Aculturação : algumas observações
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1987 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.3/5616 |
Resumo: | […]. A minha experiência de contacto com a emigração (e ela não se limita à América e Canadá, mas estende-se à América do Sul e Europa) faz-me crer que essa visão não é bem exacta. Explico porquê. É apenas visto da terra de onde partem que os emigrantes se apresentam como assimilados pela nova cultura – aculturados. Quando vistos do país que os recebe, essa aculturação revela-se bem superficial. O elemento mais revelador é a língua. Raramente a falam para além do razoável. Na maioria dos casos, falam uma língua adoptiva de sobrevivência. O mais comum é continuarem a falar o português salpicado de vocábulos e expressões que denotam realidades culturais novas (ao menos para eles). Quando o emigrante injecta o seu português de vocábulos franceses ou ingleses sobre automóveis, é porque no seu dia-a-dia em Portugal o vocábulo português relacionado com o automóvel não fazia parte do seu léxico, pela simples razão de que ele não possuía carro. Mas as outras facetas da aculturação também se revelam superficiais quando analisadas com atenção. Grande parte delas são meras adaptações de sobrevivência que abandonam imediatamente logo que regressam a Portugal – determinados hábitos de trabalho, por exemplo. […]. |
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