Afasia de condução: substratos anátomo-funcionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Andreia Filipa Vidal
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/15916
Resumo: Resumo: Introdução: No contexto das perturbações da linguagem, a Afasia de Condução tem sido um dos temas mais controversos, quer relativamente à sua caracterização clínica, quer à localização das lesões que lhe dão origem. Ao longo dos últimos 100 anos várias foram as opiniões contraditórias que surgiram, não tendo sido até os dias de hoje encontrado um consenso final. Objectivos: A realização deste trabalho tem por objectivo apresentar uma perspectiva temporal da evolução do conceito e uma revisão das diferentes hipóteses anátomo-funcionais e salientar os avanços recentes, sobretudo com as novas técnicas de Ressonância Magnética. Desenvolvimento: Sugerida pela primeira vez por Wernicke em 1874 como um síndroma de desconexão caracterizado por uma alteração marcada da repetição, compreensão conservada e discurso fluente rico em parafasias, a Afasia de Condução, desde cedo se demarcou como conceito dinâmico e controverso que tem sido ao longo dos tempos modernos e recentes alvo de discussão. Este afasiologista, mais tarde apoiado por Geschwind, propôs que as lesões afectavam o Fascículo Arqueado, responsável pela associação entre as Áreas de Broca e de Wernicke. Com o estudo de mais casos, observou-se alguma variação clínica, suporte de várias hipóteses anátomo-funcionais, e, sobretudo, uma grande heterogeneidade de regiões cerebrais afectadas, estando o Fascículo Arqueado selectivamente lesado numa minoria de doentes. Com o surgimentos dos novos métodos de imagem e funcionais, dos quais se destacam o acesso à Tomografia de Emissão de Positrões (PET), a maior difusão do mapeamento funcional cortical (estimulação eléctrica cortical per-cirúrgica) e, mais recentemente, o desenvolvimento da ressonância magnética funcional e sua associação com a DTI (Diffusion5 Tensor Imaging), permitiram estabelecer uma correlação anatomo-funcional in vivo e mais acessível. Conclusões: Os estudos mais recentes por imagem estrutural (tractografia) e funcional parecem comprovar a heterogeneidade do substrato anatómico da Afasia de Condução, existindo pelo menos dois padrões distintos de lesões no hemisfério esquerdo associados a esta forma de afasia: regiões suprasílvicas, incluindo o córtex parietal inferior, girus supramarginal e substância branca parietal; regiões infrasílvicas, englobando o córtex e a substância branca temporal. Analisam-se as características clínicas e as hipóteses anátomo-fisiológicas associadas às localizações descritas.
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