Valorização energética da pinha e da Laminaria digitata: ensaios de pirólise e de co-pirólise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.22/23516 |
Resumo: | Atualmente, os diversos problemas ambientais associados à utilização de combustíveis fósseis têm motivado a procura por formas sustentáveis de energia, de modo a mitigar o agravamento das alterações climáticas. A biomassa tem conquistado notoriedade devido ao potencial que apresenta enquanto alternativa aos combustíveis fósseis. Um dos processos de conversão é a pirólise que possibilita a obtenção de três produtos distintos - bio-óleo, carbonizado e gases não condensáveis - através da decomposição termoquímica de matérias orgânicas a temperaturas superiores a 300 ˚C, na ausência de oxigénio. Porém, a fase líquida produzida apresenta algumas limitações na sua utilização direta como combustível, que podem ser contornadas através de várias tecnologias, que incluem a co-pirólise. Este processo promove a pirólise, em simultâneo, de duas ou mais matériasprimas em proporções diversas, viabilizando a produção de um bio-óleo com propriedades melhoradas. Neste trabalho, usaram-se amostras de pinhas e de macroalgas Laminaria digitata, tendo-se começado pela caraterização destas matérias-primas. Seguidamente, estudou-se a influência da temperatura nos produtos resultantes da pirólise de pinhas a quatro temperaturas de set-point distintas (450, 550, 650 e 750 ºC), de forma a determinar a temperatura que possibilita a obtenção do máximo rendimento da fase líquida. Verificouse que o rendimento do bio-óleo atingiu o seu valor mais elevado (39,91 %) à temperatura de set-point de 650 ºC, pelo que o seguinte estudo de co-pirólise foi realizado nessas condições de temperatura. Os ensaios de pirólise originaram bio-óleos com valores de pH entre os 3,03 e os 3,44 e valores de poder calorífico superior (PCS) entre os 10,36 e os 15,86 MJ/kg. Os carbonizados da pirólise apresentaram resultados de PCS compreendidos numa gama entre os 28,83 e os 31,66 MJ/kg. Por sua vez, a análise aos gases não condensáveis evidenciou um aumento da quantidade de cada gás produzido (CO2, CO, H2 e CH4) com o aumento da temperatura. Seguidamente, investigou-se a copirólise de pinhas com macroalgas Laminaria digitata, variando a percentagem mássica de macroalga na mistura entre os 10 % e os 50 %, e também a pirólise de apenas macroalgas. Estes ensaios de co-pirólise decorreram à temperatura de set-point de 650 ºC e revelaram que os rendimentos das fases gasosa (37,27 - 38,87 %) e sólida (31,55 - 32,32 %) registaram um ligeiro incremento com o aumento do teor de macroalgas na mistura. Contrariamente, o rendimento da fase líquida diminuiu (31,18 - 28,81 %). Após a análise dos produtos obtidos, concluiu-se que a co-pirólise de Laminaria digitata com pinhas proporcionou bio-óleos com pH mais elevados (3,15 – 4,65) comparativamente aos obtidos nos bio-óleos da pirólise de pinhas. No entanto, verificou-se que o PCS desses bio-óleos decresceu quando o teor de macroalga na mistura aumentou. Relativamente ao carbonizado, este poderá apresentar potencialidades para vir a ser utilizado na remediação de solos, embora esta possibilidade tenha de ser mais explorada, após uma análise detalhada das suas propriedades. |
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Valorização energética da pinha e da Laminaria digitata: ensaios de pirólise e de co-pirólisePiróliseBiomassaBio-óleoCarbonizadoCo-pirólisePinhasMacroalgasLaminaria digitataPyrolysisBiomassBio-oilCharCo-pyrolysisPine conesMacroalgaeAtualmente, os diversos problemas ambientais associados à utilização de combustíveis fósseis têm motivado a procura por formas sustentáveis de energia, de modo a mitigar o agravamento das alterações climáticas. A biomassa tem conquistado notoriedade devido ao potencial que apresenta enquanto alternativa aos combustíveis fósseis. Um dos processos de conversão é a pirólise que possibilita a obtenção de três produtos distintos - bio-óleo, carbonizado e gases não condensáveis - através da decomposição termoquímica de matérias orgânicas a temperaturas superiores a 300 ˚C, na ausência de oxigénio. Porém, a fase líquida produzida apresenta algumas limitações na sua utilização direta como combustível, que podem ser contornadas através de várias tecnologias, que incluem a co-pirólise. Este processo promove a pirólise, em simultâneo, de duas ou mais matériasprimas em proporções diversas, viabilizando a produção de um bio-óleo com propriedades melhoradas. Neste trabalho, usaram-se amostras de pinhas e de macroalgas Laminaria digitata, tendo-se começado pela caraterização destas matérias-primas. Seguidamente, estudou-se a influência da temperatura nos produtos resultantes da pirólise de pinhas a quatro temperaturas de set-point distintas (450, 550, 650 e 750 ºC), de forma a determinar a temperatura que possibilita a obtenção do máximo rendimento da fase líquida. Verificouse que o rendimento do bio-óleo atingiu o seu valor mais elevado (39,91 %) à temperatura de set-point de 650 ºC, pelo que o seguinte estudo de co-pirólise foi realizado nessas condições de temperatura. Os ensaios de pirólise originaram bio-óleos com valores de pH entre os 3,03 e os 3,44 e valores de poder calorífico superior (PCS) entre os 10,36 e os 15,86 MJ/kg. Os carbonizados da pirólise apresentaram resultados de PCS compreendidos numa gama entre os 28,83 e os 31,66 MJ/kg. Por sua vez, a análise aos gases não condensáveis evidenciou um aumento da quantidade de cada gás produzido (CO2, CO, H2 e CH4) com o aumento da temperatura. Seguidamente, investigou-se a copirólise de pinhas com macroalgas Laminaria digitata, variando a percentagem mássica de macroalga na mistura entre os 10 % e os 50 %, e também a pirólise de apenas macroalgas. Estes ensaios de co-pirólise decorreram à temperatura de set-point de 650 ºC e revelaram que os rendimentos das fases gasosa (37,27 - 38,87 %) e sólida (31,55 - 32,32 %) registaram um ligeiro incremento com o aumento do teor de macroalgas na mistura. Contrariamente, o rendimento da fase líquida diminuiu (31,18 - 28,81 %). Após a análise dos produtos obtidos, concluiu-se que a co-pirólise de Laminaria digitata com pinhas proporcionou bio-óleos com pH mais elevados (3,15 – 4,65) comparativamente aos obtidos nos bio-óleos da pirólise de pinhas. No entanto, verificou-se que o PCS desses bio-óleos decresceu quando o teor de macroalga na mistura aumentou. Relativamente ao carbonizado, este poderá apresentar potencialidades para vir a ser utilizado na remediação de solos, embora esta possibilidade tenha de ser mais explorada, após uma análise detalhada das suas propriedades.Currently, the various environmental problems associated with the use of fossil fuels have motivated the search for sustainable energy alternatives to mitigate climate change. Biomass has gained attention due to its potential as an alternative to fossil fuels. One of the main conversion processes is pyrolysis, which produces three different products - biooil, char and non-condensable gases - through the thermochemical decomposition of organic materials at temperatures above 300 ˚C in the absence of oxygen. However, the liquid phase produced has some limitations regarding its direct use as a fuel, which can be overcome by various technologies such as co-pyrolysis. This process promotes the simultaneous pyrolysis of two or more raw materials in different proportions, allowing the production of a bio-oil with improved properties. In this work, samples of pine cones and macroalgae Laminaria digitata were used and the characterisation of these raw materials was first carried out. The influence of temperature on the products obtained from the pyrolysis of pine cones was studied at four different set-point temperatures (450, 550, 650 and 750 ºC), in order to determine the temperature that allows the production of the maximum liquid yield. The bio-oil yield reached its highest value (39.91 %) at the set-point temperature of 650 ºC, so the following co-pyrolysis study was carried out under these temperature conditions. The biooils presented pH values between 3.03 and 3.44 and the HHV determination showed that these products exhibited values between 10.36 and 15.86 MJ/kg. The chars presented results of HHV comprised in a range between 28.83 and 31.66 MJ/kg. The analysis of the non-condensable gases showed an increase in the amount of each gas produced (CO2, CO, H2 and CH4) with the increase in temperature. Finally, the co-pyrolysis process of pine cones with macroalgae Laminaria digitata was investigated, varying the content of macroalgae in the mixture between 10 % and 50 %, as well as the pyrolysis of macroalgae alone. These co-pyrolysis tests were carried out at a set-point temperature of 650 ºC and revealed that the yield of the gaseous (37.27 – 38.87 %) and solid (31.55-32.32 %) phases increased slightly with increasing macroalgae content, whereas the yield of the liquid phase decreased (31.18 - 28.81 %). After analysing the products obtained, it was concluded that the co-pyrolysis of Laminaria digitata with pine cones allowed the production of bio-oils with higher pH (3.15 - 4.65) compared to the liquid phases from pine cone pyrolysis. However, the HHV of these bio-oils decreased when more macroalgae were added to the mixture. The chars may have the potential to be used in soil remediation, although this possibility needs to be further investigated after a detailed analysis of their properties.Ribeiro, Albina Maria de SáRepositório Científico do Instituto Politécnico do PortoNascimento, Mariana Raquel Teixeira do20232026-07-21T00:00:00Z2023-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.22/23516TID:203352629porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-20T01:46:01Zoai:recipp.ipp.pt:10400.22/23516Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:29:05.716524Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Atualmente, os diversos problemas ambientais associados à utilização de combustíveis fósseis têm motivado a procura por formas sustentáveis de energia, de modo a mitigar o agravamento das alterações climáticas. A biomassa tem conquistado notoriedade devido ao potencial que apresenta enquanto alternativa aos combustíveis fósseis. Um dos processos de conversão é a pirólise que possibilita a obtenção de três produtos distintos - bio-óleo, carbonizado e gases não condensáveis - através da decomposição termoquímica de matérias orgânicas a temperaturas superiores a 300 ˚C, na ausência de oxigénio. Porém, a fase líquida produzida apresenta algumas limitações na sua utilização direta como combustível, que podem ser contornadas através de várias tecnologias, que incluem a co-pirólise. Este processo promove a pirólise, em simultâneo, de duas ou mais matériasprimas em proporções diversas, viabilizando a produção de um bio-óleo com propriedades melhoradas. Neste trabalho, usaram-se amostras de pinhas e de macroalgas Laminaria digitata, tendo-se começado pela caraterização destas matérias-primas. Seguidamente, estudou-se a influência da temperatura nos produtos resultantes da pirólise de pinhas a quatro temperaturas de set-point distintas (450, 550, 650 e 750 ºC), de forma a determinar a temperatura que possibilita a obtenção do máximo rendimento da fase líquida. Verificouse que o rendimento do bio-óleo atingiu o seu valor mais elevado (39,91 %) à temperatura de set-point de 650 ºC, pelo que o seguinte estudo de co-pirólise foi realizado nessas condições de temperatura. Os ensaios de pirólise originaram bio-óleos com valores de pH entre os 3,03 e os 3,44 e valores de poder calorífico superior (PCS) entre os 10,36 e os 15,86 MJ/kg. Os carbonizados da pirólise apresentaram resultados de PCS compreendidos numa gama entre os 28,83 e os 31,66 MJ/kg. Por sua vez, a análise aos gases não condensáveis evidenciou um aumento da quantidade de cada gás produzido (CO2, CO, H2 e CH4) com o aumento da temperatura. Seguidamente, investigou-se a copirólise de pinhas com macroalgas Laminaria digitata, variando a percentagem mássica de macroalga na mistura entre os 10 % e os 50 %, e também a pirólise de apenas macroalgas. Estes ensaios de co-pirólise decorreram à temperatura de set-point de 650 ºC e revelaram que os rendimentos das fases gasosa (37,27 - 38,87 %) e sólida (31,55 - 32,32 %) registaram um ligeiro incremento com o aumento do teor de macroalgas na mistura. Contrariamente, o rendimento da fase líquida diminuiu (31,18 - 28,81 %). Após a análise dos produtos obtidos, concluiu-se que a co-pirólise de Laminaria digitata com pinhas proporcionou bio-óleos com pH mais elevados (3,15 – 4,65) comparativamente aos obtidos nos bio-óleos da pirólise de pinhas. No entanto, verificou-se que o PCS desses bio-óleos decresceu quando o teor de macroalga na mistura aumentou. Relativamente ao carbonizado, este poderá apresentar potencialidades para vir a ser utilizado na remediação de solos, embora esta possibilidade tenha de ser mais explorada, após uma análise detalhada das suas propriedades. |
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