Paresia do IV par craniano: Avaliação Quantitativa do Outcome Cirúrgico
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.48560/rspo.28268 |
Resumo: | Introdução: A paresia do IV par craniano (P IV) é a uma das principais causas de diplopia vertical em adultos e crianças. Apesar de alguns casos apresentarem recuperação espontânea, os restantes não são autolimitados e a cirurgia surge como principal arma terapêutica. O objetivo do nosso estudo passou por aplicar um método de avaliação quantitativa do campo visual binocular (CVB) e, assim, definir o outcome cirúrgico num grupo de doentes com o diagnóstico de P IV e intervencionados pelo Departamento de Estrabismo do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. Métodos: Realizou-se um retrospetivo. Os critérios de exclusão foram: cirurgia estrabológica prévia, ambliopia, ausência de fusão e incapacidade de realizar uma perimetria cinética. Os CVB foram realizados após cirurgia através de um software de perimetria cinética personalizado em Octopus 900, Haag Streit® (vetores com direção radiaria, sentido do centro para a periferia; estímulos III4e; velocidade angular de 5o/s). O exame foi realizado com filtros verde/vermelho. De seguida, foi calculado o score de Visão Binocular Simples (VBS) segundo classificação proposta por Sullivan et al (1992). Definimos bom outcome cirúrgico: Score VBS >50% e heteroforia na posição primária do olhar; outcome moderado: Score VBS 1%-50% e diplopia corrigida com prismas ou com posição viciosa da cabeça; mau outcome: Score VBS = 0% e/ou diplopia refratária. Resultados: Seis doentes foram incluídos. A idade média foi de 36,5 ± 23,0 anos e 66,7% eram homens. A média de desvio pré-cirúrgico foi de 10,7 ± 5,6 dioptrias prismáticas (DP) de desvio vertical e de -4,0 ± 9,4 DP de desvio horizontal. Após correções cirúrgicas, a média de desvio vertical foi de 3,0 ± 3,5 DP e de – 1,0 ± 2,5 DP de desvio horizontal. Cinco doentes obtiveram bom outcome e um doente obteve outcome moderado. A média do score VBS foi de 67,8 ± 24,9. Conclusão: Os nossos resultados demonstram que é possível quantificar o outcome cirúrgico com recurso à avaliação do CVB. Esta ferramenta poderá ser adotada noutras patologias que cursem com diplopia. |
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Paresia do IV par craniano: Avaliação Quantitativa do Outcome CirúrgicoParesia do IV par craniano: Avaliação Quantitativa do Outcome CirúrgicoArtigos OriginaisIntrodução: A paresia do IV par craniano (P IV) é a uma das principais causas de diplopia vertical em adultos e crianças. Apesar de alguns casos apresentarem recuperação espontânea, os restantes não são autolimitados e a cirurgia surge como principal arma terapêutica. O objetivo do nosso estudo passou por aplicar um método de avaliação quantitativa do campo visual binocular (CVB) e, assim, definir o outcome cirúrgico num grupo de doentes com o diagnóstico de P IV e intervencionados pelo Departamento de Estrabismo do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. Métodos: Realizou-se um retrospetivo. Os critérios de exclusão foram: cirurgia estrabológica prévia, ambliopia, ausência de fusão e incapacidade de realizar uma perimetria cinética. Os CVB foram realizados após cirurgia através de um software de perimetria cinética personalizado em Octopus 900, Haag Streit® (vetores com direção radiaria, sentido do centro para a periferia; estímulos III4e; velocidade angular de 5o/s). O exame foi realizado com filtros verde/vermelho. De seguida, foi calculado o score de Visão Binocular Simples (VBS) segundo classificação proposta por Sullivan et al (1992). Definimos bom outcome cirúrgico: Score VBS >50% e heteroforia na posição primária do olhar; outcome moderado: Score VBS 1%-50% e diplopia corrigida com prismas ou com posição viciosa da cabeça; mau outcome: Score VBS = 0% e/ou diplopia refratária. Resultados: Seis doentes foram incluídos. A idade média foi de 36,5 ± 23,0 anos e 66,7% eram homens. A média de desvio pré-cirúrgico foi de 10,7 ± 5,6 dioptrias prismáticas (DP) de desvio vertical e de -4,0 ± 9,4 DP de desvio horizontal. Após correções cirúrgicas, a média de desvio vertical foi de 3,0 ± 3,5 DP e de – 1,0 ± 2,5 DP de desvio horizontal. Cinco doentes obtiveram bom outcome e um doente obteve outcome moderado. A média do score VBS foi de 67,8 ± 24,9. Conclusão: Os nossos resultados demonstram que é possível quantificar o outcome cirúrgico com recurso à avaliação do CVB. Esta ferramenta poderá ser adotada noutras patologias que cursem com diplopia.Introduction: Fourth cranial nerve (CN4) palsy is one of the main causes of vertical diplopia in adults and children. While some cases present spontaneous recovery, the remaining are not self-limited and require extraocular surgery. We propose to apply a quantitative evaluation method to binocular visual field (BVF), thus defining surgical outcome on a group of patients diagnosed with CN4 palsy and treated by the Strabismus Department of Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. Methods: A retrospective study was conducted. The exclusion criteria were previous strabological surgery, absence of fusion and inability to perform a kinetic perimetry. The BFV was performed after surgery through a personalized kinectic perimetry software on Octopus 900, Haag Streit® (vectors with a radiant direction, pointing from the center to the periphery, stimuli III4e; angular velocity of 5o/s). The exam was performed with green/red filters. Thereafter, the Binocular Single Vision (BSV) Score was calculated as proposed by Sullivan et al (1992). We defined good surgical outcome: BSV Score > 50% and heterophoria in the primary position; moderate outcome: BSV Score 1%-50% but with correctable diplopia with prisms or head tilt; poor outcome: BSV Score = 0% and/or intractable diplopia. Results: Six patients were included. The mean age was 36.5 ± 23.0 years and 66.7% were males. Mean preoperative deviation was 10.7 ± 5.6 prismatic diopters of vertical deviation and -4.0 ± 9.4 DP of horizontal deviation. After surgery, mean vertical deviation was 3.0 ± 3.5 DP and mean horizontal deviation was -1.0 ± 2.5 DP. Five patients achieved good outcome and one patient had moderate outcome. Mean BVS Score was 67.8 ± 24.9. Conclusion: We concluded that BVF evaluation allow us to quantify surgical outcome in patients with CN4 palsy. This method may be applied to other pathologies with diplopia.Ajnet2023-12-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.48560/rspo.28268por1646-69501646-6950Brissos, JúlioAlmeida, GuilhermeLouro, MartaLeitão, MiguelAlves, FranciscoFrazão, SaraSantos, CristinaSeldon, RaquelVarandas, Gabrielainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-04T20:30:31Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/28268Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:30:07.957282Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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