Terapias não farmacológicas na insónia em idade avançada
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5147 |
Resumo: | Introdução: Atualmente, a insónia representa um grave problema de saúde pública, com repercussão negativa na qualidade de vida dos indivíduos. Estudos epidemiológicos evidenciam que a prevalência da insónia aumenta com a idade, o que torna as faixas etárias superiores especialmente vulneráveis à ocorrência de depressão, défices cognitivos, ansiedade e suicídio. No entanto, estima-se que apenas menos de 15% dos indivíduos com insónia crónica recebam o tratamento adequado. Os tratamentos mais comuns para a insónia situam-se no espectro farmacológico, verificando-se um abuso do consumo de hipnóticos, particularmente na população idosa. O tratamento farmacológico revela evidentes vantagens a curto prazo, mas a sua eficácia a longo prazo é controversa. As terapias não farmacológicas surgem assim como uma alternativa promissora no tratamento da insónia em idade avançada, foco principal desta monografia. Métodos: Foram analisadas publicações indexadas nas bases de dados eletrónicas Pubmed, ScienceDirect e UpToDate, assim como foi feita uma revisão de algumas referências bibliográficas que pertencem aos artigos encontrados. Resultados: Desta revisão literária resulta a constatação de que a insónia na idade avançada se encontra frequentemente associada a comorbilidades médicas e psiquiátricas, distúrbios do ritmo circadiano, e fatores psicossociais, ambientais e comportamentais. A elevada incidência de perturbações do sono propicia o abuso do consumo de hipnóticos nas faixas etárias superiores, o que desencadeia um risco acrescido de tolerância, dependência, insónia rebound, sedação diurna residual, com maior taxa de quedas e fraturas ósseas. As terapias cognitivo-comportamentais propõem-se a alterar os hábitos incorretos de sono e a desafiar as atitudes e as crenças mal-adaptativas acerca do mesmo, resultando na melhoria do padrão do sono em 70 a 80% dos pacientes. Comparativamente à terapia farmacológica, apresentam eficácia equiparada a curto prazo, mas com vantagem de possuírem efeitos mais sustentados ao longo do tempo e sem efeitos adversos significativos. Apesar da evidente vantagem, as terapias cognitivo-comportamentais são, na maioria, desconhecidas e subutilizadas pelos profissionais de saúde, devido à exigência de elevado dispêndio de tempo e falta de treino para as colocar em prática. Para superar estas barreiras, modelos mais custo-efetivos de implementação- terapia em grupo, sessões em videoconferência-, revelam resultados promissores. Além disso, a evidência para o benefício das intervenções de fototerapia e exercício físico na insónia geriátrica é encorajadora, mas limitada. Conclusão: Considerando o perfil de segurança e a natureza pouco dispendiosa, as terapias não farmacológicas devem ser implementadas como primeira linha terapêutica na insónia em idade avançada. |
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Terapias não farmacológicas na insónia em idade avançadaIdade AvançadaIdosoInsóniaTerapia Cognitivo-ComportamentalTratamento Não FarmacológicoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: Atualmente, a insónia representa um grave problema de saúde pública, com repercussão negativa na qualidade de vida dos indivíduos. Estudos epidemiológicos evidenciam que a prevalência da insónia aumenta com a idade, o que torna as faixas etárias superiores especialmente vulneráveis à ocorrência de depressão, défices cognitivos, ansiedade e suicídio. No entanto, estima-se que apenas menos de 15% dos indivíduos com insónia crónica recebam o tratamento adequado. Os tratamentos mais comuns para a insónia situam-se no espectro farmacológico, verificando-se um abuso do consumo de hipnóticos, particularmente na população idosa. O tratamento farmacológico revela evidentes vantagens a curto prazo, mas a sua eficácia a longo prazo é controversa. As terapias não farmacológicas surgem assim como uma alternativa promissora no tratamento da insónia em idade avançada, foco principal desta monografia. Métodos: Foram analisadas publicações indexadas nas bases de dados eletrónicas Pubmed, ScienceDirect e UpToDate, assim como foi feita uma revisão de algumas referências bibliográficas que pertencem aos artigos encontrados. Resultados: Desta revisão literária resulta a constatação de que a insónia na idade avançada se encontra frequentemente associada a comorbilidades médicas e psiquiátricas, distúrbios do ritmo circadiano, e fatores psicossociais, ambientais e comportamentais. A elevada incidência de perturbações do sono propicia o abuso do consumo de hipnóticos nas faixas etárias superiores, o que desencadeia um risco acrescido de tolerância, dependência, insónia rebound, sedação diurna residual, com maior taxa de quedas e fraturas ósseas. As terapias cognitivo-comportamentais propõem-se a alterar os hábitos incorretos de sono e a desafiar as atitudes e as crenças mal-adaptativas acerca do mesmo, resultando na melhoria do padrão do sono em 70 a 80% dos pacientes. Comparativamente à terapia farmacológica, apresentam eficácia equiparada a curto prazo, mas com vantagem de possuírem efeitos mais sustentados ao longo do tempo e sem efeitos adversos significativos. Apesar da evidente vantagem, as terapias cognitivo-comportamentais são, na maioria, desconhecidas e subutilizadas pelos profissionais de saúde, devido à exigência de elevado dispêndio de tempo e falta de treino para as colocar em prática. Para superar estas barreiras, modelos mais custo-efetivos de implementação- terapia em grupo, sessões em videoconferência-, revelam resultados promissores. Além disso, a evidência para o benefício das intervenções de fototerapia e exercício físico na insónia geriátrica é encorajadora, mas limitada. Conclusão: Considerando o perfil de segurança e a natureza pouco dispendiosa, as terapias não farmacológicas devem ser implementadas como primeira linha terapêutica na insónia em idade avançada.Introduction: Nowadays, insomnia represents a serious public health problem, with negative consequences on people’s quality of life. Epidemiological studies show that insomnia’s prevalence increases with age, which makes elder people particularly vulnerable to depression, cognitive impairment, anxiety and suicide. Nevertheless, it is estimated that just less than 15% of individuals suffering from chronic insomnia receive proper treatment. Insomnia’s most common treatments belong to the pharmacological spectrum. In fact, an abusive use of hypnotics was observed mostly among the elderly. Although pharmacological interventions show obvious short-term advantages, its long-term effectiveness is considered controversial. Nonpharmacological therapies are, therefore, held as a promising alternative solution regarding the treatment of insomnia in late life, circumstance that is emphasized on the current essay. Methods: Several publications found in the electronic databases Pubmed, ScienceDirect and UpToDate have been carefully analyzed and a review of some bibliographical references belonging to the studied articles was also made. Results: After having revised all the essays previously mentioned, one reaches the conclusion that insomnia in late life is usually related to medical and psychiatric comorbidities, circadian rhythm disorders, and psychosocial, environmental and behavioural factors. The high prevalence of sleep disorders leads to the abuse of hypnotics among elder people, which causes an increased risk of drug tolerance, dependency, rebound insomnia, residual daytime sedation and a consequent higher rate of falls and bone fractures. Cognitive behavioural therapies intend to alter inappropriate sleeping habits and defy people’s maladaptive attitudes and beliefs, thus reaching an improvement in sleeping patterns in 70% to 80% of patients. Comparatively to pharmacological treatment, those therapies show short-term effectiveness, but also hold more sustained long-term results and are significant side effect free. Despite their clear benefits, most cognitive behavioural therapies are unknown or underused by health professional workers either because of the amount time required by the process or due to their lack of adequate training. To overcome these obstacles, less expensive models of therapy group implementation and videoconference sessions have shown promising outcomes. Besides, the evidence of phototherapy and physical exercise benefits in geriatric insomnia is encouraging but also limited. Conclusion: Considering the safety profile and its inexpensive nature, nonpharmacological therapies should be implemented as a first therapeutic approach in the treatment of insomnia in late life.Leitão, Carlos Manuel Moura MartinsSantos, Vitor Manuel dosuBibliorumOliveira, Susana Patrícia Lima de2018-07-17T16:22:32Z2015-5-82015-06-032015-06-03T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5147TID:201641780porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:43Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5147Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:07.423015Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: Atualmente, a insónia representa um grave problema de saúde pública, com repercussão negativa na qualidade de vida dos indivíduos. Estudos epidemiológicos evidenciam que a prevalência da insónia aumenta com a idade, o que torna as faixas etárias superiores especialmente vulneráveis à ocorrência de depressão, défices cognitivos, ansiedade e suicídio. No entanto, estima-se que apenas menos de 15% dos indivíduos com insónia crónica recebam o tratamento adequado. Os tratamentos mais comuns para a insónia situam-se no espectro farmacológico, verificando-se um abuso do consumo de hipnóticos, particularmente na população idosa. O tratamento farmacológico revela evidentes vantagens a curto prazo, mas a sua eficácia a longo prazo é controversa. As terapias não farmacológicas surgem assim como uma alternativa promissora no tratamento da insónia em idade avançada, foco principal desta monografia. Métodos: Foram analisadas publicações indexadas nas bases de dados eletrónicas Pubmed, ScienceDirect e UpToDate, assim como foi feita uma revisão de algumas referências bibliográficas que pertencem aos artigos encontrados. Resultados: Desta revisão literária resulta a constatação de que a insónia na idade avançada se encontra frequentemente associada a comorbilidades médicas e psiquiátricas, distúrbios do ritmo circadiano, e fatores psicossociais, ambientais e comportamentais. A elevada incidência de perturbações do sono propicia o abuso do consumo de hipnóticos nas faixas etárias superiores, o que desencadeia um risco acrescido de tolerância, dependência, insónia rebound, sedação diurna residual, com maior taxa de quedas e fraturas ósseas. As terapias cognitivo-comportamentais propõem-se a alterar os hábitos incorretos de sono e a desafiar as atitudes e as crenças mal-adaptativas acerca do mesmo, resultando na melhoria do padrão do sono em 70 a 80% dos pacientes. Comparativamente à terapia farmacológica, apresentam eficácia equiparada a curto prazo, mas com vantagem de possuírem efeitos mais sustentados ao longo do tempo e sem efeitos adversos significativos. Apesar da evidente vantagem, as terapias cognitivo-comportamentais são, na maioria, desconhecidas e subutilizadas pelos profissionais de saúde, devido à exigência de elevado dispêndio de tempo e falta de treino para as colocar em prática. Para superar estas barreiras, modelos mais custo-efetivos de implementação- terapia em grupo, sessões em videoconferência-, revelam resultados promissores. Além disso, a evidência para o benefício das intervenções de fototerapia e exercício físico na insónia geriátrica é encorajadora, mas limitada. Conclusão: Considerando o perfil de segurança e a natureza pouco dispendiosa, as terapias não farmacológicas devem ser implementadas como primeira linha terapêutica na insónia em idade avançada. |
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