Paresia do IV par craniano: Avaliação Quantitativa do Outcome Cirúrgico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brissos, Júlio
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Almeida, Guilherme, Louro, Marta, Leitão, Miguel, Alves, Francisco, Frazão, Sara, Santos, Cristina, Seldon, Raquel, Varandas, Gabriela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.28268
Resumo: Introdução: A paresia do IV par craniano (P IV) é a uma das principais causas de diplopia vertical em adultos e crianças. Apesar de alguns casos apresentarem recuperação espontânea, os restantes não são autolimitados e a cirurgia surge como principal arma terapêutica. O objetivo do nosso estudo passou por aplicar um método de avaliação quantitativa do campo visual binocular (CVB) e, assim, definir o outcome cirúrgico num grupo de doentes com o diagnóstico de P IV e intervencionados pelo Departamento de Estrabismo do Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto. Métodos: Realizou-se um retrospetivo. Os critérios de exclusão foram: cirurgia estrabológica prévia, ambliopia, ausência de fusão e incapacidade de realizar uma perimetria cinética. Os CVB foram realizados após cirurgia através de um software de perimetria cinética personalizado em Octopus 900, Haag Streit® (vetores com direção radiaria, sentido do centro para a periferia; estímulos III4e; velocidade angular de 5o/s). O exame foi realizado com filtros verde/vermelho. De seguida, foi calculado o score de Visão Binocular Simples (VBS) segundo classificação proposta por Sullivan et al (1992). Definimos bom outcome cirúrgico: Score VBS >50% e heteroforia na posição primária do olhar; outcome moderado: Score VBS 1%-50% e diplopia corrigida com prismas ou com posição viciosa da cabeça; mau outcome: Score VBS = 0% e/ou diplopia refratária. Resultados: Seis doentes foram incluídos. A idade média foi de 36,5 ± 23,0 anos e 66,7% eram homens. A média de desvio pré-cirúrgico foi de 10,7 ± 5,6 dioptrias prismáticas (DP) de desvio vertical e de -4,0 ± 9,4 DP de desvio horizontal. Após correções cirúrgicas, a média de desvio vertical foi de 3,0 ± 3,5 DP e de – 1,0 ± 2,5 DP de desvio horizontal. Cinco doentes obtiveram bom outcome e um doente obteve outcome moderado. A média do score VBS foi de 67,8 ± 24,9. Conclusão: Os nossos resultados demonstram que é possível quantificar o outcome cirúrgico com recurso à avaliação do CVB. Esta ferramenta poderá ser adotada noutras patologias que cursem com diplopia.
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