Gestão, desenvolvimento e êxito: Sociogénese da literatura de auto‑ajuda em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Haro, Fernando Ampúdia
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/5295
Resumo: O objectivo deste artigo é analisar o código de comportamento e de emocionalidade que nasce da literatura de auto-ajuda publicada em Portugal a partir dos anos 1950, momento em que este tipo de publicações começa a ganhar presença e visibilidade. Inicialmente, este código parece afastar-se dos preceitos tradicionais defendidos pelo Estado Novo. No entanto, a análise da sua base social – o desenvolvimento económico, a integração do país no circuito capitalista internacional, a constituição da empresa como novo centro de integração social, a presença de novas mentalidades tecnocráticas e a procura, por parte do poder político, de um tipo de legitimidade baseada no desempenho – permite avaliar melhor esse eventual “afastamento” para observar como o regime integrou e assumiu a nova cultura comportamental e emocional da auto-ajuda num complexo produto de autoridade e liberdade. Tomando como referência os teóricos neofoucaltianos da governamentalidade analisa-se, através do exemplo da auto-ajuda, essa combinação de racionalidade política liberal e autoritária que o Estado Novo exibiu nos seus últimos vinte anos.
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