O campo de blocos da plataforma Guincho-Guia : origem, mobilização e cronologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Thiago Pereira de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/61493
Resumo: Tese de Mestrado, Geologia do Ambiente, Riscos Geológicos e Ordenamento de Território, 2023, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências
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spelling O campo de blocos da plataforma Guincho-Guia : origem, mobilização e cronologiaVelocidade de fluxo (u)Altura de onda rebentada (HR)Altura de onda não rebentada (HNR)Altura de onda de tsunami (HT)Nível médio do marTeses de mestrado - 2023Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências da Terra e do AmbienteTese de Mestrado, Geologia do Ambiente, Riscos Geológicos e Ordenamento de Território, 2023, Universidade de Lisboa, Faculdade de CiênciasA área de estudo considerada neste trabalho localiza-se na faixa litoral rochosa entre o Cabo Raso e a Boca do Inferno (oeste de Cascais), caracterizada por afloramentos extensos de calcários, incluindo calcários recifais. Entre a estrada marginal e o bordo da plataforma litoral, observam-se blocos calcários isolados ou organizados em conjuntos, distribuídos a diversas cotas e com diferentes orientações. Scheffers e Kelletat (2005) realizaram o levantamento de alguns blocos de rocha ali instalado e atribuíram tais depósitos ao tsunami de Lisboa, de 1755, ou tsunamis mais antigos. Os autores desconsideraram a possibilidade do transporte a partir de ondas de tempestades extremas, assim como as variações eustáticas do nível médio do mar (NMM) e a presença de terraços marinhos plistocénicos. Em campo, foram levantados 18 blocos que foram estudados de acordo com a sua localização, cota de instalação, distância ao mar, massa, volume e localização da área fonte, para discutir a natureza do agente de arranque, transporte e deposição, recorrendo a modelos de transporte de blocos por ondas de tempestade e tsunami segundo as aproximações de Nandasena et al. (2011) e Nott (2003). Na aplicação destas aproximações considerou-se a possibilidade de transporte por deslizamento, rolamento e salto, no contexto de NMM atual e NMM 4 m mais alto, a partir de ondas rebentadas (HR), ondas não rebentadas (HNR) e ondas de tsunami (HT). Para extração de perfis topográficos de deslocamento dos blocos, realizou-se levantamento estereofotogramétrico de três áreas da plataforma litoral, o que gerou três Modelos Digitais de Elevação (MDE). Não se encontrou correlação sigificativa entre a massa, a distância percorrida e a cota de instalação dos blocos; há blocos com massas semelhantes distribuídos a cotas a distâncias variadas, uma característica comum para o transporte por ondas de tempestade. Os resultados indicam que o transporte por HNR é uma opção irrealista em contexto de NMM actual. O cenário de NMM 4 m mais alto já possibilitaria deslizamento de parte destes blocos à passagem de HNR, desde que a área fonte do bloco estivesse submersa por coluna de água suficiente. Em contexto de nível do mar plistocénico correspondente ao estádio isotópico marinho MIS 5e, significativamente mais elevado do que os cenários aqui testados, as áreas fonte de quase todos os blocos estudados estariam submersas a profundidades suficientemente elevadas para permitir mobilização por HNR de tempestade . Os resultados de tansporte por HR indicam que as ondas mais altas geradas durante eventos de tempestade, têm potencial para mobilizar todos os blocos com sinais de transporte, por rolamento ou deslizamento, mesmo no contexto de nível do mar actual. A observação do deslocamento de um dos blocos estudados pelas ondas da tempestade de 28 de fevereiro de 2017 confirma esta possibilidade. Em síntese, a aplicação das aproximações de Nandasena e Nott indica que a mobilização de todos os blocos estudados pelo tsunami de 1755 não é impossível, mas também confirma a possibilidade de transporte destes blocos por ondas de tempestade.The study area considered in this work is located on the rocky coastal strip between Cabo Raso and Boca do Inferno (west of Cascais), characterized by extensive limestone outcrops, including reef limestones. Between the coastal road and the edge of the coastal platform, limestone blocks can be seen isolated or organized in sets, distributed at different levels and with different orientations. Scheffers and Kelletat (2005) carried out a survey of some of these blocks and attributed them to the Lisbon tsunami of 1755 or older tsunamis. The authors disregarded the possibility of transport by extreme storm waves, as well as eustatic variations in mean sea level (MSL), and the presence of marine terraces. In the field, 18 blocks were surveyed according to their location, elevation, distance from the sea, mass, volume and location of source area, to discuss the nature of the entrainment, transport and deposition agents using the models of block transport by storm waves and tsunami of Nandasena et al. (2011) and Nott (2003). In applying these models, the possibility of transport by sliding, rolling and jumping was considered, in the context of current MSL and 4 m higher then present, by breaking waves (HR), unbroken waves (HNR) and tsunami waves (HT).To extract topographic profiles of displacement of the blocks, a stereophotogrammetric survey was carried out in three areas of the coastal platform, which generated three Digital Elevation Models (DEMs). No significant correlation was found between the mass, the distance covered and the installation height of the blocks; there are blocks with similar masses distributed at heights at varying distances from the coastline, a common feature for storm wave transport. The results indicate that HNR transport is an unrealistic option in the current NMM context. The 4 m higher then present MSL scenario would already make it possible for part of these blocks to slide under HNR storm waves, provided that the source area of the block is submerged by a compatible water column. In the context of the Pleistocene sea level corresponding to the marine isotopic stage MIS 5e, significantly higher than the scenarios tested here, the source areas of almost all studied blocks would be submerged at sufficiently high depths to allow mobilization by HNR. HR transport results indicate that the highest waves generated during storm events have the potential to mobilize all blocks with transport signals, either by rolling or sliding, even considering the current sea level. Storm waves generated during the 28 February 2017 event were capable of displacing one of the blocks addressed in this study, providing inequivocal support for this conclusion. In summary, the application of the Nandasena and Nott approximations indicates that the mobilization of all blocks studied by the 1755 tsunami is not impossible, but also confirms the possibility of transporting these blocks by storm waves.Andrade, César Freire deRepositório da Universidade de LisboaAndrade, Thiago Pereira de2023-12-21T15:08:02Z202320232023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/61493porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-25T01:18:57Zoai:repositorio.ul.pt:10451/61493Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:56:08.522256Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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