of a reflective nature, assumes that the school organization was not able to remain immune to the hegemony of instrumental rationality, the same that is also felt in other areas of human activity, so our purpose aimed to reveal its reconfiguration and resemantization as mechanisms that legitimize and naturalize it, intensifying the bureaucracy of which it is an expression. In this sense, we emphasize the centrality of computer platforms as a mechanism for intensifying control, at the same time that the hierarchy in terms of decision-making is intensified, validating the idea that educational actors are instrumentalized by converting themselves into means of pursuing organizational goals. We account for a mercantile perspective included in the concept of quality, which is measured in terms of results and competition that acquires the status of pedagogical education, as it serves the purpose of increasing efficiency. Alongside these aspects, we consider the issue of the school director, as we recognize his approach to the figure of the technocratic manager, and the school grouping as a response to an administrative and rationalizing logic. We allude to Freire, Dewey and Illich for their refusal of an education that, instead of emancipating, tames and instrumentalizes.L’article, de nature réflexive, suppose que l’organisation scolaire n’a pas pu rester à l’abri de l’hégémonie de la rationalité instrumentale, la même qui se fait également sentir dans d’autres domaines de l’activité humaine, donc notre propos visait à révéler sa reconfiguration et sa resémantisation comme mécanismes qui le légitiment et le naturalisent, intensifiant la bureaucratie dont il est l’expression. En ce sens, nous soulignons la centralité des plateformes informatiques comme mécanisme d’intensification du contrôle, en même temps que la hiérarchie en termes de prise de décision s’intensifie, validant l’idée que les acteurs éducatifs sont instrumentalisés en se convertissant en moyens de poursuite les objectifs organisationnels. Nous nous rendons compte d’une perspective mercantile incluse dans le concept de qualité, qui se mesure en termes de résultats et de concurrence qui acquiert le statut d’éducation pédagogique, car elle sert à accroître l’efficacité. A côté de ces aspects, nous considérons la question du directeur d’école, en reconnaissant son approche de la figure du gestionnaire technocratique, et le groupement scolaire comme réponse à une logique administrative et de rationalisation. Nous faisons allusion à Freire, Dewey et Illich p leur refus d’une éducation qu’au lieu d’émanciper, elle domestique et instrumentalise.El artículo, de carácter reflexivo, parte del supuesto de que la organización escolar no pudo permanecer inmune a la hegemonía de la racionalidad instrumental, la misma que también se siente en otros ámbitos de la actividad humana, por lo que nuestro propósito apuntó a develar su reconfiguración y resemantización como mecanismos que la legitiman y naturalizan, intensificando la burocracia de la que es expresión. En este sentido, destacamos la centralidad de las plataformas informáticas como mecanismo de intensificación del control, al mismo tiempo que se intensifica la jerarquización en cuanto a la toma de decisiones, validando la idea de que los actores educativos se instrumentalizan al convertirse en medios de persecución de metas organizacionales. Damos cuenta de una perspectiva mercantil incluida en el concepto de calidad, que se mide en términos de resultados y competencia que adquiere el estatus de educación pedagógica, en tanto sirve al propósito de aumentar la eficiencia. Junto a estos aspectos, consideramos la cuestión del director escolar, pues reconocemos su acercamiento a la figura del gestor tecnocrático, y la agrupación escolar como respuesta a una lógica administrativa y racionalizadora. Aludimos a Freire, Dewey e Illich por su rechazo a una educación que, en lugar de emancipar, domestica e instrumentaliza.Edições Universitárias Lusófonas2022-07-14T09:21:14Z2022-01-01T00:00:00Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/13057por1645-7250Carvalho, Maria João Cardoso deinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:09:46ZPortal AgregadorONG
dc.title.none.fl_str_mv A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
title A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
spellingShingle A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
Carvalho, Maria João Cardoso de
EDUCAÇÃO
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
title_short A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
title_full A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
title_fullStr A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
title_full_unstemmed A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
title_sort A colonização da Escola pela racionalidade instrumental
author Carvalho, Maria João Cardoso de
author_facet Carvalho, Maria João Cardoso de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Carvalho, Maria João Cardoso de
dc.subject.por.fl_str_mv EDUCAÇÃO
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
topic EDUCAÇÃO
ORGANIZAÇÃO ESCOLAR
description O artigo, de natureza reflexiva, parte do pressuposto de que a organização escolar não foi capaz de ficar imune à hegemonia da racionalidade instrumental, a mesma que também se faz sentir em outras áreas da atividade humana, pelo que o nosso propósito visou revelar a sua reconfiguração e ressemantização enquanto mecanismos que a legitimam e naturalizam, intensificando a burocracia, da qual é expressão. Nesse sentido, sublinhamos a centralidade das plataformas informáticas enquanto mecanismo de controlo, ao mesmo tempo que se intensifica a hierarquização em termos de tomada de decisão, validando a ideia de que os atores educativos são instrumentalizados ao converterem-se em meios de perseguir os objetivos organizacionais. Damos conta de uma perspetiva mercantil inclusa no conceito de qualidade, que se mede em termos de resultados, e da competição que adquire estatuto de educação pedagógica, pois ao serviço do aumento da eficiência. A par destes aspetos consideramos a questão do diretor escolar, por reconhecermos a sua aproximação à figura do gestor tecnocrata, e os agrupamentos de escolas como resposta a uma lógica administrativa e racionalizadora. Fazemos alusão a Freire, Dewey e Illich pela recusa de uma educação que, em vez de emancipar, domestica e instrumentaliza. Palavras chave: racionalidade instrumental; racionalidade emancipatória; organização escolar
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-07-14T09:21:14Z
2022-01-01T00:00:00Z
2022
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10437/13057
url http://hdl.handle.net/10437/13057
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 1645-7250
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Edições Universitárias Lusófonas
publisher.none.fl_str_mv Edições Universitárias Lusófonas
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777302249659170817