Doença Coronária e Disfunção Erétil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/10696 |
Resumo: | Introdução: A doença coronária é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo mundo. (1) A aterosclerose é uma doença inflamatória crónica multifatorial que ocorre como resposta à lesão endotelial. Assim sendo, a disfunção erétil apresenta processos patofisiológicos e fatores de risco semelhantes aos da doença coronária, uma vez que a lesão endotelial é um denominador comum. (2) Desta forma, fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus, obesidade e tabagismo são comuns a estas duas patologias. (3) Assim sendo, vários estudos demonstram a íntima relação entre estas duas condições, evidenciando que uma proporção significativa (42-89%) dos indivíduos diagnosticados com doença coronária apresentam disfunção erétil. (4,5) Objetivos: Verificar a existência de relação entre a doença coronária e a disfunção erétil. Bem como avaliar a relevância estatística de variáveis como a idade, fatores de risco cardiovascular e fármacos anti-hipertensores. Metodologia: Este estudo foi realizado entre janeiro e março de 2020 na Consulta externa de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. A recolha de dados baseou-se na aplicação de um questionário que avaliava a função erétil dos doentes coronários, bem como informações clínicas e sociodemográficas. Resultados: Foram estudados 50 indivíduos do sexo masculino com idades entre os 48 e 81 anos. Verificou-se que nesta amostra, 62% dos indivíduos praticavam atividade sexual, dos quais 71% apresentavam algum grau de disfunção erétil. Demonstrou-se haver uma relação estatisticamente significativa entre a variável índice de massa corporal e a presença de disfunção (p-value = 0,007), bem como entre o uso de bloqueadores dos canais de cálcio e a função erétil (p-value = 0,03). Para além disso, verificou-se que indivíduos com índice de massa corporal superior ou igual a 25 apresentavam um risco relativo de ter DE de 6,8 (intervalo de confiança de 95% entre 1,233 – 37,497). Por outro lado, no que diz respeito à caracterização da doença coronária não se verificaram diferenças estatisticamente significativas. Conclusões: Tendo em conta os resultados obtidos, demonstrou-se que nesta amostra existe uma elevada prevalência de disfunção erétil, concordante com a literatura. Da mesma forma, outros estudos comprovaram a relação entre o índice de massa corporal e a disfunção erétil. Por outro lado, foram obtidos resultados discordantes no que diz respeito aos bloqueadores dos canais de cálcio, sendo por isso necessário um estudo com uma dimensão superior para avaliar o seu verdadeiro impacto. De facto, uma das principais causas para que não se verificassem mais relações entre as diferentes variáveis é sem dúvida a pequena amostra em estudo. Assim, importa destacar que este estudo pretende em primeira instância alertar para a relação entre estas duas patologias, de forma a que melhores estratégias preventivas possam ser alcançadas. |
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Doença Coronária e Disfunção ErétilDisfunção ErétilDoença CoronáriaFatores de Risco CardiovascularDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A doença coronária é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo mundo. (1) A aterosclerose é uma doença inflamatória crónica multifatorial que ocorre como resposta à lesão endotelial. Assim sendo, a disfunção erétil apresenta processos patofisiológicos e fatores de risco semelhantes aos da doença coronária, uma vez que a lesão endotelial é um denominador comum. (2) Desta forma, fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus, obesidade e tabagismo são comuns a estas duas patologias. (3) Assim sendo, vários estudos demonstram a íntima relação entre estas duas condições, evidenciando que uma proporção significativa (42-89%) dos indivíduos diagnosticados com doença coronária apresentam disfunção erétil. (4,5) Objetivos: Verificar a existência de relação entre a doença coronária e a disfunção erétil. Bem como avaliar a relevância estatística de variáveis como a idade, fatores de risco cardiovascular e fármacos anti-hipertensores. Metodologia: Este estudo foi realizado entre janeiro e março de 2020 na Consulta externa de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. A recolha de dados baseou-se na aplicação de um questionário que avaliava a função erétil dos doentes coronários, bem como informações clínicas e sociodemográficas. Resultados: Foram estudados 50 indivíduos do sexo masculino com idades entre os 48 e 81 anos. Verificou-se que nesta amostra, 62% dos indivíduos praticavam atividade sexual, dos quais 71% apresentavam algum grau de disfunção erétil. Demonstrou-se haver uma relação estatisticamente significativa entre a variável índice de massa corporal e a presença de disfunção (p-value = 0,007), bem como entre o uso de bloqueadores dos canais de cálcio e a função erétil (p-value = 0,03). Para além disso, verificou-se que indivíduos com índice de massa corporal superior ou igual a 25 apresentavam um risco relativo de ter DE de 6,8 (intervalo de confiança de 95% entre 1,233 – 37,497). Por outro lado, no que diz respeito à caracterização da doença coronária não se verificaram diferenças estatisticamente significativas. Conclusões: Tendo em conta os resultados obtidos, demonstrou-se que nesta amostra existe uma elevada prevalência de disfunção erétil, concordante com a literatura. Da mesma forma, outros estudos comprovaram a relação entre o índice de massa corporal e a disfunção erétil. Por outro lado, foram obtidos resultados discordantes no que diz respeito aos bloqueadores dos canais de cálcio, sendo por isso necessário um estudo com uma dimensão superior para avaliar o seu verdadeiro impacto. De facto, uma das principais causas para que não se verificassem mais relações entre as diferentes variáveis é sem dúvida a pequena amostra em estudo. Assim, importa destacar que este estudo pretende em primeira instância alertar para a relação entre estas duas patologias, de forma a que melhores estratégias preventivas possam ser alcançadas.Introduction: Coronary artery disease is a major cause of morbidity and mortality worldwide. (1) Atherosclerosis is a multifactorial chronic inflammatory disease that occurs in response to endothelial injury. Therefore, erectile dysfunction has pathophysiological mechanisms and risk factors similar to those of coronary disease, since endothelial injury is a common denominator. (2) Thus, cardiovascular risk factors such as hypertension, dyslipidemia, diabetes mellitus, obesity and smoking are common to these two pathologies. (3) Accordingly, several studies demonstrate the close relationship between these two conditions, showing that a significant proportion (42-89%) of individuals diagnosed with coronary disease have erectile dysfunction. (4,5) Objective: To verify the existence of a relationship between coronary artery disease and erectile dysfunction. As well as assessing the statistical relevance of variables such as age, cardiovascular risk factors and antihypertensive drugs. Methodology: This study was carried out between January and March 2020 at the Cardiology Outpatient Clinic of Cova da Beira University Hospital Center. Data collection was based on the application of a questionnaire that assessed the erectile function of coronary patients, as well as clinical and sociodemographic information. Results: Fifty male individuals aged between 48 and 81 years old were studied. In this sample it was found that 62% of the participants had regular sexual activity, of which 71% had some degree of erectile dysfunction. There was a statistically significant relationship between the variable body mass index and the presence of dysfunction (p-value = 0.007), as well as between the use of calcium channel blockers and erectile function (p-value = 0,03). In addition, it was found that individuals with a body mass index greater than or equal to 25 had a relative risk of having erectile dysfunction of 6.8 (95% confidence interval between 1.233 - 37.497). On the other hand, with regard to the characterization of coronary disease, there were no statistically significant differences. Conclusions: Taking into account the results obtained, it was demonstrated that in this sample there is a high prevalence of erectile dysfunction, in agreement with the literature. Likewise, other studies have proven the relationship between body mass index and erectile dysfunction. On the other hand, conflicting results were obtained with regard to calcium channel blockers, which is why a larger study is needed to assess its true impact. In fact, one of the main reasons for not having more relationships between the different variables is undoubtedly the small sample under study. Thus, it is important to highlight that this study intends to alert to the relationship between these two diseases, so that better preventive strategies can be achieved.Rodrigues, Manuel de CarvalhoPereira, Bruno Alexandre Guerra JorgeNunes, Sara Monteiro Morgado DiasuBibliorumFaustino, Catarina Ventura2020-12-17T16:45:08Z2020-07-102020-06-232020-07-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10696TID:202548244porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:52:39Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10696Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:35.711081Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: A doença coronária é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo mundo. (1) A aterosclerose é uma doença inflamatória crónica multifatorial que ocorre como resposta à lesão endotelial. Assim sendo, a disfunção erétil apresenta processos patofisiológicos e fatores de risco semelhantes aos da doença coronária, uma vez que a lesão endotelial é um denominador comum. (2) Desta forma, fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus, obesidade e tabagismo são comuns a estas duas patologias. (3) Assim sendo, vários estudos demonstram a íntima relação entre estas duas condições, evidenciando que uma proporção significativa (42-89%) dos indivíduos diagnosticados com doença coronária apresentam disfunção erétil. (4,5) Objetivos: Verificar a existência de relação entre a doença coronária e a disfunção erétil. Bem como avaliar a relevância estatística de variáveis como a idade, fatores de risco cardiovascular e fármacos anti-hipertensores. Metodologia: Este estudo foi realizado entre janeiro e março de 2020 na Consulta externa de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. A recolha de dados baseou-se na aplicação de um questionário que avaliava a função erétil dos doentes coronários, bem como informações clínicas e sociodemográficas. Resultados: Foram estudados 50 indivíduos do sexo masculino com idades entre os 48 e 81 anos. Verificou-se que nesta amostra, 62% dos indivíduos praticavam atividade sexual, dos quais 71% apresentavam algum grau de disfunção erétil. Demonstrou-se haver uma relação estatisticamente significativa entre a variável índice de massa corporal e a presença de disfunção (p-value = 0,007), bem como entre o uso de bloqueadores dos canais de cálcio e a função erétil (p-value = 0,03). Para além disso, verificou-se que indivíduos com índice de massa corporal superior ou igual a 25 apresentavam um risco relativo de ter DE de 6,8 (intervalo de confiança de 95% entre 1,233 – 37,497). Por outro lado, no que diz respeito à caracterização da doença coronária não se verificaram diferenças estatisticamente significativas. Conclusões: Tendo em conta os resultados obtidos, demonstrou-se que nesta amostra existe uma elevada prevalência de disfunção erétil, concordante com a literatura. Da mesma forma, outros estudos comprovaram a relação entre o índice de massa corporal e a disfunção erétil. Por outro lado, foram obtidos resultados discordantes no que diz respeito aos bloqueadores dos canais de cálcio, sendo por isso necessário um estudo com uma dimensão superior para avaliar o seu verdadeiro impacto. De facto, uma das principais causas para que não se verificassem mais relações entre as diferentes variáveis é sem dúvida a pequena amostra em estudo. Assim, importa destacar que este estudo pretende em primeira instância alertar para a relação entre estas duas patologias, de forma a que melhores estratégias preventivas possam ser alcançadas. |
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